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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 302

🩵 Novo Início!

Vamos dar início à nova história que se chamará, O Último Refúgio do Coração.

Nela, vocês vão conhecer um lado mais profundo de Rafael e Lorena, com emoções, reencontros e segredos que prometem tocar o coração. 💫

Preparem-se para essa nova jornada!

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Aviso de conteúdo - gatilhos

Esta história aborda temas delicados, incluindo casamento tóxico, violência doméstica e situações de abuso emocional e físico. Sabemos que esses assuntos podem gerar gatilhos e causar desconforto em algumas pessoas.

A intenção da narrativa é mostrar força, resiliência e a possibilidade de buscar ajuda, assim como fará a protagonista ao longo dos capítulos. Queremos transmitir que é possível se proteger e se empoderar mesmo diante de situações difíceis.

Se você se sentir desconfortável em algum momento, está tudo bem em parar a leitura. A sua segurança emocional vem em primeiro lugar.

Para auxiliar na leitura, cada capítulo que contiver cenas sensíveis terá um aviso de gatilho, permitindo que você escolha se quer pular a cena ou continuar acompanhando a história.

Nosso objetivo é criar uma narrativa responsável, que gere reflexão e esperança, sem desrespeitar o bem-estar de quem lê.

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(Para não ficarem perdidos no tempo, vamos voltar para 6 meses antes do Diogo conhecer a Alice, então, aqui, Larissa ainda estava grávida da pequena Maria Eduarda)

Rafael

02/03 Quarta-Feira

Acordei com uma dor de cabeça que parecia um martelo batendo dentro do meu crânio. Fechei os olhos por um segundo, tentando lembrar onde diabos eu estava, até que o cheiro de perfume feminino e lençóis amassados me situaram. Suspirei passando a mão pelo rosto.

O quarto estava meio escuro, com as cortinas fechadas, garrafas de vinho pela metade e roupas espalhadas pelo chão… um clássico.

Virei pro lado e vi as duas, uma loira e a outra morena, ambas ainda dormindo. A morena tinha uma perna jogada por cima da minha e o cabelo bagunçado caindo sobre o travesseiro. Ela respirava devagar, com aquele sorriso de quem ainda sonhava.

Delicadamente, tirei sua perna de cima de mim e me levantei, sentindo o corpo meio pesado. Fui recolhendo minhas roupas pelo flat e comecei a me vestir.

Quando estava abotoando a calça, ouvi uma das duas se mexendo na cama.

— Hm... já vai, gato? — a loira perguntou com a voz arrastada e os olhos ainda semicerrados. — Achei que vinha pra mais uma rodada...

Soltei uma risadinha baixa.

— Adoraria, mas não dá, princesa. Tenho que trabalhar.

Ela fez bico, se esticando nos lençóis.

— Ah, que pena... estávamos só começando a se entender.

— É, eu percebi — falei, colocando o relógio e checando as horas. Quase oito. Droga. Eu tinha que estar na empresa às oito e meia pra entrevistar mais umas cinco candidatas.

Me aproximei da cama e me inclinei sobre ela.

— Mas eu não saio sem um beijo de despedida, né? — disse, antes de tomar a boca dela num beijo intenso. Ela gemeu baixinho, segurando meu pescoço, e eu precisei de força pra me afastar.

Virei pra outra, a morena, que ainda dormia de bruços e acertei sua bunda redonda exposta com um tapa firme.

— Ai! — ela soltou um gritinho, abrindo os olhos assustada, mas logo riu. — Bom dia pra você também, safado.

— Bom dia, gata. — sorri, pegando a carteira e as chaves. — Eu preciso ir, mas... a noite foi incrível.

— Hm, quem sabe a gente não brinca de novo depois? — a loira disse, sorrindo maliciosa.

— Quem sabe — respondi piscando.

Terminei de me vestir às pressas e fui saindo, enquanto as duas riam e se enroscavam de novo nos lençóis. Peguei meu celular do chão, enfiei no bolso e fechei a porta atrás de mim.

No corredor, respirei fundo tentando colocar os pensamentos em ordem. Entrei no carro, joguei as coisas no banco do passageiro e encostei a cabeça no volante por um segundo.

— Vamos lá, Rafael... foco. — murmurei pra mim mesmo, girando a chave e ouvindo o motor roncar.

Saí do estacionamento com o sol já subindo e o peso da ressaca me lembrando que talvez eu devesse maneirar mas, sinceramente? Sabia que não ia.

Cheguei em casa ainda com o cheiro das duas no corpo e um gosto amargo de ressaca na boca. Joguei as chaves em cima da bancada, tirei as roupas no caminho até o banheiro e entrei direto no chuveiro. A água gelada bateu na minha nuca e eu fechei os olhos, respirando fundo.

