(Alice)
Sentei-me ao lado da cama, observando Diogo dormir. O suspiro dele era leve e cada movimento parecia tão frágil depois de tudo o que passamos. Respirei fundo, encostando a mão na barriga, sentindo uma sensação maravilhosa e um alívio enorme me tomou. Finalmente, estávamos bem. Todo o pesadelo acabou.
Meu celular começou a tocar, e vi o nome de Larissa na tela. Atendi, tentando controlar o nervosismo.
— Alice! — a voz dela saiu acelerada, cheia de preocupação. — Eu… fiquei sabendo agora do que aconteceu. O Alessandro me contou, meu Deus, e o Diogo? Como ele está?
Sorri, mesmo com o coração ainda acelerado.
— Ele está bem, Larissa. Está dormindo agora, mas fora isso… está tudo certo. Não precisa se preocupar.
Houve um suspiro profundo do outro lado da linha.
— Que bom… Menos mal. O Alessandro vai visitá-lo mais tarde, parece que… é para resolver tudo que aconteceu, encobrir da polícia. — A voz dela era tensa, cautelosa.
— Tudo bem — disse, tentando soar calma. — Ele já deve estar acordando.
— E você? Como estão as coisas por aí? E a bebê? — perguntei, tentando mudar o foco.
— Estamos bem. Maria Eduarda acabou de dormir também. Mas você precisa me visitar também, hein? Quero ver como vocês estão.
— Pode deixar. Depois eu apareço aí. — Sorri, sentindo o coração aquecer.
— Então tá. Cuide-se, Alice e cuide do Diogo também. — Ela disse antes de desligar.
Fiquei olhando para o celular por um momento antes de encará-lo. Diogo respirava profundamente, tão vulnerável e ao mesmo tempo tão forte. Meu coração apertou ao lembrar de tudo. Ele está envolvido na morte da minha prima, mas, no fundo, tudo o que ele queria era paz. E Enrique… Enrique quis destruir tudo isso.
Senti meus olhos arderem. Lembrei de Yuri, e a dor foi quase física. Eu tinha que contar aos meus pais, mas a forma como isso seria recebido… meu peito se apertou só de imaginar.
Encostei a mão na barriga de novo, respirando fundo, tentando segurar a tristeza e o medo.
Houve uma leve batida na porta e eu me levantei, um pouco surpresa e nervosa. Ainda não estava acostumada a ver minha sogra tantas vezes, e menos em um momento tão delicado.
— Alice? — a voz suave de Helena entrou, acompanhada de um leve sorriso. Ela desviou os olhos para Diogo dormindo e deu espaço na porta, fazendo um gesto para que outro alguém entrasse.
Caleb veio empurrando a cadeira de rodas, acenando levemente para mim. Meu peito apertou ao ver o rosto abatido dele. Tantos meses de dor, e agora ali, tão presente, mas ainda frágil.
— Olá, Alice — disse Helena, aproximando-se de mim. — Como vocês estão?
— Agora estamos bem… tudo acabou — respondi, sentindo um alívio misturado com cansaço.
Ela respirou fundo, como se aliviasse um peso enorme, e se aproximou da cama, tocando o rosto de Diogo com leveza, para não acordá-lo. Era tão delicada, tão cuidadosa.
Eu me aproximei de Caleb, colocando a mão sobre o braço dele.
— E você, Caleb, está melhor? — perguntei.
— Estou… fiquei preocupado quando soube que o meu irmão tinha sido baleado — disse ele, desviando o olhar por um instante. — Ele escondeu tudo de mim, como sempre.
Suspirei e apertei a mão dele.
— Diogo só queria nos proteger, Caleb. Quando tudo se acalmar, ele vai explicar direitinho o que aconteceu.
Ele assentiu, se aproximando mais da cama. Nesse momento, Diogo se mexeu levemente e abriu os olhos, sorrindo ao ver a família reunida ali.
— Como você está, meu filho?
Helena perguntou, com a voz um pouco embargada pela emoção.
— Estou bem — disse ele, com aquela voz rouca de sono.
Ela se aproximou e o abraçou.
— Eu fiquei tão preocupada, Diogo…
Ele sorriu e olhou para mim, estendendo a mão. Eu me aproximei e fiquei do outro lado da cama, sentindo o calor dele.
— Eu ia contar depois… — começou, com um sorriso meio tímido. — Mas já que vocês estão aqui… — Ele tocou a minha barriga, e meu coração disparou. — Mãe, você vai ser vovó e você, Caleb, tio.
Helena arregalou os olhos, levando as mãos à boca.
— Sério? — perguntou, incrédula.
Eu e Diogo assentimos juntos, sorrindo.
Ela não perdeu tempo, deu a volta na cama e me abraçou com força, sorrindo toda feliz. Caleb também se aproximou, o brilho nos olhos dele completamente diferente.
