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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 399

O alívio da notícia da morte do Genildo tinha evaporado, substituído por uma tensão nova e desconfortável.

Eu estava tentando processar o que diabos tinha acontecido entre minha irmã e o guarda-costas? quando meu celular vibrou no bolso.

Pensei que fosse a Lorena. Um sorriso involuntário começou a se formar nos meus lábios enquanto eu puxava o aparelho.

Não era ela.

Era um número desconhecido com uma mensagem de texto.

O sorriso morreu antes mesmo de nascer e abri a mensagem.

As palavras, simples e cruas, pareceram gritar da tela, apagando tudo o mais.

“Nada terminou. Você ainda está marcado.”

O sangue esfriou nas minhas veias. O barulho da minha família, os planos felizes, a preocupação com Milena… tudo virou um ruído distante.

Meus dedos se apertaram em volta do celular. Olhei instintivamente para as janelas, depois para a porta.

A sensação doce de liberdade que tinha enchido a sala minutos atrás se transformou em uma armadilha. A ameaça não tinha morrido com o Genildo, estava viva.

E, pior, sabia que eu achava que estava seguro.

(Visão de Thales)

A dor é uma batida constante, um tambor imundo marcando o fracasso. Cada pontada nas costelas, cada latejada no ombro enfaixado, é um lembrete.

Um lembrete daquele delegado desgraçado, da operação que veio como um trator no meio da noite, arrastando meses de trabalho, de dinheiro, poder.

E arrastando os homens. O Genildo era um idota, mas era útil. E agora tá morto, virado estatística no necrotério junto com os outros.

O ar do apartamento seguro cheira a medicamento e raiva estagnada. Eu estou sentado na poltrona, tentando não me mover muito, mas o fogo por dentro não deixa. Ele consome tudo, até a dor física.

Tom está parado na minha frente, ereto, com as mãos para trás. O único que sobrou com um mínimo de cérebro e lealdade.. Viu o império de areia ser varrido pelo mar.

E viu aquele merdinha, o Rafael.

O nome dele amarga na minha boca como veneno. O sobrinho de Genildo o "homem de bem". O que acha que vai roubar o que é meu. Lorena.

O pensamento nela é uma facada mais certeira que qualquer bala. Ela acha que escapou, que vai conseguir se divorciar e correr para os braços daquele desgraçado. Que pode brincar de casinha com o bom moço.

O fogo dentro de mim cresce, latejando nas têmporas.

— Tom — a minha voz sai áspera, carregada de tudo que eu não posso gritar.

Ele se concentra mais, com o olhar fixo em mim.

— Chefe.

— Rafael, o sobrinho do Genildo — Eu faço uma pausa, controlando a respiração para a dor não embaçar as palavras. — Ele tá achando que ganhou, que tudo acabou. Que pode dormir em paz agora que o tio problema virou comida de minhoca.

Engulo um gole de uísque puro. Queima na garganta, mas é uma sensação que eu controlo. Diferente das outras.

— Quero que você vá pessoalmente. Dê um jeito de mandar um recado pra ele.

Tom não pergunta o que, não hesita. Só espera. É por isso que ele ainda está de pé aqui.

— Espera — eu continuo, com os dedos apertando o copo. — Deixa ele se achar seguro. Soltar a respiração, baixar a guarda. Deixa ele acreditar que o pesadelo acabou.

Um sorriso feio e torto estica meus lábios. É difícil sorrir com o rosto inchado, mas a raiva dá um jeito.

— Quando ele menos esperar… você dá um susto. Algo que ele nunca esqueça e que faça ele entender que nada acabou. Que ele ainda está marcado e que a marca… sou eu.

Olho nos olhos de Tom. Preciso ter certeza de que ele entendeu. Não é só uma tarefa. É um aviso. O primeiro movimento para recuperar o que é meu. Tudo o que é meu.

— Nada de matar, ainda não. — Minha voz desce para um sussurro rouco. — Só quero ver o medo nos olhos dele. Quero que ele saiba que, se eu quiser, chego nele. E chego em tudo que ele ama. Ele precisa sentir a própria impotência.

Tom finalmente acena com a cabeça, uma única inclinação firme e respeitosa. O respeito que eu exijo e que ainda me é devido, mesmo ferrado nesta cadeira.

— Entendido, chefe. Vou cuidar pessoalmente no tempo certo.

— Bom. — Eu me afundo na poltrona, a exaustão da raiva começando a pesar. — Agora some. E fica quieto até a hora.

Ele vira e sai, silencioso como uma sombra. Fico sozinho com o tambor da dor e o gosto de uísque e vingança na boca.

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