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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 353

Ela parou a poucos passos de mim e deu um sorriso sem graça.

— Essa foi uma surpresa... — disse, meio sem jeito, ajeitando uma mecha solta de cabelo.

E eu juro, por um momento, esqueci até o que ia falar.

Lorena estava diferente. Nada de roupas formais, salto ou maquiagem. Ela usava um vestido leve, na altura dos joelhos, com pequenas flores estampadas. Sandália simples. O cabelo preso num coque bagunçado, e mesmo assim... linda. Linda de um jeito natural, que fazia meu peito apertar.

Tentei não encarar por tempo demais, mas falhei miseravelmente.

— Eu... — pigarreei, tentando recuperar o foco. — Eu fiquei preocupado e quis ver como você está.

Ela me olhou ainda um pouco surpresa.

— Entra, Rafael. — Ela fez um gesto com a cabeça e abriu o portão. — Já que veio até aqui, pelo menos aceita um café.

Segui atrás, sentindo o cheiro leve de flores que parecia vir dela. A casa era simples, mas tudo ali tinha um toque aconchegante. Móveis antigos, cortinas limpas, e um ar de lar que fazia falta nos apartamentos frios da cidade.

Sentei no sofá, tentando parecer à vontade, mas a verdade é que eu estava mais nervoso do que em qualquer reunião importante da empresa. Lorena ficou ali, de pé, parecendo meio sem saber o que fazer. Foi quando notei uma cicatriz fina em seu antebraço.

Antes que eu pudesse perguntar, ela percebeu meu olhar e forçou um sorriso.

— Vou pegar o café. — disse rápido, como se quisesse mudar de assunto.

— Espera — falei, estendendo a sacola que tinha trazido. — Trouxe bolo e suco.

Ela olhou surpresa, arqueando uma sobrancelha.

— Mesmo?

— Sim. — dei um pequeno sorriso. — Achei que podia servir pra acompanhar o café.

— Obrigada — respondeu, pegando a sacola com cuidado. — Vai servir sim.

Ela saiu em direção à cozinha, e eu fiquei sozinho na sala, olhando em volta. O lugar tinha cheiro de lar, de calma. Fotos antigas nas paredes, cortinas claras, o barulho distante de galinhas lá fora. Tudo aquilo parecia um mundo à parte do ritmo caótico da empresa, e por um instante me perguntei como seria viver assim, perto dela.

Respirei fundo. Eu parecia um adolescente nervoso, ensaiando o que dizer pra não parecer um idiota. “Fala que veio só pra saber se ela tá bem. Simples. Natural.”

Mas natural era justamente o que eu não conseguia ser quando estava perto dela.

Uns minutos depois, ela voltou com uma bandeja. O bolo já cortado, dois copos com suco e um cheiro bom de café recém-passado. Colocou tudo sobre a mesinha e se sentou no outro sofá, de frente pra mim.

— Realmente foi uma surpresa te ver aqui. — disse, cruzando as pernas com cuidado. — Eu nem sabia que você sabia onde meus pais moravam.

— Pra ser sincero, eu também não sabia. — cocei a nuca, desviando o olhar. — A Carol quem me falou...

Ela ficou em silêncio por um momento, só me observando, e depois assentiu, levando o copo de suco aos lábios.

— Entendi.

— Eu fiquei preocupado — admiti. — Queria saber como você estava.

Ela se mexeu um pouco, como se buscasse uma posição confortável.

— Eu tô bem. — respondeu, simples.

Assenti, tentando acreditar nas palavras dela, mas havia algo nos olhos de Lorena que dizia o contrário. E foi aí que percebi, quando ela tentou afastar uma mecha do cabelo, que ela estava sem aliança.

Meu coração deu um salto estranho, daqueles que você tenta disfarçar, mas o corpo não obedece. Ela percebeu o que eu olhava e baixou a mão, um pouco sem graça.

— Você... se separou? — perguntei baixo.

Ela respirou fundo antes de responder.

— Não formalmente, mas... tô pensando nisso.

Assenti devagar, tentando esconder o alívio que me atravessou de repente. Nossos olhares se encontraram e ficaram ali, presos um no outro por alguns segundos que pareceram longos demais. O ar entre nós pesou, e ela foi quem quebrou o clima, limpando a garganta.

— E a empresa? Como estão as coisas?

— Indo bem — respondi. — Mas... sinto falta de você lá. Desde que entrou, deixou minha vida bem mais fácil.

Ela sorriu. Aquele sorriso. E, juro, foi impossível não retribuir.

— Espero ter meu emprego de volta quando eu retornar — disse, brincando de leve.

— Claro que vai — garanti. — Não precisa se preocupar com isso.

Ela assentiu, respirando fundo, e o silêncio se instalou de novo. Um silêncio diferente, cheio de coisas que nenhum dos dois teve coragem de dizer.

O silêncio estava começando a me enlouquecer, então fui eu quem quebrou.

— E seus pais e a Alana? — perguntei, tentando disfarçar o nervosismo que crescia dentro de mim.

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