Minha mãe soltou um suspiro, um misto de alívio e emoção, e segurou minha mão sobre a mesa.
— Eu não sei nem o que dizer, Diogo… — ela murmurou, olhando para mim com lágrimas nos olhos, mas agora com um brilho diferente, mais leve. — Eu queria tanto ter conhecido meu neto antes, mas… estou feliz que você está fazendo tudo certo.
— Eu também estou, mãe — falei, apertando a mão dela de volta. — E prometo que dessa vez ninguém vai ficar de fora. Vocês vão conhecer Lucas assim que eu conseguir garantir que ele esteja seguro e feliz.
Caleb sorriu de canto de boca, mexendo no copo de suco, mas com aquele brilho de quem ainda não sabe se ri ou se chora.
— Então… a Alice vai estar junto nisso tudo, né? — ele perguntou, cauteloso.
— Sempre — respondi firme, olhando direto nos olhos do meu irmão. — Ela tá comigo em tudo. Lucas vai crescer com ela do meu lado, e eu não vou mais deixar ninguém me fazer fugir ou esconder as coisas.
Minha mãe assentiu, enxugando as lágrimas.
— Então vamos apoiar vocês. — Ela respirou fundo e completou com um sorriso tímido. — E eu quero conhecer a Alice melhor também.
— Pode ter certeza que vocês vão se dar bem — falei, sentindo um peso sair dos meus ombros. — Ela é incrível e faz tudo por mim… e pelo Lucas.
Caleb deu um leve aceno, finalmente relaxando a expressão.
— Bom… então a família está se reestruturando, hein. — Ele deu uma risadinha, meio sem jeito, mas já parecia aliviado. — Não é todo dia que a gente descobre que tem um sobrinho escondido e que o irmão quase morreu por isso.
— É, não é todo dia — confirmei, sorrindo cansado. — Mas agora é a nossa vez de acertar tudo.
Minha mãe olhou para nós, e por um instante parecia uma criança de novo, com aquela mistura de preocupação e alegria.
— Só peço uma coisa, Diogo — ela disse, firme. — Protejam essa criança, protejam uns aos outros… e nunca mais escondam nada de nós.
— Prometido — falei, olhando para os dois. — Nunca mais.
***
Esperei, olhando o relógio de vez em quando. Já passava das seis e meia quando ouvi as portas do elevador se abrindo. Alice entrou toda linda, mas com um olhar meio cansado.
Ela me procurou pela sala e parou os olhos em mim, que estava na cozinha preparando o nosso jantar.
— Olá, senhorita atrasada — brinquei.
Ela começou a vir na minha direção e antes que ela pudesse responder, dei um passo à frente, a pegando com um braço só e colocando no balcão, ficando entre suas pernas.
Ela arregalou os olhos, surpresa, mas não disse nada, apenas me olhou. Aproveitei o momento e a beijei com intensidade, mas sem pressa. Ela tentou reclamar, mas logo suspirou e correspondeu, seu corpo se moldando ao meu. Quando nos separamos, sorrimos, ofegantes.
— Você não cansa de aprontar? — ela disse, rindo, ainda com o rosto perto do meu.
— Fiquei com saudades — murmurei, beijando-a novamente, agora mais devagar. — Mas me diz… estava me perguntando por que você ainda não se mudou pra cá?
Ela pareceu surpresa, como se tivesse acabado de perceber que eu estava pensando nisso há alguns dias.
— Eu… não sei, Diogo… — respondeu, hesitante. — Você mesmo disse que queria que as coisas acontecessem devagar. Primeiro namoro, depois noivado, e por fim casamento… e além do mais, você não me chamou. A cobertura é sua, não iria simplesmente pegar minhas coisas e me mudar.
Sorri, passando a mão pelo seu rosto.
— Eu sei, mas agora você está grávida. Acho que algumas fases a gente vai ter que pular… E a primeira é você se mudar pra cá. Ou você prefere uma casa?
Ela me olhou surpresa.
— Uma casa é melhor, olha o Alessandro. O Gabriel tem onde correr, além do parquinho… tem mais espaço, mais liberdade… Vai ser bom para os nossos filhos.
— Pode ir fazendo planos, mas devagar, Diogo — disse ela, sorrindo. — Eu posso me mudar, mas primeiro você vai ter que falar com o Júlio.
Fiz uma careta e ela riu, sabendo que tinha me vencido.
— Tudo bem — disse finalmente. — No sábado, nos reunimos e eu falo com ele.
Alice me puxou para um beijo rápido, e depois encostou a testa na minha.
— Nem acredito que tudo isso aconteceu em tão pouco tempo — disse ela, com um sorriso emocionado.
— Nem eu — respondi, apertando-a contra mim. — Você foi um verdadeiro furacão na minha vida.
— Eu te amo — disse ela, olhando nos meus olhos, sua mão alcançando minha bochecha. — E estou ansiosa para viver com você e com a sua família.
— Eu também te amo — sussurrei.
— Quando o Lucas volta? — ela perguntou de repente.
