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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 275

(Alice)

Entramos no restaurante e eu logo senti aquela nostalgia apertando o peito. Era impossível não sorrir. O lugar ainda tinha a mesma essência e aquele cheiro inconfundível de frutos do mar misturado com temperos frescos.

Lucas andava ao meu lado com os olhos arregalados, quase que girando de um canto para o outro. Eu ri baixinho, achando a reação dele adorável.

Diogo se inclinou na minha direção, curioso.

— Como você conhecia esse lugar?

Olhei para ele e não contive um sorriso.

— Já trabalhei aqui.

Ele ergueu uma sobrancelha, surpreso.

— Sério?

Antes que eu pudesse continuar, uma mulher se aproximou. Os olhos dela se arregalaram quando me viu.

— Alice? — disse, quase em tom de surpresa.

— Silvana! — exclamei, sorrindo de volta.

Ela me abraçou de leve e depois olhou para Diogo e Lucas, com um brilho curioso no olhar.

— São a sua família?

Olhei para os dois, depois encarei Lucas nos olhos. Ele me olhava com curiosidade, como se esperasse minha resposta.

— Sim.

Vi o sorriso de Diogo se suavizar no canto da boca, como se tivesse gostado de ouvir aquilo.

— Esse é o Diogo, meu noivo e esse é o Lucas, meu filho do coração — apresentei, orgulhosa. — Gente, essa é a Silvana, minha colega de trabalho da época que eu estava aqui.

— Nossa, Alice… agora você tem uma família linda. — Silvana comentou, sorrindo.

— Obrigada, Sil. — respondi, sentindo meu coração aquecer.

— Vocês fizeram reserva? — ela perguntou, já pegando o tablet.

— Fiz sim. — assenti.

Ela digitou algumas coisas na tela e depois sorriu.

— Está tudo certo. Podem me acompanhar, por favor.

Seguimos atrás dela até uma mesa perfeita, bem ao lado de um aquário enorme. Assim que chegamos, Lucas arregalou tanto os olhos que parecia hipnotizado.

— Vou trazer o cardápio já já. Foi um prazer te reencontrar, Alice. — Silvana disse, se despedindo.

— O prazer foi todo meu. — sorri.

Assim que ela se afastou, percebi que Lucas não tirava os olhos do aquário. Era gigantesco, ocupava quase o espaço central do restaurante inteiro, com uns seis metros de comprimento e uns dois e meio de altura. Diversos peixes coloridos nadavam de um lado para o outro, encantando quem olhasse.

Me inclinei um pouco para perto dele.

— Você pode ir lá olhar de pertinho, se quiser.

Ele virou a cabeça, com os olhos brilhando de expectativa.

— Posso mesmo?

— Claro. — garanti, sorrindo. — Só não toca no vidro, mas pode ficar bem perto.

Lucas olhou para Diogo, como se pedisse uma segunda autorização.

Diogo apenas deu um leve sorriso.

— Vai lá, garoto.

O sorriso tímido de Lucas se abriu de vez e ele saiu apressado até o aquário, quase colando o rosto no vidro.

Fiquei observando a cena com o coração apertado de ternura. Eu mesma já tinha passado horas ali, na época que trabalhava… o tempo passava mais rápido, principalmente quando eu conversava com os peixes, reclamando dos clientes chatos.

Me sentei na mesa ao lado de Diogo, de frente para o aquário e era impossível não sorrir vendo Lucas quase grudado no vidro, com os olhos brilhando como se tivesse descoberto um tesouro.

— Eu nunca soube desse lugar. — Diogo comentou, me olhando e depois voltando os olhos para o aquário. — É lindo demais.

Sorri, apoiando o queixo na mão.

— Pois é… já está aqui faz tempo. Estranho você não conhecer.

Ele arqueou a sobrancelha, curioso.

— E por que você saiu daqui?

Soltei uma risadinha antes de responder.

— Porque briguei com o gerente. — dei de ombros. — Um cantor famoso veio aqui uma vez e achou que podia passar a mão na minha bunda. Eu não pensei duas vezes e acertei um tapa na mão dele. A vontade era de ter acertado na cara.

Os olhos de Diogo se arregalaram e logo depois ele riu.

— Claro que você faria isso.

— Tá… mas não precisa ser sempre chique assim, não. Eu gosto de arroz e feijão também.

Eu não aguentei e soltei uma risada.

— Eu também, viu? Às vezes é o que salva o dia.

Diogo riu junto, balançando a cabeça.

— Pode deixar. A gente faz uma feijoada qualquer dia desses.

Lucas encheu os olhos, como se aquilo fosse a melhor promessa do mundo. Ele deu mais uma garfada e ficou quieto por uns segundos, até levantar os olhos e encarar Diogo.

— Posso perguntar uma coisa?

— Claro, filho. — Diogo respondeu, firme, mas eu percebi a tensão sutil no tom dele.

— Você… — Lucas hesitou, brincando com o garfo. — Você pensa que… dá pra gente fazer coisas juntos? Tipo… não só agora no restaurante, mas… sei lá, ir em algum lugar, fazer alguma coisa de pai e filho?

Meu coração disparou. Diogo piscou rápido, e por um segundo achei que ele ia chorar ali mesmo.

— Lucas… — ele começou com a voz baixa e emocionada. — Não só penso, como quero muito isso. Só preciso que você me diga quando se sentir pronto.

O garoto abaixou os olhos, envergonhado, mas eu vi o canto da boca dele se curvar num sorrisinho.

— Eu… acho que quero sim.

Diogo respirou fundo, e eu senti as lágrimas queimando nos meus olhos também. Toquei de leve a mão de Lucas sobre a mesa.

— Vai ser incrível. Vocês dois juntos vão aprontar muito, eu já tô vendo.

Ele riu baixinho e voltou a comer. Aquele momento ficou gravado em mim como algo simples, mas tão especial.

Enquanto o restaurante seguia com o burburinho de conversas e o som dos talheres, eu percebi que a gente estava construindo alguma coisa ali, um pedaço de família, pouco a pouco.

Quando terminamos o almoço, Lucas ainda deu uma última olhada pro aquário, como se não quisesse ir embora. Eu o entendia bem, aquele lugar tinha mesmo um encanto. Caminhamos até o carro e, já no banco do passageiro, ajeitei o cinto olhando pelo retrovisor o menino ainda com os olhos brilhando.

Diogo ligou o carro e me lançou um olhar rápido de canto.

— Gostei do lugar. — disse. — Mas gostei mais de ver vocês dois sorrindo juntos.

Eu sorri de volta, apertando sua mão sobre o câmbio.

— Foi um bom dia.

Ele me olhou mais um segundo, depois voltou os olhos pra rua, dirigindo em silêncio até chegar na frente da empresa. Quando estacionou, soltou o cinto e se virou pra mim.

— Vou trabalhar em casa hoje. Assim eu fico mais tempo com o Lucas.

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