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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 384

Larissa estreitou os olhos para mim como quem enxerga até o que eu tento esconder. Sua mão pousou na minha perna de maneira leve, como se quisesse chamar minha atenção para si.

— O que está acontecendo? — ela perguntou com aquela voz doce que parece feita pra desmontar a gente.

Meu olhar caiu para sua barriga. O que sempre me desarma… e me paralisa.

Se eu falar, ela surta. Se eu abrir a boca, eu vou assustar ela. E eu não quero colocá-la em risco.

Respiro fundo.

— Não é nada, sério. Pode ficar tranquila.— minto com a maior naturalidade que consigo.

Ela claramente não acredita, mas, ao invés de insistir, muda completamente de assunto.

— Ah, você não tá sabendo… — ela diz, ajeitando o cabelo como quem vai anunciar a fofoca do século.

Arqueei a sobrancelha, curioso.

— Diogo tá com uma mulher.

Piscaria duas vezes se não estivesse tentando parecer normal.

— Hm. Tá, e daí? — respondo, tentando parecer desinteressado, mas a verdade é que qualquer assunto que não fosse eu mesmo já era um alívio.

— “E daí”?! — ela repete indignada. — Rafael, você não tá entendendo! A mulher tá fazendo a calmaria do Diogo subir pelas paredes. Eu nunca vi ele daquele jeito! Ele tá… distraído. Impaciente. Mexido!

A maneira como ela fala "mexido" me arranca um sorriso que eu não queria dar, mas escapa mesmo assim.

— Então é por isso que ele anda sumido… — digo, encostando a cabeça no sofá. — Tava achando estranho ele não me encher o saco nos últimos dias.

Larissa b**e palminhas baixas, animada, como se estivesse revelando a melhor notícia do fim de semana.

— Você precisava ver a cena! — ela continua, empolgada. — Ele estava falando com ela no telefone, Rafael, e o tom dele… meu Deus. Parecia um adolescente tentando não demonstrar que tá apaixonado. Fiquei chocada e o pior, ele tentando esconder de todo mundo… mas claro que eu percebi.

Eu rio de leve, apesar do nó no peito ainda estar ali, pesando.

— Diogo apaixonado… — digo, balançando a cabeça. — Essa eu quero ver de perto.

— Pois trate de aparecer mais na empresa então! — ela brinca, cutucando meu braço. — Porque ele tá se escondendo, mas o brilho na cara é impossível disfarçar.

Olhei para Larissa e o jeito como ela tenta me distrair sem jogar luz demais nas minhas sombras.

E, por um instante, o peso dentro de mim parece menos esmagador.

— Você é terrível, sabia? — digo, com um sorriso cansado.

— Sou maravilhosa. — ela retruca. — E vou continuar sendo até você me contar o que realmente tá acontecendo.

O sorriso morre um pouco nos meus lábios, mas não desaparece.

Ela sabe que eu tô caindo aos pedaços… mas hoje, pelo menos, ela me deixa fingir.

— Obrigado, Lari.

— Até parece que eu ia te deixar sozinho — murmura.

Saí da casa de lá com a cabeça cheia… mas menos sufocado. Mesmo assim, o caminho até minha casa pareceu mais longo do que o normal.

Quando entro, encontro minha mãe sentada no sofá, sozinha, com aquela postura que grita preocupação disfarçada. A TV estava ligada, mas ela nem está olhando pra tela.

— Mãe? — me aproximo devagar. — O que aconteceu?

Ela suspira cansado, o que me deixa alerta na hora.

— Seu pai não ficou muito bem o dia inteiro — ela diz baixinho. — Chamei o doutor. Ele passou aqui há pouco… disse que ele precisa relaxar mais. Esses picos de estresse não fazem bem.

Fechei os olhos e passei a mão no rosto. Outra coisa pra empurrar pra dentro.

— Acha que seria melhor vocês viajarem? — pergunto. — Eu sei lá… tirar ele daqui, dar um tempo. E ninguém conta pra ele o que tá acontecendo…

Minha mãe balançou a cabeça na mesma hora, firme.

— Ele nunca viajaria deixando esses problemas pra trás. Você conhece o pai que tem, Rafael. Ele se sente responsável por tudo.

Acenei com a cabeça, sem conseguir discordar. Conheço, sim.

Ela tenta me dar um sorriso mais leve, um que ela usa pra enxugar tristeza sem pano.

— E você? — pergunta. — Como estão as coisas? Como foi hoje na empresa?

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