Diogo
Estávamos deitados na cama, ainda nus, suados e ofegantes, apenas com a nossa respiração pesada sendo o único som. Podia sentir sua pele colada à minha e o cheiro delicioso que ela tinha. Encarava o teto, tentando controlar a vontade de estar com ela outra vez, mas eu sabia que tinha que deixá-la descansar um pouco.
Alice suspirou ao meu lado e se mexeu, pegando o celular na mesinha de cabeceira ao lado. O brilho da tela iluminou o seu rosto antes de ela me olhar.
— Caramba... — ela murmurou. — São três e quarenta. Eu preciso ir, tenho que trabalhar cedo, pego o turno das sete.
Ela começou a se sentar, procurando a roupa jogada no chão, mas eu a puxei de volta pra cama com um beijo demorado. Não estava pronto para deixá-la ir.
— Gosto disso. — murmurei contra os seus lábios. — Da gente assim, sem cobranças, perguntas pessoais demais... só a gente e o que quisermos viver.
Ela me olhou de lado, curiosa, arqueando uma sobrancelha.
— Tá querendo propor um contrato verbal, Montenegro?
— Tô propondo que a gente continue assim. Quando um quiser, liga e se os dois estiverem a fim, acontece. Nada de compromisso, nada de ficar no pé, só o que nós já estamos fazendo.
Ela ficou em silêncio por uns segundos, olhando pra mim. Parecia avaliando minhas palavras, medindo os riscos.
— Então... só isso? — ela perguntou. — Sem cobranças, sem sentimentos, só desejo?
Assenti, confiante.
— Só o que a gente sente quando se toca.
Ela sorriu, mordeu levemente o lábio inferior e se inclinou para me beijar outra vez.
— Tudo bem, eu gosto dessa ideia.
Soltei um meio sorriso, satisfeito com a resposta e antes que ela pensasse em levantar de novo, com um único movimento virei ela de costas pra cama e fiquei por cima.
— Eu levo você pra casa, sim. — sussurrei, colando nossos corpos outra vez. — Mas só depois de ouvir você gemer de novo.
Ela sorriu, puxou meu rosto pra perto e me beijou com uma fome renovada.
***
O relógio do painel marcava 04:17 da manhã quando estacionei na frente da casa dela. A rua estava silenciosa, com aquele ar frio da madrugada que deixava tudo mais parado e quase fora do tempo.
Alice olhou pra mim, ainda meio descabelada, os lábios marcados pelos nossos beijos e um sorriso discreto no rosto. Ela se ajeitou no banco, pegando a bolsa no colo.
— Valeu pela carona… e, bom… por tudo. — disse, com aquele olhar malicioso que já me deixava com vontade de puxá-la de volta.
— Agradece não. — falei, me inclinando pra mais um beijo. — Você ainda vai ter que devolver.
Ela riu contra a minha boca e mordeu meu lábio de leve antes de abrir a porta.
— A gente se fala, tá?
Assenti, observando enquanto ela descia ajeitando a saia e caminhava até o portão. Só liguei o carro de novo depois que ela entrou e trancou.
Fiquei ali por alguns segundos, encarando o nada. Um caso casual com Alice... não parecia uma má ideia. Na real, fazia tempo que eu não me sentia tão à vontade com alguém assim, sem precisar bancar o CEO, o irmão responsável, o cara com passado fodido tentando manter a sanidade. Com ela, era só desejo, instinto e pele.
E pra ser sincero, eu não conseguia tirá-la da cabeça de nenhuma forma. Desde o dia que conheci aquela mulher teimosa, com respostas afiadas e um olhar que me desarmava.
Mas ela não parecia do tipo que se apegava e isso, por agora, era tudo que eu precisava.
Dirigi até a cobertura sem pressa, sabendo que o silêncio da madrugada me fazia bem. Quando cheguei, joguei as chaves no balcão da cozinha, tirei a camisa no caminho até o quarto e me larguei na cama como se o colchão fosse o único lugar do mundo que eu queria estar.
Fechei os olhos e respirei fundo. Meu corpo ainda estava cansado, a pele marcada pelo toque dela… mas a mente, curiosamente leve.
Não precisava pensar em nada agora.
O despertador tocou às oito em ponto, mas eu já estava acordado. Na verdade, mal dormi depois das poucas horas de sono. O corpo ainda lembrava da noite passada, mas a cabeça… ela não desligava.
Mesmo com a noite deliciosa que tive com Alice, minha mente ainda forçava a lembrar que as coisas ainda estavam fora de controle. Depois do incêndio na fábrica, uma parte de mim estava em alerta constante.
Peguei o celular e, antes de qualquer coisa, enviei uma mensagem para Jonas. Ele respondeu quase de imediato, o que me fez ligar na hora.
— Jonas?
— Bom dia, senhor Diogo.
— Desculpa te incomodar logo cedo… e num sábado, pra piorar. Eu sei que você devia estar descansando, mas…
— Sem problemas. Eu estava terminando de organizar as imagens da câmera de segurança da entrada leste da fábrica.
Me levantei, indo até a cafeteira da cozinha e ligando-a com um só toque.
— E então, conseguiu algo?
— Consegui. Um dos pontos de monitoramento externo pegou a chegada de um veículo por volta das 04h27 da manhã. O cara estacionou no ponto cego da lateral, mas a câmera da rua pegou a placa antes dele virar. Já puxei no sistema e o carro é alugado.
— Merda… — murmurei, passando a mão pelos cabelos. — Onde?
— Locadora “UniAuto”, filial do centro. Já verifiquei que a reserva foi feita dois dias antes.
— Jonas… — falei, soltando um suspiro pesado. — Você é bom no que faz, cara. Sério, eu vou te recompensar por isso.
— Só tô fazendo meu trabalho, senhor. Mas obrigado.
— Me envia o endereço dessa filial e o nome da atendente que processou a locação, se tiver. E, por favor, mantenha isso entre nós por enquanto.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Gostaria de dizer que plágio é crime. Essa história é minha e não está autorizada a ser respostada aqui. Irei entrar com uma ação, tanto para quem está lançando a história como quem está lendo....
Linda história. Adorando ler...
Muito linda a história Estou gostando muito de ler Só estou esperando desbloquear e liberar os outros que estão faltando pra mim terminar de ler...
Muito boa a história, mas tem alguns capítulos que enrolam o desfecho. Ela já tá ficando repetitiva com o motivo da mágoa...
História maravilhosa. Qual o nome da história do Diogo?...
Não consigo parar de ler, cada capítulo uma emoção....
Esse tbm. Será que nunca vou ler grátis...