(Diogo)
Chegamos na cobertura em silêncio, e eu podia sentir a respiração pesada de Alice ao meu lado. Assim que as portas do elevador se fecharam, ela soltou um suspiro e praticamente se deixou cair no sofá, apoiando o corpo de forma cansada.
Me aproximei por trás, deslizando as mãos pelos ombros dela, e comecei a massageá-la com firmeza. O gemido baixo que escapou de sua garganta me fez sorrir contra a nuca dela.
— Hm… isso tá bom demais… — ela murmurou com os olhos fechados.
— Você merece relaxar — respondi, apertando um pouco mais, tentando aliviar a tensão do seu corpo.
De repente, o celular dela começou a apitar em cima da mesa. Alice suspirou, pegando o aparelho.
— O que foi? — perguntei, curioso.
— É o despertador… hora do meu remédio.
Assenti e soltei os ombros dela.
— Onde está sua bolsa?
Ela apontou com o dedo, preguiçosa, para o canto da sala. Fui até lá, peguei a bolsa e comecei a procurar.
— Diogo! — a voz dela saiu em alerta, mais alta. — Deixa que eu pego!
Mas já era tarde. Entre as coisas, encontrei o estojo com os remédios dela… e uma sacolinha de farmácia com algo que eu já sabia o que era. Tirei devagar e parei, segurando a sacola, virando para ela surpreso.
— Você… já fez?
Alice arregalou os olhos e negou com a cabeça rapidamente.
— N-não… eu ia… mas… — gaguejou, nervosa.
Respirei fundo, tentando conter a enxurrada de pensamentos que me atingiu. Fui até ela, entreguei o remédio e me afastei em seguida, indo até a cozinha. Peguei um copo d’água e voltei, entregando em silêncio. Ela bebeu, mas percebi o quanto suas mãos tremiam.
Sentei ao lado dela no sofá, segurando os testes.
— Você pode fazer agora.
Ela me olhou surpresa, mordendo o lábio.
— Eu queria… preparar uma surpresa bonita, sabe? Caso você fosse… se tornar pai de novo. Não dessa maneira.
Sorri de canto, me inclinando para beijar a testa dela.
— Vai ser especial do mesmo jeito, meu amor. Especial porque eu vou descobrir junto com você.
Os olhos dela marejaram, mas ela assentiu devagar. Ficamos ali, em silêncio, até ela respirar fundo.
— E se eu não estiver? — perguntou baixinho, quase como se tivesse medo da resposta.
Toquei o queixo dela, forçando-a a olhar para mim.
— Se não estiver, tudo bem… a única certeza é que sem praticar a gente não vai ficar.
Ela riu nervosa, mas o som aliviou o peso no ar. Me levantei e estendi a mão para ela, que ficou alguns segundos só olhando para a minha mão, como se precisasse de coragem, e então a segurou. Caminhamos juntos até o banheiro.
— Espera aqui fora — ela pediu, antes de fechar a porta.
Assenti, esperando com o coração disparado. Alguns minutos depois, ela abriu a porta. Segurávamos os testes juntos, colocando-os no potinho. Agora, só restava esperar.
Eu não soltei a mão dela em nenhum momento. Alice estava inquieta, mordendo o lábio, e eu sentia minha própria respiração falhar.
Apertei os dedos dela entre os meus, num aperto firme.
— Vai dar certo, de qualquer jeito. Estamos juntos nisso.
Olhei no relógio, o ponteiro parecia mais lento que nunca.
— Já deu tempo.
Alice assentiu devagar, com o olhar nervoso. Ela inspirou fundo, como se quisesse gravar aquele momento na memória.
— Vamos ver juntos… — murmurou. — Pegamos o teste virado para baixo e viramos ao mesmo tempo, pode ser?
— Pode — confirmei, minha voz saindo mais rouca do que eu queria.
Nos aproximamos da pia. Minhas mãos estavam quentes, suadas, e percebi que as dela também tremiam. Seguramos o teste juntos, ainda de cabeça para baixo. Por um instante, nossos olhos se cruzaram e eu vi o medo e a esperança misturados no olhar dela, o mesmo que eu sentia.
E então, viramos.
Positivo.
Os primeiros cinco segundos foram um silêncio ensurdecedor. Cinco segundos que pareceram horas dentro da minha mente… e eu imaginava que na dela também. Eu seria pai novamente. Mas dessa vez… dessa vez eu não deixaria escapar nenhum detalhe, nenhum momento. Eu acompanharia tudo do nosso filho.
Um sorriso involuntário tomou conta do meu rosto. Soltei uma risada curta, meio nervosa, e puxei Alice para meus braços, erguendo-a do chão. Girei com ela no ar, enquanto ela sorria, incrédula, como se ainda não acreditasse no que estava acontecendo.
Coloquei-a de volta no chão, segurei seu rosto entre minhas mãos e vi que lágrimas já escorriam por sua pele macia. Passei o polegar devagar, limpando-as.
— Você está grávida… — sussurrei, sem acreditar que dizia aquilo em voz alta.
— Eu estou grávida… — ela repetiu, quase como um mantra, ainda abalada.
Antes que mais lágrimas caíssem, eu a beijei. Um beijo profundo, cheio de amor, cheio de tudo que eu sentia e não sabia colocar em palavras. Quando nos afastamos, fiquei apenas olhando para ela, tomado por uma emoção que nunca tinha experimentado. Era uma sensação boa, quase desconhecida, mas tão intensa que parecia incendiar meu peito.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...
Gostaria de dizer que plágio é crime. Essa história é minha e não está autorizada a ser respostada aqui. Irei entrar com uma ação, tanto para quem está lançando a história como quem está lendo....
Linda história. Adorando ler...
Muito linda a história Estou gostando muito de ler Só estou esperando desbloquear e liberar os outros que estão faltando pra mim terminar de ler...
Muito boa a história, mas tem alguns capítulos que enrolam o desfecho. Ela já tá ficando repetitiva com o motivo da mágoa...
História maravilhosa. Qual o nome da história do Diogo?...
Não consigo parar de ler, cada capítulo uma emoção....