— Preciso parar de misturar noite e trabalho… — murmurei pra mim mesmo, mesmo sabendo que era pura conversa fiada.

Saí do banho, passei uma toalha no cabelo, vesti uma calça social com a camisa branca e o blazer cinza. Peguei o relógio e o celular, vendo que já eram quase oito e vinte.

Suspirei. Se eu pegasse um trânsito pesado, tava ferrado.

E claro, foi exatamente o que aconteceu.

Demorei mais de quarenta minutos pra atravessar o centro de Belos Campos. O trânsito parecia um estacionamento. Quando finalmente parei em frente à fachada da Nexarte, suspirei satisfeito. A fachada sempre me impressionava, era moderna, imponente, com aquele equilíbrio perfeito entre vidro, concreto e madeira. Era o tipo de arquitetura que dizia muito sem precisar de palavras. As linhas retas, o brilho discreto dos painéis e o contraste entre o frio do metal e o calor da madeira davam um ar de elegância que eu admirava desde a primeira vez que estive ali.

O letreiro branco refletia a luz do sol como se quisesse me lembrar de onde eu estava e do peso que aquele nome carregava. “Nexarte.” Eu tinha repetido tantas vezes esse nome nos últimos meses que agora parecia ecoar dentro de mim.

Aquele prédio era meu. Meu esforço, minha teimosia, minhas noites viradas. Eu tinha começado do zero, ainda na Alemanha, atendendo clientes por e-mail e reunião em café. Hoje, a Nexarte era uma empresa completa na área de redação, design, audiovisual, consultoria, publicidade... tudo.

E com um time maravilhoso de profissionais dedicados e criativa.

Agora faltava só uma assistente decente pra me ajudar a manter tudo funcionando no ritmo certo.

Estacionei, subi as escadas e entrei no saguão. Carol, na recepção, olhou pra mim e abriu aquele sorriso simpático de sempre.

— Bom dia, chefe! Dormiu bem?

— Dormir é uma palavra forte — respondi, dando um sorriso torto. — Mas tô vivo, então já é lucro.

Ela riu.

Ela se sentou com aquele movimento exagerado, cruzando as pernas bem devagar, tipo cena de filme, a cadeira até rangeu. Pigarreei e peguei o seu currículo, vendo que era metade em rosa-choque, com coraçõezinhos nos cantos.

— Então… é… senhora... — olhei o nome no topo. — Patrícia.

— Pati, pode me chamar de Pati. — piscou um olho.

Eu respirei fundo. “Ok, foco, Rafael. Entrevista profissional. Só trabalho.”

— Certo, Pati. Vejo aqui que você tem experiência com atendimento ao público e… — olhei mais de perto — …com vendas de cosméticos e também… “dança artística”?

Ela sorriu de orelha a orelha.

— Isso! Eu danço em eventos, sabe? Tipo aquelas apresentações de abertura de shows. Inclusive, se quiser, posso mostrar um pouco!

Antes que eu dissesse qualquer coisa, ela já tinha se levantado.

— Não, não precisa — comecei, mas era tarde.

Ela abriu os braços, tirou o casaco e começou a rebolar no meio da sala. Sim. Rebolar. Em plena entrevista.

Fiquei paralisado, olhando aquilo acontecer, enquanto o som do salto batendo no chão ecoava no meu escritório.

— É que eu gosto de mostrar entusiasmo — ela disse, parando e ajeitando o cabelo. — Acho importante o chefe saber o que a gente sabe fazer de melhor, né?

“Meu Deus do céu…” pensei, massageando a têmpora.

— Claro… entusiasmo é… ótimo. — forcei um sorriso. — Mas aqui o ritmo é outro, digamos assim.

Ela sentou de novo, inclinando o corpo pra frente de um jeito totalmente desnecessário.

— Eu aprendo rápido, viu? Posso ser… flexível, dependendo do que o senhor precisar.

Respirei fundo pela milésima vez.

— Aham. Olha, Pati… gostei da sua energia, mas a gente ainda tem várias entrevistas hoje. Vamos entrar em contato, tudo bem?

— Ah… mas já acabou? — ela fez bico. — Achei que ia ter mais perguntas.

— Já tenho o suficiente. — sorri educadamente. — Pode deixar que o RH fala com você.

Ela se levantou devagar, ajeitou o vestido e me deu outro sorriso carregado.

— Espero que a gente se veja de novo, hein?

— Uhum, pode deixar. — respondi, praticamente empurrando o “obrigado pela presença” com os olhos.

Quando ela finalmente saiu, fechei a porta e me encostei na cadeira, soltando o ar com força.

— Se todas forem assim, eu que peço demissão até o meio-dia — murmurei, passando a mão no rosto e rindo sozinho da situação.

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