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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 564

~ NICOLÒ ~

A lareira da sala de estar estava quase apagada quando desci para cuidar dela pela última vez antes de ir dormir. Apenas algumas brasas ainda brilhavam fracamente, lançando sombras dançantes nas paredes. Peguei o atiçador e comecei a mexer nas cinzas, garantindo que estava tudo seguro antes de adicionar mais algumas toras de lenha para manter um calor mínimo durante a noite.

A sala estava vazia. Silenciosa. Era assim aos domingos à noite, depois que a maioria dos hóspedes que vieram para o final de semana já tinha partido. A pousada ficava praticamente vazia durante os dias da semana, apenas um ou outro viajante solitário ocasionalmente, turistas fora de época que conseguiam preços melhores justamente por virem quando ninguém mais vinha.

Era assim que sobrevivíamos. Nos arrastando de um final de semana até o próximo, esticando cada euro, fazendo o dinheiro render o máximo possível para manter a propriedade funcionando e ainda pagar as. Dívidas que pareciam não diminuir nunca, não importava quanto trabalhássemos, quanto economizássemos, quantos sacrifícios fizéssemos.

Não era fácil. Nunca tinha sido fácil, mas nos últimos anos tinha ficado cada vez mais difícil. A concorrência das vinícolas maiores, mais modernas, com orçamentos enormes para marketing. Os custos crescentes de manutenção de um prédio antigo. Os impostos que pareciam aumentar a cada ano. Tudo se acumulando em uma montanha cada vez mais difícil de escalar.

Mas ainda assim, eu precisava fazer todas as tarefas, todos os dias. Consertar o que quebrava. Limpar o que sujava. Cozinhar quando precisava. Sair com o caminhão de turismo quando tinha hóspedes suficientes para justificar um tour. E torcer para que um milagre acontecesse e conseguíssemos ao menos respirar por um tempo maior sem a pressão constante da falência nos perseguindo.

Porque a alternativa era vender tudo. E eu jamais me perdoaria se tivesse que chegar a esse ponto.

Sabia como as coisas aqui eram importantes para minha mãe. Esta propriedade não era apenas uma casa ou um negócio para ela. Era onde tinha construído uma vida com meu pai. Onde tinha me criado. Onde cada pedra, cada árvore, cada canto tinha memórias de décadas de amor e trabalho duro. Perder isso seria como arrancar um pedaço da alma dela.

E, a bem da verdade, era importante para mim também. Tinha crescido correndo por esses vinhedos, aprendido a fazer vinho com meu pai nas adegas antigas, conhecido cada centímetro dessa terra. Era um legado. Um legado que um dia eu queria deixar para Bella. Não como um fardo esmagador como tinha se tornado para mim, mas como algo que pudesse garantir o futuro da minha filha. Como algo que ela pudesse escolher manter ou não, mas que teria valor real para oferecer.

Foi quando ouvi passos atrás de mim. Virei-me e vi Bianca parada na entrada da sala.

— Precisa de ajuda? — perguntou, já se aproximando antes mesmo que eu pudesse responder.

— Não precisa — disse, mas ela já estava pegando algumas toras de lenha da pilha ao lado da lareira. — Você é hóspede. Não tem que fazer trabalho manual.

— Ex-hóspede, tecnicamente — corrigiu ela com um pequeno sorriso. — E além disso, não me importo de ajudar.

Trabalhamos em silêncio por alguns minutos, arrumando a lenha, organizando as ferramentas. Era um silêncio confortável, não forçado, como se tivéssemos feito aquilo juntos centenas de vezes antes.

— O jantar estava delicioso — disse Bianca eventualmente. — Sua mãe é uma cozinheira incrível. Aquele risotto de cogumelos? Perfeito. E o tiramisù no final? Eu ia pedir a receita mas sei que cozinheiras italianas nunca revelam seus segredos.

Ri.

— Você está certa. Minha mãe guarda as receitas dela como segredos de estado.

— É parte do charme — disse Bianca, se sentando no braço do sofá. — Cada família tendo suas próprias versões, passando de geração em geração.

Assenti, colocando uma última tora de lenha no lugar. Foi quando senti Bianca se mexer, enfiando a mão no bolso da calça. Quando olhei, ela estava segurando uma pequena caixinha de veludo que reconheci imediatamente.

— Queria devolver isso para você — disse ela, estendendo a caixinha. — E agradecer a Martina por ter me deixado usar. Por ter confiado algo tão valioso a uma completa estranha.

Peguei a caixinha, sentindo o peso familiar dela na palma da mão

— É linda — continuou Bianca, sua voz suave. — E é lindo que ela tenha guardado até hoje. Deve ter muito significado para ela.

— Tem — confirmei, abrindo a caixinha para olhar o anel mais uma vez. A pedra ainda brilhava mesmo na luz fraca da lareira. — É uma das poucas coisas valiosas que ela não se desfez quando precisamos levantar dinheiro para salvar a pousada. Vendemos quase tudo que tinha algum valor. Pratarias antigas da família, alguns móveis antigos que valiam algo, mas isso ela se recusou a vender.

— Memórias assim têm um valor inestimável — disse Bianca, e havia compreensão real em sua voz.

— Têm — concordei, fechando a caixinha e a guardando no bolso. — Mas no fim do dia, um valor estimável faz falta. Especialmente quando você tem contas para pagar e uma filha pequena para criar.

Vi Bianca me estudar por um longo momento, seus olhos azuis refletindo a luz do fogo.

— A villa vai tão mal assim? — perguntou, e não havia julgamento em sua voz. Apenas curiosidade genuína.

Capítulo 564 1

Capítulo 564 2

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