Diogo
Depois de um dia inteiro lidando com a burocracia do incêndio, laudos, seguradora, ligações infinitas, eu só queria desligar. Meu corpo estava cansado, a cabeça fervendo… mas saber que ia ver a pimentinha no fim do dia foi o que segurou minha sanidade.
Estacionei em frente à casa dela e esperei e então a porta se abriu.
E, puta merda.
Alice surgiu com um vestido vermelho que grudava no corpo dela como se tivesse sido costurado ali, com um decote delicado e uma fenda que me deixou sem ar por alguns segundos. O cabelo solto, meio bagunçado de propósito, as sandálias douradas e um batom combinando com o fogo que ela parecia carregar no olhar.
Ela não era só bonita, era o tipo de mulher que fazia o mundo girar meio torto.
Desci do carro sem nem pensar e caminhei até ela, que sorriu quando me viu.
— Você tá... — me aproximei, deixando um beijo leve na bochecha dela — linda.
Ela riu, com aquele brilho no olhar que me desestabilizava.
— Você também não tá nada mal, bilionário.
Soltei uma risada curta.
— Bilionário?
— Ué. CEO, carrão, terno bem cortado… ou você prefere “príncipe do asfalto”?
— Pode escolher o apelido que quiser, contanto que continue sorrindo assim pra mim.
Ela desviou o olhar por um segundo, fingindo que não era com ela. Abri a porta do carro e fiz um gesto com a cabeça.
— Sua carruagem, senhorita.
— Agradecida, vossa excelência.
Entramos no carro e ela acomodou o vestido com cuidado e suspirou, olhando pra frente.
— Tá, agora me conta, pra onde exatamente você vai me levar? Porque eu me arrumei toda e nem sei se o lugar é chique, despojado ou se a gente vai comer pastel na feira.
Olhei pra ela, rindo.
— Um restaurante que eu gosto muito e acho que você também vai gostar.
Ela virou o rosto na minha direção, arqueando uma sobrancelha.
— Não tenta me conquistar, Montenegro… ou eu vou acabar caindo direitinho.
— E eu jamais me arriscaria a levar um pé na bunda da pimentinha mais bonita da cidade.
Ela soltou uma gargalhada gostosa e, por um momento, tudo de ruim do dia desapareceu.
O caminho seguiu leve. Conversamos sobre coisas aleatórias, sem forçar nada.
— E a sua empresa… é mesmo tudo aquilo que dizem?
— Depende do que andam dizendo por aí. — dei de ombros — A Montenegro Holdings começou com meu pai. Hoje a gente atua em vários países, principalmente em engenharia e tecnologia sustentável. Mas confesso que minha parte favorita é quando consigo usar isso pra algum impacto social.
— Tipo?
— Projetos de energia limpa em comunidades, reurbanização de áreas de risco… esse tipo de coisa. E você? Como foi parar naquela ONG?
— Ah… — ela passou a mão no cabelo — quando eu cheguei em Belos Campos, não conhecia ninguém. Eles me ajudaram bastante. Me deram apoio, até orientação de saúde, sabe? Quando consegui me estabilizar, decidi retribuir um pouco.
Aquilo me pegou de surpresa. Nunca imaginei que Alice tivesse passado por alguma situação difícil, mas ela não falou muito e eu percebi isso.
Ela era como um livro com páginas arrancadas, algumas visíveis, outras escondidas. E eu queria ler cada uma delas.
Chegamos ao restaurante, estacionei e a levei até a entrada. Ela parou e olhou em volta, surpresa.
— Uau… Diogo…
O lugar era mesmo especial. Fachada rústica, iluminada por pequenas lâmpadas penduradas que balançavam com a brisa. O interior era acolhedor, madeira por todos os lados, cheirando a ervas e vinho bom.
Um homem se aproximou da porta e me cumprimentou com um aperto de mão firme.
— Senhor Montenegro, que prazer revê-lo. A sua mesa está pronta.
Subimos uma escada de madeira discreta e, lá em cima, Alice parou.
— Nossa…
O mezanino era um jardim encantado. Flores pendiam do teto, uma cascata suave caía numa parede de pedra e o som da água misturava-se à música instrumental de fundo. Havia poucas mesas, todas bem afastadas umas das outras com velas.
— Isso é… — ela riu, meio sem graça — lindo.
— Eu sabia que você ia gostar.
Puxei a cadeira pra ela e logo um garçom se aproximou com os cardápios.