— Domingo — respondi, com um suspiro. — Vai dar tudo certo.
Ela assentiu, confiante, mas eu apenas olhei para ela, ainda esperando, torcendo para que realmente desse.
***
Acordei antes de Alice, como de costume, e fiquei ali a observando dormir. Ela parecia tão perfeita e tranquila, que era impossível não sorrir sozinho. Nunca imaginei que ao final deste ano eu estaria com uma mulher na minha cama, grávida de um filho meu, e que eu estivesse louco para chamá-la de esposa, para finalmente tê-la oficialmente como minha.
Passei a mão no rosto, lembrando das outras mulheres que tentei amar, do amor não correspondido por Larissa… Tudo sempre dava errado. Cheguei até a pensar que nunca seria possível, que talvez eu devesse desistir de vez. Mas agora, vendo aquela pimentinha na minha frente, percebendo o quanto ela provou ser diferente, que o amor entre nós era verdadeiro e recíproco… um sorriso involuntário escapou.
As coisas aconteceram de forma dolorosa, mas esse era o meu final. Com ela. Não conseguia imaginar outra mulher capaz de abalar meu mundo como Alice fazia.
Ela se mexeu na cama e abriu os olhos lentamente, olhando para mim e sorrindo. Seus cabelos longos estavam espalhados pelo travesseiro, e aquele cheiro… inacreditável. Não resisti e me inclinei, beijando-a.
— Bom dia — murmurei contra os lábios dela.
— Bom dia — respondeu, sentando-se na cama com o sorriso iluminando o rosto.
— Você pode vir almoçar hoje na cobertura? Um amigo meu, dono de uma imobiliária, vai passar para vermos uns lotes para construir o colégio.
Ela sorriu e assentiu:
— Claro, estou ansiosa por isso.
— Eu também — disse, sorrindo ao me separar.
Ela se levantou para se arrumar, e eu fiz o mesmo, odiando ter que usar as muletas, mas precisava fazer isso quando estava perto dela. Sozinho, eu as largava, mas Alice não precisava saber disso.
Fui até a cozinha preparar o café da manhã. Abri a geladeira e conferi as insulinas dela, percebendo que estavam acabando. Fiz uma nota mental de ligar para a farmácia mais tarde, garantir que nada faltasse, nem os seus remédios, nem os meus.
— Sim, tudo se resolveu. As últimas pendências que precisavam de ajuste já foram feitas. — Ele fez uma pausa e me observou. — Acho que agora você pode respirar um pouco mais tranquilo.
Suspirei aliviado e fui me sentar no sofá. Alessandro se acomodou na poltrona próxima.
— Amadeu… foi um dos mortos. Você vai ter que contar pra aquela moça, a ex do Caleb.
Assenti, sentindo o nó na garganta.
— Sim, vou fazer isso… — falei, olhando para o vazio por um instante.
Alessandro mudou de assunto rapidamente, como se quisesse aliviar a tensão.
— E quanto ao menino, Lucas? Como vão ficar as coisas?
— Vou conversar com ele — respondi, suspirando de leve. — Estou criando coragem, já que até domingo ele chega.
— Certo — Alessandro assentiu, olhando sério. — E sobre o outro colégio que assumiu, você vai fazer algo sobre isso?
— Pretendo construir um colégio aqui na cidade — disse, já mais animado. — Quero trazer os alunos do antigo colégio interno de Céu Azul.
Alessandro sorriu levemente.
— Já imaginei que você faria algo assim. Faz sentido.
Ele então se levantou, ajeitando a postura.
— Preciso ir. Rafael queria se encontrar com nós dois novamente e perguntou se podia ser sexta à noite.
— Sexta estarei livre — respondi rapidamente. — Não tenho nada marcado.
— Alguma coisa aconteceu com ele? —perguntei, franzindo a testa.
— Não sei… — disse, pensativo. — Ele anda um pouco estranho ultimamente. — Mas tem a ver com aquela secretária dele — disse Alessandro, confirmando minhas suspeitas.
Franzi o cenho.
— Ainda é a casada?
— Sim — respondeu ele, balançando a cabeça.
Suspirei, sentindo um peso, mas ao mesmo tempo aliviado por ter essa conversa com ele.
— É bom saber o que está rolando. Se for algo que mexa muito com a cabeça do Rafael, é bom que nós dois o aconselhamos ele da melhor forma possível.
— Também acho, para colocar um pouco de juízo nele… estou suspeitando que ele anda indo ultimamente no Clube Fênix
Olhei surpreso para Alessandro e então sorri, é um lugar que eu nunca imaginaria que Rafael iria frequentar… Mas, sempre achamos que conhecemos alguém quando na verdade, não fazemos ideia de quem ela realmente é.
Alessandro então se despediu e saiu e eu fiquei encarando a porta fechar atrás dele. Me lembrando da conversa que tivemos com Rafael uns meses atrás, sobre essa secretária que sofria violência doméstica em casa…
O que será que aconteceu de fato? — pensei, sentindo a preocupação apertar o peito.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...