— Vai ser incrível ter um sobrinho — Ele disse com um sorriso bonito no rosto.
Diogo sorriu, e senti uma ternura enorme.
— Vai ser bom ter um motivo para sair da cama — brincou, e eu pude ver o orgulho no rosto dele Caleb.
Diogo segurou a mão do irmão, apertando com carinho.
— Tudo vai se resolver, Caleb. Eu explico depois direitinho o que aconteceu — disse ele, com firmeza.
— Eu confio em você — respondeu Caleb, assentindo.
Helena começou a falar animadamente, fazendo planos para o neto que ainda nem havia nascido. Eu sorri, sentindo uma mistura de alívio, felicidade e esperança que há muito tempo não sentia. Por alguns segundos, tudo parecia finalmente se encaixar, e eu podia acreditar que, apesar de tudo, a vida ainda tinha muito para nos dar.
De repente, a porta se abriu de novo e o médico entrou no quarto. Ele olhou ao redor, vendo todos reunidos ali, e sorriu.
— Pelo visto você é bem querido, Diogo… todos estão aqui querendo vê-lo — disse, se aproximando da cama.
Diogo fez um gesto com a cabeça, concordando com um leve sorriso cansado.
— Eu tenho sorte — murmurou ele, me olhando de lado.
Helena e Caleb deram um passo para trás, deixando espaço para o médico. Eu também me afastei um pouco. O médico examinou o curativo na perna dele, tocou com cuidado, avaliou os pontos e depois checou alguns sinais.
Um sorriso escapou de mim, junto com uma lágrima que rolou sem eu perceber.
— Você vai estar. Esse bebê já tem um pai incrível esperando por ele.
Ele soltou uma risada fraca, mas cheia de verdade, e me puxou um pouquinho mais, apesar do curativo e da dor.
— E uma mãe que eu não sei nem como mereci.
— Não fala isso — respondi, acariciando o rosto dele. — A gente merece essa chance, Diogo. Juntos.
O silêncio voltou, mas dessa vez era leve, aconchegante. Eu fiquei ali, sentindo a mão dele na minha e acreditando, pela primeira vez em muito tempo, que o pior tinha ficado pra trás.
Uma batida leve na porta me fez virar depressa, ainda com a mão entrelaçada na de Diogo. Quando vi Alessandro entrando, senti a presença dele. Era impossível não sentir e nem sei quando vou deixar disso. Ele parecia cansado, mas ao mesmo tempo firme, como alguém que tinha acabado de resolver um turbilhão de coisas.
— Como você está? — ele perguntou, se aproximando da cama.
— Bem… — Diogo respondeu com aquele meio sorriso cansado. — Já passei por piores.
Alessandro assentiu e puxou a poltrona, se sentando perto da gente. Ele apoiou os cotovelos nos joelhos e olhou diretamente pra nós.
— Eu resolvi tudo. A polícia não vai bater aqui, nenhum paparazzi idiota vai arrumar confusão… essa história se encerrou de vez hoje. Ninguém mais deve saber de nada.
Senti um alívio imediato, mas ao mesmo tempo um peso subindo na garganta. Eu respirei fundo, tomando coragem.
— E… sobre o meu irmão? — perguntei, a voz quase falhando. — Você conseguiu recuperar alguma coisa dele? Eu preciso contar pros meus pais… não sei nem como, mas… preciso.
Alessandro suspirou, passando a mão no rosto antes de me encarar de novo.
— O Natan pegou algumas coisas dele. Vou pedir pra deixar na cobertura depois, aí você vê o que faz.
Meu peito apertou e eu assenti devagar. — Obrigada, Alessandro… de verdade.
O remorso veio forte. Como é que eu ia olhar nos olhos dos meus pais e falar que o Yuri se foi? Que a vida dele tinha acabado daquela maneira? Senti a mão de Diogo apertando a minha e olhei pra ele. O seu olhar dizia sem palavras que eu não estava sozinha.
— Obrigado por tudo, irmão — Diogo disse em seguida, encarando Alessandro com sinceridade.
Alessandro se levantou, se aproximando da cama. Colocou a mão no ombro dele e apertou firme.
— Não precisa agradecer. Você sabe que pode contar comigo sempre, Diogo.
Diogo assentiu, visivelmente emocionado. Eu também.
— Agora eu preciso ir — Alessandro completou, soltando o ombro dele. — Larissa tá uma agonia só atrás de notícias.
Um pequeno sorriso apareceu nos lábios de Diogo. — Eu imagino.
— Descansa, vocês dois — Alessandro disse, dando um último olhar de apoio, antes de sair do quarto em silêncio.
Assim que a porta fechou, fiquei alguns segundos em silêncio, só ouvindo a respiração de Diogo. Apertei mais a mão dele, como se tentasse segurar a coragem que me faltava.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...