Chegamos à cobertura depois de um trajeto que parecia mais longo do que realmente era. O motorista ajudou a pegar as bolsas, e eu desci primeiro para pegar a muleta no carro. Não queria que Diogo fizesse força nenhuma. Quando ele saiu, estendi a muleta pra ele, segurando firme.
— Aqui, anda devagar — falei, ajeitando a alça no braço dele. — Nada de heroísmo.
— Só por uma semana, né? — ele perguntou, tentando disfarçar o incômodo.
— Só uma semana — confirmei, apoiando a mão nas costas dele. — E sem forçar a perna. Se eu te pegar tentando bancar o durão, eu mesma te amarro na cama.
Ele soltou um risinho, do jeito típico dele.
— Essa parte de ser amarrado… até que não soa tão ruim.
Revirei os olhos, mas não consegui segurar um meio sorriso.
— Para com isso, Montenegro. Anda.
Entramos no elevador e eu fiquei ao lado dele, pronta pra segurar caso ele escorregasse. Ele passou o braço pela minha cintura, me puxando pra perto.
— Você sabe que eu não preciso de babá, né? — ele disse, a voz baixa, quase um sussurro.
— Claro que precisa — respondi de imediato. — Senão você vai inventar moda e cair por aí.
Ele inclinou um pouco a cabeça, me encarando com aquele olhar que sempre me desmonta.
— Você não vai deixar eu cair.
— Não mesmo — garanti, apertando a cintura dele. — Nem em sonho.
Ele se inclinou mais e me puxou pra um beijo. Eu correspondi, rindo baixinho contra a boca dele.
— Cuidado, Diogo, você vai cair com essa muleta — murmurei, ainda colada nele.
— Vale o risco — respondeu, rouco, antes de me beijar de novo.
As portas se abriram com um “ding” e eu me afastei rápido, rindo.
— Vamos, antes que você resolva testar a gravidade.
Entramos na cobertura e eu deixei as bolsas na sala. Tinha ido mais cedo com Julio buscar algumas coisas minhas… Não queria deixar Diogo sozinho na cobertura.
— Onde você quer ficar?
— No quarto. Quero tomar um banho — ele respondeu, com aquele jeito decidido que não dava espaço pra discussão.
— Tudo bem. — Peguei as bolsas e fui atrás dele até o quarto.
Ele se sentou na beira da cama, apoiando a muleta ao lado. Aproximei-me, começando a abrir os botões da sua camisa com cuidado.
— Quer ajuda no banho? — perguntei, erguendo as sobrancelhas.
O sorriso malicioso dele apareceu na hora.
— Quero.
Suspirei, fingindo impaciência.
— Nem adianta pensar besteira. Você vai tomar banho e depois vai direto pra cama. Entendeu?
— Que cruel… — ele fingiu um drama, rindo.
— Realista — rebati, ajudando-o a tirar a camisa.
Ele resmungou algo que soou como “a gente podia negociar”, mas se levantou quando eu o incentivei, e juntos fomos para o banheiro.
Com cuidado, tirei o curativo da perna dele, sentindo um aperto no coração ao ver o machucado. Ajustei o chuveiro, testando a temperatura, e o ajudei a entrar. Ele apoiou a mão na parede e eu fiquei perto, pronta pra segurar se ele perdesse o equilíbrio.
— Tá doendo muito? — perguntei, ensaboando a esponja e passando devagar pelo ombro dele.
— Só um pouco… mas com você aqui quase esqueço da dor — ele murmurou, com aquele tom baixo que fazia minha pele arrepiar.
Revirei os olhos, mas meu corpo respondeu antes da minha cabeça. Senti o calor subir, um desejo que eu tentava controlar. Não era hora. Ele era gostoso demais e evitá-lo, era uma tarefa muito dolorosa.
— Diogo… — falei mais firme. — Vamos focar e terminar logo pra você descansar.
Ele riu baixinho, obedecendo sem mais provocações.
Terminei de ajudá-lo, enxugando com cuidado pra não machucar. Quando ele vestiu a bermuda confortável que eu tinha separado, levei-o de volta pro quarto.
— Fica aqui, quieto — falei, ajeitando os travesseiros.
— Você não vai fugir, né? — ele perguntou já deitado, me olhando como se já soubesse a resposta.
— Só pra pegar minhas coisas e tomar meu banho — respondi, rindo. — Prometo que volto.
— Melhor voltar mesmo. — Ele fechou os olhos por um instante, relaxando. — Eu durmo mais tranquilo quando você está por perto.
Meu coração apertou de um jeito bom.
— Eu já volto, Montenegro. Nem tenta dormir antes de eu chegar.
Peguei minhas roupas na sala e fui para o banheiro, sentindo um alívio estranho e ao mesmo tempo uma vontade enorme de ficar mais um minuto ao lado dele.
Eu acordei com um pulo, o coração batendo mais rápido. O som insistente do celular ecoava pelo quarto, quebrando o silêncio. Respirei fundo quando vi a tela acesa.
Era só o despertador para o remédio do Diogo. Ainda bem.
Me espreguicei devagar, sentindo o calor do corpo dele ao meu lado, e deslizei para fora da cama. A cobertura estava silenciosa, só o som distante do trânsito lá embaixo. Fui até a cozinha, peguei um copo de água e a caixinha de comprimidos que eu mesma tinha deixado separada. Tudo cronometrado direitinho.
Quando voltei para o quarto, ele ainda estava de olhos fechados, com aquela respiração pesada de quem dorme profundamente. Me aproximei da cama e toquei de leve no ombro dele.
— Diogo… — chamei baixinho. — Acorda, amor. Hora do remédio.
Ele resmungou, virando o rosto para o outro lado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...
Gostaria de dizer que plágio é crime. Essa história é minha e não está autorizada a ser respostada aqui. Irei entrar com uma ação, tanto para quem está lançando a história como quem está lendo....
Linda história. Adorando ler...
Muito linda a história Estou gostando muito de ler Só estou esperando desbloquear e liberar os outros que estão faltando pra mim terminar de ler...
Muito boa a história, mas tem alguns capítulos que enrolam o desfecho. Ela já tá ficando repetitiva com o motivo da mágoa...
História maravilhosa. Qual o nome da história do Diogo?...
Não consigo parar de ler, cada capítulo uma emoção....