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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 254

(Alice)

Assim que desci do carro, senti o coldre enroscar contra a minha coxa. O tecido da saia escondia, mas eu sabia que ele estava ali. Uma arma. Meu coração disparava tanto que parecia que ia sair pela boca.

O barulho do detector de metais soou quando entrei, e por um segundo achei que fosse ser pega, mas o segurança desligou rápido, pedindo desculpas ao Diogo. Ele só assentiu, tranquilo como se nada tivesse acontecido. Eu, por dentro, já estava para surtar.

Ele esperou o elevador abrir e, antes de eu entrar, me puxou pela cintura e me deu um último beijo. Quente, firme, como se quisesse marcar. As portas se fecharam e eu respirei fundo, levando a mão até a coxa, sentindo a arma fria escondida ali.

Ele sabe de alguma coisa… tá escondendo de mim. Só pode ser.

Porque ele me daria uma arma, justo agora, se não fosse por algo que estava prestes a acontecer?

Peguei o celular com as mãos ainda trêmulas e disquei o número do Júlio.

— Oi, mana. — ele atendeu animado.

— Oie, você está ocupado?

— Tô no ensaio. Você tá bem?

Engoli seco.

— Tô… tô sim. — respondi, tentando disfarçar a tensão.

As portas do elevador se abriram e eu saí, indo direto pro corredor, até minha mesa.

— Júlio… eu tenho uma coisa pra te contar. Mas tem que ser pessoalmente.

Do outro lado, ele riu.

— Que mistério é esse? Você não pode adiantar nada?

Sorri de leve, negando com a cabeça mesmo sabendo que ele não podia me ver.

— Para de ser ansioso. Só… esteja em casa às 19h.

— Você é fogo, viu? — ele resmungou. — Tá, tá bom. Mas não atrasa, hein.

— Não vou. — garanti, com a voz mais firme.

Ele se despediu rápido, dizendo que precisava voltar pro ensaio, e eu encerrei a ligação. Afundei na cadeira e liguei o computador. Minha mesa estava arrumada, provavelmente o pessoal da limpeza tinha passado por ali. Agradeci mentalmente por isso, pelo menos uma coisa boa naquele dia.

Agora, eu precisava focar. Respirei fundo, tentando ignorar a pressão do coldre contra minha coxa. Trabalho, Alice. Concentra no trabalho.

Com Larissa ausente, a responsabilidade dobrava. Eu tinha que preparar relatórios, organizar as reuniões, resumir tudo e levar até ela só o essencial. Sem contar que ainda precisava correr atrás do cliente que aquela desgraçada da Danila tinha espantado.

Apertei os olhos, firme.

— Vamos lá. — murmurei pra mim mesma, batendo os dedos no teclado. — Eu dou conta.

***

O dia estava quase chegando ao fim quando me espreguicei na cadeira. Um estalo escapou dos meus ombros e por um segundo senti um alívio… mas logo o corpo inteiro voltou a ficar tenso quando senti o coldre pressionar contra a minha coxa e a lembrança da arma voltar como um soco no estômago.

Suspirei, tentando afastar a sensação de que o Diogo tinha escondido algo de mim. Não saía da minha cabeça por que justo agora ele me entregaria aquilo?

Balancei a cabeça, me levantando. Chega, Alice. Foca.

Fui até o banheiro, precisava de um pouco de água no rosto pra clarear as ideias.

Estava lavando as mãos quando a porta se abriu e uma mulher entrou. Eu achava que já tinha visto ela andando pela empresa, mas não lembrava o nome. Ela me olhou e sorriu.

— Você é a Alice, né?

Assenti, secando as mãos com calma.

— Sou sim.

— Tem um homem lá embaixo te esperando. — disse ela, ajeitando o cabelo.

Franzi o cenho e meu coração acelerou.

— Eu não chamei e nem estou esperando ninguém.

— Ele disse que o nome é… Yuri. — ela respondeu, meio hesitante, como se estivesse tentando puxar da memória.

Um frio percorreu minha espinha.

— Avisa pra ele que eu não tenho nada pra falar. — respondi rápido, firme.

— Ele estava chorando… disse que era urgente. — insistiu.

Suspirei pesado, passando as mãos no rosto.

— Ele tá fingindo, eu não vou. — murmurei, já saindo do banheiro.

Ela deu de ombros e ficou pra trás. Eu voltei pra mesa e apoiei a cabeça entre as mãos, sentindo uma leve dor latejar na têmpora. Era só o que me faltava… ele aparecer logo agora.

Não se passaram nem vinte minutos até que a mesma mulher voltou, um tanto ofegante.

— Ele se recusou a ir embora. E… disse para eu te avisar que o pai dele faleceu.

Senti meu corpo inteiro gelar. Levantei de repente, com as pernas bambas.

— O quê? — minha voz quase não saiu. — Onde ele tá?

— No estacionamento. — respondeu. — Ele estava chamando atenção demais no hall, então pedi pra ele ir pra lá.

Meus olhos ardiam e minha mente girava. Meu pai morreu? Como? Ele estava sendo cuidado pelos melhores médicos… Diogo não me disse nada. Nada.

Assenti, engolindo o choro.

— Me mostra onde ele tá.

Entramos no elevador juntas. Enquanto a cabine descia, peguei o celular e digitei rápido para Diogo: “Yuri veio até a empresa e disse que meu pai morreu.”

Antes que eu pudesse enviar, senti um pano ser pressionado contra o meu nariz. Arregalei os olhos.

— O que é isso?! — tentei gritar, mas minha voz saiu abafada.

A mulher me segurava com força. Lutei, empurrando o corpo contra a parede metálica do elevador. O impacto fez as costas dela baterem, ela resmungou de dor, mas não soltou. Meu celular caiu no chão, escorregando pros cantos.

Minha visão começou a turvar. Pisquei várias vezes, tentando focar. As portas do elevador se abriram e, numa explosão de adrenalina, eu a empurrei com o pouco de força que me restava e corri pra fora.

Capítulo 092 - Diogo/Alice 1

Capítulo 092 - Diogo/Alice 2

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