Alice pegou o dela, olhando confusa para os nomes e descrições sofisticadas.
— Eu devia ter comido um pacote de miojo antes. Não tô entendendo metade disso aqui.
Ri e apontei para uma das opções.
— Confia em mim. O filé grelhado com crosta de ervas, purê de batata defumada e cogumelos salteados é excelente. Simples, mas refinado.
Ela me olhou com aquela expressão marota.
— Se for ruim, eu vou jogar na sua cara pro resto da vida.
— Justo. Mas duvido que você reclame.
Ela entregou o cardápio, ainda sorrindo e eu também sorri.
Alice girou o vinho na taça com leveza, enquanto eu observava seu olhar passear pelo salão aconchegante do restaurante. Ela parecia à vontade, curiosa, mas com aquele brilho travesso nos olhos como se estivesse prestes a aprontar alguma.
— E seus pais? — perguntei, mais por querer conhecê-la do que por mera curiosidade. — Tem irmãos?
Ela parou o movimento da taça, respirou fundo e olhou pra mim como se eu tivesse tocado num ponto que ela mantinha trancado a sete chaves.
— Prefiro não falar sobre eles — respondeu, com um sorrisinho de canto. Sem mágoa, mas com aquela firmeza que deixava claro: era um território proibido.
Ela deu um riso tímido, meio surpresa com o elogio e baixou os olhos por um instante antes de encarar de novo os meus.
Naquele instante, eu soube: não importava o quanto ela brincasse ou dissesse que entre a gente não era sério. Essa mulher tinha entrado na minha vida feito furacão... e estava difícil demais querer sair ileso.
O garçom trouxe nossos pratos e colocou diante de nós. Alice pegou o talher e, na primeira garfada, soltou um suspiro audível.
— Meu Deus, isso aqui tá absurdo de bom. — Ela fechou os olhos por um segundo, como se estivesse absorvendo o sabor com a alma. — Eu nem sei o nome disso, mas podia comer isso pro resto da vida.
— Fico feliz que você gostou. — Sorri, observando o jeito como ela se derretia com cada mordida.
— Se a vida fosse só vinho e esse prato, eu não reclamava de nada.
— E eu? Não entra no pacote?
Ela me lançou aquele olhar cheio de malícia por cima da taça.
— Você entra como bônus especial.
Dei risada, achando graça no jeito dela. Mas no instante seguinte, Alice largou o talher, deu a volta na mesa e se sentou na cadeira ao meu lado. Fiquei olhando, confuso.
— O que você tá fazendo?
— Senti saudade de ficar perto. — Ela respondeu simples assim, e apoiou a mão na minha coxa, por debaixo da toalha.
A respiração prendeu no meu peito, a mesa onde estávamos era mais reservada, num canto discreto do restaurante, mas mesmo assim… eu não esperava por isso agora.
— Alice… — murmurei, tentando parecer firme. — Não brinca com fogo.
Ela sorriu, como se eu tivesse acabado de desafiá-la. Sua mão subiu, lentamente, explorando minha coxa até alcançar o cinto da calça. Apertou de leve.
Soltei um suspiro baixo, já sentindo meu corpo reagir.
— Você me deixa louco sempre — falei, minha voz já rouca.
Segurei a mão dela e a guiei mais pra baixo, até ela sentir. Ela ofegou baixinho ao perceber o quanto eu já estava pronto pra ela.
— Diogo... — sussurrou, com aquele olhar que misturava desejo e provocação.
Virei um pouco o corpo, deslizei os dedos pela nuca dela e a puxei pra mim, colando nossos lábios num beijo quente, urgente, cheio de tudo o que a gente vinha segurando.
Quando nos afastamos, nossos olhos estavam grudados e o ar parecia carregado de eletricidade.
— Quer ir agora? — ela perguntou, com um sorrisinho nos lábios, os olhos escuros brilhando.
— Quero. — Assenti na mesma hora.
Chamei o garçom com um gesto rápido, deixei algumas notas dobradas sobre a mesa e levantei, segurando a mão dela. Alice veio junto, com aquele andar que me deixava louco.
Saímos do restaurante até o estacionamento. Assim que chegamos perto do carro, parei, virei ela de costas contra a porta e a beijei de novo, com ainda mais intensidade. As mãos dela subiram pelas minhas costas e ela gemeu baixinho contra minha boca.
— A gente precisa chegar logo no hotel — sussurrei no ouvido dela, sentindo meu controle se dissolver.
Ela assentiu, sem nem pensar e entramos no carro.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...