Saímos da empresa juntos, e eu só queria tirar Alice daquele clima pesado. Peguei o carro e a levei para um restaurante mais reservado, daqueles que a gente já tinha o costume de ir quando queria um pouco de paz. Sentamos, pedimos a comida, e no intervalo, ela me olhou, apoiando o queixo na mão.
— E aí… como foi com a Lurdes e o Renato? — perguntou, a voz suave, mas curiosa.
Soltei um suspiro pesado, encostando no encosto da cadeira.
— Do jeito que eu já imaginava… — respondi. — Os dois negaram até o fim. Juraram de pé junto que não sabiam de nada, que estavam só “cuidando” do dinheiro do Lucas.
Alice franziu o cenho.
— E você acreditou?
Balancei a cabeça, sentindo a raiva crescer de novo.
— Não. E o que mais me doeu foi ver o luxo em que eles viviam… carros, viagens, roupas caras… tudo bancado com o dinheiro do menino. Enquanto isso, meu filho estava naquele inferno de colégio, largado como se fosse nada.
Ela não falou nada de imediato, só estendeu a mão por cima da mesa e segurou a minha. O toque dela me deu uma calma que eu não encontrava sozinho.
— Eu vou tirar tudo deles, Alice. — continuei, firme. — E os dois filhos deles… vão estudar no meu colégio. Quer dizer… eu preciso dar um novo nome pra aquilo. Não quero que associem o lugar com essa sujeira toda.
Ela apertou minha mão e assentiu.
— A gente pode escolher juntos. — disse com um pequeno sorriso. — Mas eu acho melhor mandar as crianças pra outro lugar por enquanto. Enquanto o colégio passa pela reforma, eles merecem um ambiente novo, limpo, sem essas marcas.
Sorri de lado.
— Isso é uma boa ideia. Confesso que nem pensei direito sobre isso ainda.
Olhei fundo nos olhos dela antes de arriscar a pergunta:
— Você quer ficar à frente das decisões do colégio?
Alice arregalou os olhos, quase rindo de nervoso.
— Tá falando sério?
— Tô. — respondi de imediato. — Você lida muito bem como assistente da Larissa. E claro, você teria um profissional do lado, orientando em cada detalhe. Eu só preciso de alguém em quem eu confie pra tocar isso comigo. Além de que você se dá muito bem com crianças.
Ela mordeu o lábio, pensativa.
— Eu não sei se estou preparada…
Inclinei a cabeça, sorrindo.
— Você tá. E se não tivesse, eu não confiaria em colocar isso nas suas mãos.
Alice deu um risinho tímido, mas logo voltou a falar.
— Mas eu preciso ajudar a Larissa agora. Ela realmente depende de mim.
— Eu entendo. — respondi, sem hesitar. — O que eu vou fazer é marcar um encontro entre o engenheiro e o arquiteto. Eles vão avaliar a obra, mostrar como será a reforma e você só precisa aprovar.
Ela abriu um sorriso animado.
— É uma responsabilidade e tanto.
— Eu sei. — falei, apertando a mão dela de novo. — Mas eu confio no seu julgamento.
Ela pareceu ganhar um brilho diferente nos olhos. Nesse momento, os pratos chegaram e o cheiro da comida se espalhou pela mesa. Alice pegou os talheres e, antes de começar, comentou:
— Eu posso ajudar a Larissa primeiro. Enquanto isso, o colégio fica em reforma. A gente pode mandar as crianças pra algum acampamento temporário.
Assenti.
— Tá certo. Eu vou arrumar uma assistente pra você, alguém só pra resolver essas questões.
Fiquei sério de novo, escolhendo bem as palavras.
— Mas Alice… você pode ser a diretora desse lugar. Só que aí teria que abrir mão de trabalhar com a Larissa. São muitas responsabilidades.
Ela ficou em silêncio por alguns segundos e respirou fundo.
— Por agora, não dá. A Larissa precisa de mim.
Inclinei a cabeça, compreensivo.
— Eu sei disso. Quando acontecer, vai ser no tempo certo, depois que a Larissa voltar pro trabalho. Nós vamos conversar com ela com calma.
Beijei a mão dela devagar.
— Eu sei que você vai cuidar muito bem das crianças.
Ela sorriu, mas eu ainda sentia o peso da decisão dentro de mim. Suspirei fundo.
— Quer saber? Eu vou fazer melhor.
Alice arqueou a sobrancelha.
— Como assim, melhor?
— Vou construir o colégio aqui, em Belos Campos. — falei, decidido. — A cidade onde ele tá agora não serve. É um lugar quente, isolado, não tem nada. Aqui, a gente consegue criar um ambiente melhor… e ainda fica perto de você.
O sorriso dela cresceu, sincero.
— Você tá inspirado, Diogo.
Dei de ombros, meio rindo.
— Pelo menos surgiu alguma coisa pra eu pensar e me preocupar… que não seja de todo ruim.
Estacionei em frente à empresa e desliguei o carro. Virei para Alice, minha mão firme sobre a dela.
— Quero que você tome cuidado com todo mundo, entendeu? Ainda não é seguro até eu prender o Enrique.
Ela me olhava em silêncio, meio desconfiada. Abri o porta-luvas devagar e puxei uma pistola pequena, compacta, cabia inteira na palma da mão dela. Vi os olhos dela se arregalarem no mesmo instante.
— Diogo… — ela respirou fundo, surpresa. — Como você conseguiu isso?
Suspirei, encarando o peso frio do metal antes de passar para as mãos dela.
— Eu tenho contatos. — falei baixo. — A pergunta é: você sabe usar?
Ela balançou a cabeça, nervosa.
— Não.
Assenti, respirando fundo. Estiquei a mão e mostrei com calma.
— Olha, é simples: esse é o destravamento. — deslizei o dedo no mecanismo, devagar. — Você não pode esquecer isso, Alice. Jamais.
— Mas, Diogo… o Enrique tá machucado, tá longe… — ela tentou argumentar. — Por que eu preciso disso agora?
Meu maxilar travou.
— Justamente por isso. — respondi. — Ele tá ferido, mais arisco, mais louco por vingança. Gente assim não pensa. E até ele ser detido, eu não vou arriscar nada.
Peguei outra coisa do porta-luvas e mostrei a ela: um coldre de perna. O choque nos olhos dela foi quase engraçado, mas eu estava sério demais pra rir.
— Você tá brincando. — ela sussurrou.
— Não tô. — murmurei, puxando a saia dela pra cima, sentindo a pele quente contra meus dedos. O arrepio que ela deu fez o sangue correr rápido nas minhas veias, e eu precisei engolir seco, tentando ignorar a contração óbvia que senti no meu pau. Prendi o coldre firme na coxa dela, ajustando as tiras, e encaixei a arma no lugar.
— Hoje à noite eu vou te ensinar direitinho a usar isso.
Ela suspirou, rendida, assentindo.
— Tá bom…
Abaixe a sua saia de volta, ajeitei devagar, certificando-me de que não marcava nada. Olhei nos olhos dela e sorri de lado, antes de beijá-la, firme.
— Eu volto pra te buscar. E lembra, você não sai com ninguém, ouviu? Nem se disserem que eu mandei buscar.
— Tá… — murmurou, ainda assustada.
— Se não for o Júlio ou o Alessandro, você foge. — reforcei, sério. — Promete isso pra mim.
— Prometo. — ela assentiu, a voz baixa, nervosa.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...