Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 261

(Alice)

Cheguei na empresa mais cedo do que imaginei, mas nem assim consegui focar de verdade. Eu tentava me prender às planilhas, mensagens de e-mail e pendências da agenda, mas minha cabeça só rodava no mesmo ponto… meus pais.

Como eu ia contar tudo? Como explicar Yuri… e Diogo… e tudo que aconteceu?

Respirei fundo várias vezes, mas sem muito sucesso.

Quando finalmente o expediente acabou, organizei a papelada do dia, revisei alguns contratos e reuni os documentos que Larissa precisava assinar. Peguei o celular e enviei uma mensagem rápida para Diogo.

Alice: Amor, estou indo passar na casa da Larissa para entregar uns papéis e perguntar sobre a obstetra.

Diogo: Ok. Vai com calma, o motorista já deve estar aguardando.

Suspirei com um meio sorriso. Ele fez questão de mandar o motorista, mesmo quando eu disse que não precisava.

No carro, fiquei encarando a cidade pela janela tentando não pensar no que viria depois. Quando cheguei à casa de Larissa, desci com a pasta apertada contra o peito. A mansão era linda e elegante.

Margarida, a funcionária, abriu a porta com um sorriso caloroso.

— Boa noite, Alice! Pode entrar, a senhora Larissa está na brinquedoteca. — Ela fez um gesto pra que eu a seguisse.

Atravessamos um corredor e entramos num cômodo enorme e colorido. Meus olhos foram direto para Gabriel, sentado no tapete, concentrado em um robô que, pelo brilho metálico, devia ter custado um rim.

Enquanto eu o observava, senti aquele calafrio habitual só de imaginar que tinha uma presença forte na casa. Alessandro. Não que ele fosse rude ou fizesse algo, pelo contrário, ele sempre era educado, mas só o fato de saber que ele podia aparecer já me deixava inquieta.

Havia algo de imponente nele que me desarmava.

Larissa estava no sofá, com a pequena Maria Eduarda aconchegada num ninho, dormindo tranquilinha. Ela levantou o rosto quando me viu e abriu um sorriso cansado.

— Alice! — ela me abraçou de leve, tomando cuidado pra não acordar a bebê. — Que bom que você veio.

— Oi, Lari. — Retribui o abraço, sentindo um calor gostoso no peito. — Como vocês estão?

Ela riu baixinho.

— Sem dormir. Mas a gente tá bem. — Ela passou a mão de leve na cabecinha da bebê.

— Ela é linda — falei, admirando a pequena. — Parece um anjinho.

Larissa sorriu, com um brilho de orgulho nos olhos.

— E o Diogo? Como ele tá?

— Melhor. — Sentei ao lado dela e entreguei a pasta de documentos. — Já tá em casa e bem animado. Ainda sente um pouco de dor, mas nada grave.

— Graças a Deus. — Ela suspirou aliviada. — Fiquei preocupada quando soube.

— Eu também. — Confessei, sentindo um aperto no peito só de lembrar.

Larissa abriu a pasta.

— Esses são os contratos?

— Sim. — Confirmei. — Tem alguns pontos que você precisa assinar pra manter os prazos. Ah… e sobre a Danila… — respirei fundo, só de pensar no estresse daquele dia. — Foi uma confusão, mas eu consegui marcar uma reunião com os clientes pro dia 15 do mês que vem. Aí a gente tenta convencê-los a aceitar o acordo de novo.

Ela ergueu as sobrancelhas, surpresa.

— Sério? — Um sorriso de alívio se espalhou pelo seu rosto. — Alice, você é incrível. Eu não sei como faria sem você.

— Imagina. — Sorri, meio sem jeito. — É meu trabalho.

— Não é só trabalho, não. — Larissa balançou a cabeça. — Você é uma assistente e tanto… e uma amiga também.

Meu coração ficou mais leve com aquelas palavras, mesmo que, por dentro, a lembrança dos meus pais ainda estivesse ali, esperando pra ser enfrentada.

Suspirei, sentindo aquele friozinho na barriga que sempre vem antes de uma notícia grande. Larissa percebeu na hora, porque inclinou a cabeça e franziu as sobrancelhas.

— O que foi? — ela perguntou, curiosa. — Você tá com uma cara de quem tem coisa pra contar.

Olhei para a bebê, dormindo tranquila, e depois voltei pra ela.

— Tenho, sim. — Respirei fundo outra vez. — Larissa… eu tô grávida.

Os olhos dela arregalaram de um jeito tão engraçado que quase me fez rir.

— O quê?! — ela exclamou, a voz num tom acima do normal. — Meu Deus, sério? Como o Diogo reagiu?

— Ele ficou muito feliz. — Não consegui conter um sorriso largo. — Mais do que eu esperava, pra ser sincera.

Larissa levou a mão à boca, rindo e quase chorando ao mesmo tempo.

— Ai, Alice! Eu sabia! Sentia que você era a mulher certa pra ele. E agora ele vai ser pai… isso é incrível, é lindo, é… — ela balançou a cabeça, sem nem achar as palavras. — Parabéns, amiga. De coração.

Senti meus olhos ficarem marejados.

— Obrigada. — Apertei a mão dela. — Eu também tô feliz. Assustada, mas feliz.

— É normal ficar assustada. — Ela apertou de volta. — Mas você é forte, e ele… bom, o Diogo é completamente apaixonado por você. Vai ser maravilhoso.

Sorri, sentindo um calor gostoso por dentro.

— Ah, e eu vim também pra pedir um favor… — tirei o celular do bolso. — Para pedir o contato da obstetra que te acompanhou. Ouvi você elogiando ela, e eu gostei da forma como cuidou de você.

— Claro! — Larissa pegou o próprio celular na mesinha. — Ela é maravilhosa, vou te passar agora. — Ela digitou rápido e logo me mostrou a tela. — Pronto, mandei no seu W******p.

— Obrigada. — Senti um alívio imediato. — Eu precisava disso.

Larissa sorriu com os olhos brilhando.

— Eu tô muito, muito feliz por vocês.

Verifique o captcha para ler o conteúdoVerificar