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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 271

Quando chegamos ao estacionamento subterrâneo, Lucas olhou ao redor com uma expressão confusa. Eu vi o jeito que os olhos dele corriam pelo espaço, como se tentassem entender onde estava.

— Onde a gente tá? — ele perguntou, franzindo a testa. — E… por que a Fernanda não veio com a Bia? E a minha casa… eu já vou embora depois? Ou vou direto pro colégio?

Meu coração disparou e abri a boca pra falar, mas nenhuma palavra saiu.

Alice, percebendo meu nervosismo, deu um passo à frente, com aquele sorriso calmo que sempre consegue desarmar qualquer situação.

— Calma, Lucas — ela disse com a voz suave. — Antes de ir pra qualquer lugar, nós precisamos conversar com você, tá bom? É rapidinho e depois, se você quiser, pode ir. Tudo bem assim?

Lucas olhou pra mim, depois pra ela, meio inseguro.

— Conversar… sobre o quê?

— Sobre algo importante, mas nada ruim, eu prometo. — Alice continuou, inclinando um pouquinho a cabeça. — Pode confiar.

Ele respirou fundo e seus os ombros relaxaram um pouco.

— Tá… tudo bem.

Assenti, sentindo um leve alívio e fiz um gesto em direção ao elevador. O silêncio tomou conta enquanto subíamos. Podia ouvir só o som suave da máquina e meu coração batendo no meu peito.

— Você vai querer comer alguma coisa quando a gente chegar? — Alice perguntou de repente, quebrando a tensão. — Ou prefere tomar um banho primeiro?

Lucas pensou por um segundo.

— Acho que queria tomar banho… se não for incomodar. E tô com um pouco de fome também. — Encolheu os ombros.

Alice sorriu e segurou meu braço com carinho, como se também me desse apoio.

— Ótimo! O Diogo é um ótimo cozinheiro. — Ela se abaixou um pouco pra ficar mais na altura dele. — Porque, se depender de mim… é capaz de eu colocar fogo na cozinha inteira.

Lucas soltou uma risada curta, sincera, que fez algo dentro de mim se soltar também.

— Sério?

— Muito sério! — Alice disse, arregalando os olhos de brincadeira. — Um perigo ambulante com panelas.

Eu não consegui evitar um pequeno sorriso observando os dois. Alice estava tentando deixar o clima mais leve, e estava conseguindo.

As portas do elevador se abriram e entramos na cobertura. Lucas parou assim que passou por elas, com os olhos arregalados.

— Nossa… — ele murmurou. — Vocês… moram aqui?

— Moro — respondi, tentando manter a voz firme. — E aí, gostou?

Ele virou pra mim com um meio sorriso tímido.

— É muito bonito… parece que é mais perto do céu.

Meu peito apertou.

— É, parece mesmo.

Alice se aproximou dele, ainda sorrindo.

— Você vai gostar mais ainda à noite. A vista é incrível, cheia de luzes.

— Sério?

— Sério. — Ela piscou. — Agora, vem comigo que eu vou te mostrar o banheiro pra você tomar seu banho.

Antes de sair, ela virou a cabeça e olhou pra mim.

— Prepara algo bem gostoso pra gente, Diogo.

— Pode deixar — falei, mesmo com a voz um pouco rouca.

Alice e Lucas desapareceram pelo corredor, e a porta do elevador se fechou atrás de nós. Fiquei parado alguns segundos, fechando os olhos. A última vez que eu tinha ficado tão nervoso assim foi quando Alice descobriu a verdade sobre o meu passado… e agora, com Lucas, a sensação era ainda mais intensa.

Passei a mão pelo rosto, respirando fundo, tentando organizar a avalanche de pensamentos. Então fui direto pra cozinha, abrindo a geladeira. Eu precisava preparar algo especial, algo que Lucas gostasse, mas também um prato adaptado pra Alice, por causa da diabetes.

Era o mínimo que eu podia fazer antes da conversa mais importante da minha vida.

Minutos depois, Alice voltou para a cozinha e parou ao meu lado, passando a mão levemente pelo balcão.

— Ele já tá terminando o banho — disse com um pequeno sorriso. — Vamos almoçar primeiro e depois você chama o Lucas pra conversar, tudo bem?

