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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 385

Ela ficou ali, parada em frente à minha mesa, como se também não soubesse pra onde ir. O silêncio entre nós ficou tão denso que eu quase podia segurá-lo com as mãos.

E aí ela fez o pior movimento possível: ajeitou um fio solto de cabelo atrás da orelha. Eu quase perdi a cabeça.

Tirei os olhos dela por um instante, tentando recuperar algum controle. Passei a mão pela nuca, respirei fundo.

— Rafael… — ela chamou meu nome como se estivesse pisando num campo minado.

— Lorena… — respondi, sem coragem de olhar de novo. — A gente não pode.

— Eu sei — ela sussurrou.

Levantei os olhos e ela parecia partida no meio, metade querendo ficar, metade lembrando do motivo pelo qual não podia.

— Se eu ficar mais um segundo aqui… — ela começou, com a voz trêmula. — Eu vou esquecer de tudo.

Meu peito doeu. Literalmente doeu.

— Eu também — admiti, sem conseguir esconder nada.

Ela fechou os olhos, exalou devagar, como se estivesse tentando empurrar a própria vontade.

E então deu um passo pra trás, depois outro.

— Eu… vou deixar você trabalhar. — Sua voz ainda vacilava.

Ela virou para sair, e eu quase a chamei de volta. Quase estendi a mão e fiz tudo ao contrário do que um homem com um mínimo de juízo faria.

Mas fiquei parado, assistindo ela se afastar.

Antes de abrir a porta, ela olhou por cima do ombro. Um olhar rápido, mas cheio e então sumiu no corredor.

Porque a atração entre nós dois? Ela não diminuiu, não passou.

Estava ali mais presente que tudo.

Mas, Deus… Como eu queria.

***

Não imaginava, mas precisava realmente de uma noite com aqueles caras. Consegui conversar, finalmente me abrir sobre o que sinto por Lorena e como já imaginava, os dois me disseram para manter distância.

E o principal, bebi muito mais do que devia e agora estava pagando caro por isso.

Acordei com a cabeça latejando como se alguém tivesse enfiado um martelo dentro dela e estivesse testando resistência. A luz que entrava pela brecha da cortina parecia um ataque pessoal. Eu nem sabia como tinha chegado em casa.

Alguém bateu na porta.

Ou melhor… alguém decidiu arrombar meu crânio batendo na porta.

— Pode entrar… — murmurei, rolando de lado e apertando os olhos.

A porta abriu devagar e Milena entrou praticamente pulando, radiante como se o sol tivesse se tornado gente.

— BOM DIAAAA! — disse ela, sorrindo até a alma.

Eu gemi.

— Pelo amor de Deus, fala baixo…

Ela riu, se jogando na pontinha da cama.

— Dormiu bem, bêbado? — ela me provocou.

— Não faço ideia… — esfreguei o rosto, tentando lembrar de alguma coisa. — Como eu voltei?

— Ah, isso aí é fácil — Milena deu um sorrisinho malicioso. — O Diogo te trouxe. E precisou do Nicolas e do Ruan pra te carregar escada acima. Você tava APAGADO, tipo morto-vivo mesmo.

Suspirei, envergonhado e com a cabeça pesando uns três quilos adicionais.

— Maravilha… que cena linda eu devo ter feito.

— Foi ótimo. Eu devia ter filmado — ela riu alto, e minha cabeça quase estourou. — Mas… o Diogo tá um colírio pra esses olhos aqui. Ele já era gato, mas agora tá bonito de um jeito irritante.

Eu acabei rindo, mesmo morrendo por dentro.

— A fila andou — falei, lembrando da conversa de ontem.

Milena arregalou os olhos.

— Ele tá namorando?!

— Não… — corrigi. — Tá de rolo com uma mulher. E parece que a coisa vai ficar mais séria.

— Tch, que saco. — Ela cruzou os braços, bufando. — O Diogo é mó crush coletivo, ele devia ser patrimônio público.

— Você é ridícula — falei rindo fraco, tentando levantar da cama.

Milena riu também, e se levantou com um saltinho.

— Vou deixar você sobreviver aí. Toma um banho, você tá com cara de que brigou com um caminhão e perdeu.

— Obrigado pelo carinho. — Revirei os olhos.

Ela deu um beijo rápido no topo da minha cabeça e caminhou até a porta.

— Ah, e tem café lá embaixo. A mãe fez vitamina de banana pra você não morrer.

— Perfeito… — murmurei.

A porta bateu e eu fiquei sozinho no quarto.

A cabeça latejava, mas… a noite anterior tinha sido boa.

Necessária.

Eu tinha me sentido menos sozinho por algumas horas.

Levantei devagar, respirando fundo, e fui pro banheiro. Precisava de água fria, muito sabonete e um pouco de paz.

***

Três dias.

Três dias fazendo exatamente aquilo que eu mais detestava fazer com alguém: me afastar. E pior… me afastar de quem eu mais queria por perto.

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