Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 164

Diogo

Encerramos a reunião exatamente às 11:40. Meu estômago já roncava como se tivesse me lembrando que a última coisa que comi foi aquele café que Linda trouxe mais cedo.

Resolvi sair da empresa e caminhei até um restaurante a poucos metros dali. Era pequeno, meio rústico e não costumava encher muito, e eu adorava isso.

Escolhi uma mesa no canto, como sempre, e logo um garçom jovem veio sorrindo, todo educado.

— Bom dia, senhor. Já sabe o que vai querer?

— Pode ser o prato executivo do dia e uma água com gás.

Ele anotou e se afastou. Senti o celular vibrar no meu bolso e meu coração gelou por um momento. O peguei, sentindo um alívio ao ver que era só um e-mail sobre o contrato de Munique, nada demais. Abri pra ler, mas antes de terminar a primeira linha, uma voz lá fora me chamou a atenção.

Alta, irritada e feroz.

— Me solta agora ou eu juro que vou arrebentar o seu nariz de plástica!

Ergui os olhos, curioso e não deu outra. Era ela.

A mesma garota que Larissa vivia dizendo que eu devia "dar uma chance". Aquela que elogiou Larissa quando nos encontramos aqui. Ela era muito bonita, tinha presença... e agora estava do lado de fora, discutindo com um cara visivelmente alterado.

O idiota segurava o braço dela com força e ela tentava se soltar, bufando de raiva.

Impossível não sorrir com a ameaça dela. Mas meu sorriso sumiu no segundo seguinte, quando percebi que o cara se recusava a soltá-la.

Me levantei e apressei o passo quando o cara puxou o braço pra trás, e antes que qualquer um pudesse reagir, ela meteu um chute bem no meio de suas pernas.

— Ai, caralho! — o homem gritou, se encolhendo igual um origami humano.

Até eu senti a dor.

— Desgraçado! — ela gritou, pronta pra mais um ataque.

Mas ele avançou e eu corri. Fiquei entre os dois no exato momento em que ela gritou de novo.

— EU DISSE PRA VOCÊ SUMIR, SEU...

Senti um jato forte, queimando como o inferno NO MEU ROSTO! Era spray de pimenta!

— Puta merda! — gritei, levando a mão aos olhos. — MAS QUE DROGA!

— Meu Deus, meu Deus, meu Deus! — ela ficou em pânico. — Você entrou na frente! Ai, droga! Desculpa, não era pra você!

— NÃO VAI ADIANTAR PEDIR DESCULPA AGORA! — gemi, tentando enxergar alguma coisa, mas parecia que meus olhos estavam pegando fogo.

— Vem comigo! Rápido, vamos lavar isso!

Ela puxou meu braço e eu fui, mais porque não enxergava nada do que por vontade própria. Senti o vento batendo quando entramos em algum lugar fechado, talvez o banheiro ou o depósito do restaurante.

— Abaixa! — ela pediu. — Isso, agora espera.

Ouvi a torneira abrindo e então, a mão pequena dela jogando água com cuidado no meu rosto.

Ardia pra caralho.

— Desculpa, sério... eu estava no meio de uma situação aqui, e aí você entrou na frente... quem mandou se meter?

— Quem manda jogar spray nos olhos dos outros? — resmunguei, tentando manter a calma.

— Eu tinha tudo sob controle, tá? Ele já estava quase indo pro chão de tanto chorar. — disse, quase convencida disso. — Você que quis bancar o herói.

— O cara ia te bater.

— E eu ia bater primeiro. Só que você estragou o meu movimento. — ela disse, rindo nervosa.

Comecei a lavar os olhos com mais água, repetidas vezes. Aos poucos, a ardência foi diminuindo, e finalmente consegui enxergar alguma coisa.

— Me deixa ver. — ela pediu, ficando na pontinha dos pés.

Ela era baixinha e ficou bem perto, talvez perto demais.

— Tá bem vermelho ainda... mas... nossa, você tem olhos bonitos. — ela disse do nada, e logo depois se afastou como se tivesse se tocado do que falou. — Quer dizer... vermelhos, mas bonitos.

— Obrigado... eu acho. — respondi, rindo baixo.

— Sério, me perdoa. Eu só estava tentando me livrar daquele escroto e nem vi que você estava ali.

— Tá tudo bem, já passou. — falei, ainda piscando devagar.

— Ainda assim... obrigada por me ajudar. Mesmo levando spray de pimenta na cara.

— De nada. E, se te consola, foi o segundo pior encontro que já tive com um spray de pimenta.

Ela riu.

— Eu juro que sou uma pessoa legal, tá? Só... com um leve histórico de violência quando to ameaçada.

— Acho que eu já entendi isso.

Alguém bateu na porta, perguntando se estava tudo bem.

— Tá sim! — ela respondeu alto. — Só um pequeno... incidente.

— Grande incidente. — corrigi.

Ela virou pra mim de novo, com um sorrisinho.

— Te pago um café depois que sua visão voltar cem por cento? Pelo menos pra compensar o ataque?

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