Meu peito apertou e eu assenti, mexendo na panela para disfarçar o nervosismo.

— Você vai estar por perto? — perguntei, sem conseguir esconder a expectativa.

Ela me olhou um pouco surpresa.

— Quer que eu esteja?

— Quero. — A palavra saiu mais baixa do que eu planejava.

Alice respirou fundo e assentiu.

— Tudo bem… mas eu não vou dizer nada. Quem precisa contar é você. — Ela forçou um sorriso que não escondeu a tensão. — Depois… a gente vê como ele reage.

— Certo… — murmurei, tentando não pensar demais no “depois”.

Ela ficou em silêncio por um instante, lavando algumas louças antes de se virar um pouco para mim.

— Sabe… eu estava pensando no caminho pra cá… eu sou prima dele. De segundo grau, mas sou.

Levantei as sobrancelhas.

— Nem tinha pensado nisso.

Alice deu um sorrisinho pequeno, enxugando um prato.

— Eu também não. Aconteceu tanta coisa e ficou difícil pensar com clareza.

— É, eu sei bem. — Acenei, voltando a focar no tempero.

Trabalhamos juntos em silêncio por alguns minutos e enquanto eu finalizava o almoço, ela lavava as últimas peças e colocava outras na lava-louça.

Logo ouvi passos no corredor e Lucas apareceu com o cabelo úmido. Ele se aproximou meio tímido, mas com os olhos curiosos. Seus olhos então pousaram em Alice.

— Deixei a bolsa no quarto… como você falou.

— Perfeito — Alice respondeu, abrindo um sorriso caloroso. — Vem, senta aqui. — Ela puxou uma cadeira pra ele. — Eu vou te servir.

Lucas se aproximou devagar, ainda acanhado e sentou. Ele olhou para a mesa, os pratos e depois para mim.

— Foi você que fez tudo isso?

Assenti, sentindo um orgulho bobo crescer no peito.

— Foi sim.

— Parece estar muito gostoso.

As palavras simples dele me acertaram em cheio. Era bom demais ouvir aquilo saindo da boca do meu filho. Respirei fundo, tentando disfarçar a emoção, mas não conseguia tirar os olhos dele. Lucas… aqui, na minha casa… comendo uma comida que eu fiz.

— Diogo? — Alice chamou, rindo baixinho. — Vem, senta também.

— Tô indo. — Peguei meu prato e me servi, tentando parecer normal.

Começamos a almoçar e Alice foi a primeira a puxar conversa.

— E aí, Lucas, me conta… o que você mais gostou da viagem?

Ele pensou um segundo, mastigando com calma.

— Acho que… o aquário. — Seus olhos brilharam. — Eu sempre gostei do mar.

Alice se mostrou surpresa.

— Sério? Que legal. O que você mais gosta? Os peixes, tubarões…?

Lucas apoiou os cotovelos na mesa, animado.

— Gosto de tudo. Mas o que mais me impressiona é como cada animal do mar tem um jeito de sobreviver diferente. Tipo as águas-vivas, que não têm cérebro, mas ainda assim sabem se defender. E as tartarugas, que viajam milhares de quilômetros e depois voltam pro mesmo lugar pra botar ovos. E as baleias… elas cantam debaixo d’água, tipo… como se fosse música, pra se encontrar.

Eu fiquei parado, só observando e completamente fascinado. Ele falava com brilho nos olhos, usando as mãos pra explicar, como se estivesse dando uma aula.

— Você sabe bastante coisa, hein — comentei, sorrindo sem conseguir esconder o orgulho.

Lucas deu de ombros, meio tímido, mas ainda animado.

— Eu leio muito sobre isso e vejo documentários também quando meus irmãos deixavam usar o computador dele. Queria um dia poder mergulhar de verdade, sabe? Ver tudo de perto.

Alice apoiou o queixo na mão, encantada.

— Nossa, eu nunca ia adivinhar que você sabe tanta coisa do mar. É incrível. Quem sabe esse sonho seu não se realiza?

Ele olhou surpreso e animado.

Capítulo 0110 - Diogo 1

Capítulo 0110 - Diogo 2

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