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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 276

Olhei pra trás e vi o garoto tentando disfarçar a alegria, mas era impossível não perceber o sorriso estampado e senti meu peito se aquecer.

— Acho perfeito. — falei, inclinando-me e roubando um beijo dele. — Você vai adorar esse tempo juntos.

— Já tô adorando. — ele murmurou contra os meus lábios, antes de me soltar.

Virei-me para Lucas e toquei de leve no ombro dele.

— Até mais tarde, garoto. Se cuida e não deixa teu pai te encher de bobagens, viu?

Ele riu baixinho.

— Pode deixar. Tchau, Alice.

Abri a porta e desci, respirando fundo antes de me despedir com um último aceno. Entrei na empresa, cumprimentando distraidamente a recepcionista, e segui até minha mesa. Assim que fechei a porta e me sentei na cadeira, o peso voltou todo de uma vez.

Soltei o ar devagar, passando as mãos pelo rosto. O nervosismo que o almoço tinha amenizado retornou como um soco no estômago. Tinha decidido ir amanhã de manhã ver meu pai e só de pensar, meu coração já disparava.

Olhei para a pilha de papéis e o computador ligado à minha frente. “Ok, Alice, foco”, murmurei para mim mesma. Precisava adiantar o máximo de trabalho possível ali, porque sabia que não teria cabeça pra nada depois desse encontro.

Mas mesmo tentando, a lembrança da ligação não saía da minha mente, nem o tom inesperadamente calmo dele.

Quando o expediente acabou, fechei a pasta de relatórios, desliguei o computador e respirei fundo. Peguei um táxi logo na frente da empresa e no caminho, minha cabeça não parava, há um tempo estava juntando e agora, já tinha um dinheiro suficiente guardado, não era tanto assim, mas dava pra dar uma boa entrada em um carro.

O pensamento ficou martelando. Talvez fosse uma boa ideia falar com o Diogo e pedir ajuda, ele entendia dessas coisas e com certeza me ajudaria a escolher o modelo certo.

Quando o táxi parou em frente ao prédio, paguei a corrida e subi. Assim que as portas do elevador se abriram, meus olhos se arregalaram com a cena que encontrei na sala.

Diogo e Lucas estavam sentados no tapete, as costas arqueadas sobre uma caixa enorme aberta no chão. Centenas de pecinhas coloridas espalhadas pela mesa de centro e pelo carpete.

— Vocês estão de brincadeira comigo… — falei, rindo e me aproximando. — De quantas peças é esse quebra-cabeça?

Lucas ergueu o rosto, com os olhos brilhando de empolgação.

— Mil e quinhentas peças!

— O quê? — eu levei a mão à testa, chocada. — Boa sorte, viu… porque eu tô fora dessa.

Diogo riu, passando a mão pelos cabelos.

— Acha que a gente não consegue?

— Conseguimos sim! — Lucas rebateu, rindo. — A gente vai terminar rapidinho.

Balancei a cabeça, rindo da confiança dos dois.

— Tá bom… vou deixar vocês se divertirem. Eu vou tomar um banho.

Eles nem se mexeram de tão concentrados que estavam em separar as bordas do quebra-cabeça. Entrei no quarto, tomei um banho demorado e quando voltei, adivinha? Os dois ainda estavam ali, sentados no chão, com o mesmo entusiasmo de antes.

Fiquei parada na porta por alguns segundos observando. Era quase hipnótico a forma como os gestos eram os mesmos. O franzir de testa quando não achavam a peça certa, o jeito de virar as pecinhas entre os dedos, até a expressão de vitória quando encontravam o encaixe perfeito.

Sorri sozinha, levando a mão à barriga sem nem perceber. Será que o bebê pareceria mais comigo ou com o Diogo? Fiquei imaginando um rostinho parecido com o do Lucas, com aquele olhar curioso e intenso… ou talvez os meus traços, mais suaves.

Meu coração deu um salto e por um instante, desejei que o tempo parasse ali, eles dois, eu e esse futuro que ainda parecia incerto, mas tão cheio de possibilidades.

Terça-feira

Acordei com uma onda estranha no estômago. Tentei ignorar, mas em segundos não deu mais e corri direto pro banheiro, segurando o cabelo de qualquer jeito enquanto me apoiava na pia.

Respirei fundo várias vezes, tentando me recompor, e quando ergui o rosto, lá estava Diogo parado na porta com os braços cruzados, e o cenho apertado de preocupação.

— Alice… você não costuma ter enjoo. O que aconteceu? — sua voz saiu firme, mas suave.

Suspirei, passando água no rosto.

— Deve ser o nervosismo. Hoje vou encontrar meu pai, lembra?

Ele inclinou a cabeça, me avaliando.

— Quer que eu vá com você?

Balancei a cabeça de imediato.

— Não precisa. Você tem que ficar com o Lucas e eu vou ficar bem. Sinto que preciso estar sozinha com ele nesse momento…

— Tem certeza? Posso ficar no carro esperando.

Neguei novamente com a cabeça, forçando um sorriso.

— Tenho sim… qualquer coisa, ligo para você.

Ele não pareceu gostar muito, mas não insistiu. Apenas se aproximou, pousando a mão no meu ombro antes de se afastar.

— Se tiver qualquer coisa, me liga.

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