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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 267

— Nós. — respondi, levantando-me e ajudando Alice a ficar de pé.

— Olá! — ela veio até nós, cumprimentando com firmeza. — Eu sou a doutora Heloisa Vasconcellos. E antes que vocês se apresentem, preciso dizer que a Larissa me ligou ontem à noite. Disse que era pra eu cuidar da gravidinha como se fosse minha própria sobrinha.

Alice arregalou os olhos, surpresa, e depois riu, um pouco corada.

— Ai, meu Deus… a Larissa não existe mesmo.

— Ela é eficiente, isso sim. — eu ri junto. — E fofoqueira.

— Fofoqueira de primeira — completou a doutora, piscando para Alice. — Bom, vamos lá? Quero deixar vocês bem tranquilos antes do exame.

Entramos no consultório, um espaço iluminado e aconchegante, com uma poltrona para acompanhante e o equipamento de ultrassom já preparado. Alice sentou-se na maca, ainda me segurando com força.

Doutora Heloisa colocou as luvas e começou a explicar com calma.

— Hoje vamos fazer um ultrassom de rotina. É pra verificar o tamanho, o batimento e o desenvolvimento inicial. Vocês provavelmente vão ouvir o coraçãozinho. — Ela sorriu. — É emocionante, mas pode ser rápido, então prestem atenção.

Alice arregalou os olhos de novo.

— Rápido quanto? Tipo… segundos?

— Segundos. — A doutora assentiu, rindo do desespero dela. — Mas não se preocupe, se o bebê colaborar, a gente vê tudo com calma.

— Esse “se o bebê colaborar” é que me assusta — Alice murmurou, olhando pra mim como se eu pudesse controlar a criança.

Eu apertei a mão dela de novo, rindo.

Doutora Heloisa continuou, agora mais séria.

— Durante a gestação, é normal sentir enjoo, cansaço, tontura leve. Mas se tiver febre alta, sangramento, dor intensa ou perda de líquido, me liga imediatamente. Qualquer coisa diferente, não hesitem. É melhor prevenir.

Alice assentiu rapidamente, absorvendo cada palavra.

— Pode deixar. Eu… eu vou ligar até se for só um pressentimento.

— Melhor assim. — Heloisa sorriu, ajustando o aparelho. — Agora, vamos começar. Fiquem tranquilos, respirem fundo, e se preparem para ouvir o som mais bonito da vida de vocês.

Olhei para Alice. Ela me encarou, mordendo o lábio inferior, os olhos cheios de expectativa e medo.

— Pronta? — perguntei baixinho.

— Acho que nunca vou estar, mas… — ela respirou fundo, apertando minha mão com força. — Vamos lá.

Eu sorri, o coração batendo mais rápido que o normal, pronto para ouvir o som que mudaria tudo.

O som então preencheu a sala de repente, forte e ritmado, quase como um tambor. Por um segundo, fiquei sem ar. Era rápido, intenso… vivo.

Alice arregalou os olhos, a boca se abrindo em um sorriso trêmulo antes de se desfazer em lágrimas.

— Meu Deus… — ela sussurrou, apertando minha mão. — Parece… parece um cavalo galopando!

Eu não consegui segurar a risada, minha garganta apertada de emoção.

— Parece mesmo. — falei, rindo junto, a voz falhando.

Doutora Heloisa também sorriu, mexendo no aparelho para melhorar a imagem.

— Esse é exatamente o som que a gente quer ouvir. Coração forte, batendo a cerca de 150 batimentos por minuto. Perfeito para essa fase.

Alice chorava e ria ao mesmo tempo, os olhos grudados na tela onde a pequena imagem piscava em preto e branco.

— É tão… tão rápido. Eu achei que ia ser mais… sei lá, lento.

— No início, é assim mesmo. — Heloisa explicou com calma. — O coraçãozinho trabalha dobrado para garantir tudo que o bebê precisa.

Eu não tirava os olhos do monitor, mas minha mão continuava apertando a dela. Era impossível descrever o que eu sentia. Uma mistura de medo, alegria e uma certeza absurda de que tudo valia a pena.

A doutora ajustou o foco e apontou para a tela.

— Eu já faço isso, mas… e a insulina? A gravidez muda alguma coisa?

— Sim, e por isso teremos consultas mais frequentes. — explicou. — No começo, às vezes a necessidade de insulina até cai, mas depois, especialmente no segundo e terceiro trimestre, a resistência à insulina costuma aumentar. Ou seja, talvez você precise de doses maiores. Nós vamos ajustando juntas.

Alice respirou fundo, absorvendo cada palavra.

— E o bebê? Ele pode nascer com diabetes?

Heloisa balançou a cabeça.

— Não é assim que funciona. O diabetes tipo 1 não é transmitido diretamente, é uma condição autoimune. Existe uma pequena predisposição genética, mas é bem pequena. O que pode acontecer é o bebê nascer com glicose baixa logo após o parto, porque ele se acostuma com a quantidade de açúcar que você tem no sangue. Mas isso é temporário e a equipe médica já fica preparada para monitorar.

— Então… — Alice suspirou, mais aliviada. — Não é uma sentença.

— De jeito nenhum. — Heloisa sorriu. — Com o acompanhamento certo, a chance de vocês terem um bebê saudável é altíssima. E, pelo que vi hoje, vocês já estão no caminho certo.

Eu passei o polegar pela mão dela, olhando nos olhos da doutora.

— E quanto às crises? Tem algo que a gente deva ficar alerta?

— Hipoglicemia — respondeu Heloisa de imediato. — Se ela tiver tontura, suar frio, sentir tremores ou confusão mental, é sinal de que a glicose pode ter caído demais. Nesses casos, ela deve comer ou beber algo com açúcar rápido e me avisar. Mas, mais uma vez, com esse nível de controle, é totalmente administrável.

Alice me olhou, um brilho determinado nos olhos apesar do medo.

— A gente vai conseguir, né?

Eu sorri, apertando a mão dela.

— A gente já está conseguindo, pimentinha.

Heloise nos observou com um sorriso gentil.

— Exatamente. E eu vou acompanhar cada passo. Vocês não estão sozinhos nisso.

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