Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 279

Saímos de casa depois que Alice foi para o trabalho.. Lucas parecia animado, cheio de curiosidade. Eu já sabia que aquele dia ia ser importante, não só porque queria mostrar a empresa pra ele, mas também por causa do plano que estava amadurecendo dentro de mim.

No carro, quando ele me perguntou para onde íamos, deixei escapar um meio sorriso.

— Primeiro vamos passar na empresa. Quero te mostrar onde eu trabalho e depois… vamos encontrar um amigo da Alice. Ele está ajudando a organizar uma coisa muito especial.

Lucas me olhou curioso.

— O quê?

Respirei fundo e baixei a voz, como se fosse confidenciar um segredo de estado.

— É uma surpresa. Quero pedir a Alice em casamento.

Ele arregalou os olhos, deixando um sorriso escapar.

— Sério?

— Sério. — Assenti firme, tentando conter a ansiedade. — Mas precisa ser segredo. Você guarda pra mim?

Ele se ajeitou no banco, com aquele ar de cumplicidade que só uma criança consegue ter.

— Pode deixar, eu não falo nada. Prometo.

Sorri e baguncei o cabelo dele de leve.

— Assim que eu gosto.

***

Quando chegamos à empresa, Lucas ficou paralisado por alguns segundos, olhando para a fachada imponente de vidro espelhado.

— Nossa… é aqui que você trabalha?

— É. — Saí do carro e estendi a mão para ele. — Vem, vou te mostrar.

Entramos no saguão e, a cada passo, os olhos dele brilhavam mais. Os funcionários passam e nos cumprimentava.

— Bom dia, senhor Montenegro.

— Bom dia, Diogo.

E, claro, com olhares curiosos caindo sobre Lucas, que apertava minha mão com força.

— Essa empresa é sua? — ele perguntou baixinho, como se fosse difícil acreditar.

Olhei para ele, sorrindo.

— Eu sou o diretor, mas é da família. E ninguém faz nada sozinho, todo mundo aqui trabalha em equipe.

Ele assentiu pensativo, olhando em volta como se estivesse num museu.

Pegamos o elevador e quando chegamos ao andar da diretoria, encontramos Linda na mesa em frente à minha sala. Ela já levantou os olhos e abriu um sorriso caloroso.

— Bom dia, Diogo.

— Bom dia, Linda. — sorri, puxando Lucas para mais perto. — Quero te apresentar alguém muito importante. Esse aqui é o Lucas… meu filho.

Ela congelou por um instante com os olhos arregalados, antes de se levantar.

— Seu… filho?

Assenti devagar.

— É uma longa história… depois eu te explico com calma.

Linda então se abaixou levemente para ficar mais perto de Lucas, com um sorriso sincero.

— É um prazer enorme te conhecer, Lucas. Você é muito lindo, sabia?

Ele ficou sem graça, mas agradeceu baixinho.

— Se não fosse pela Linda, eu já teria enlouquecido nesse lugar. — falei, piscando para ele. — Ela é meu braço direito.

Ela riu e balançou a cabeça.

— Ele exagera.

***

Abri a porta da minha sala e levei Lucas comigo. Ele entrou devagar, seus olhos explorando cada detalhe. Quando chegou perto da janela de vidro que ia do piso ao teto, ficou parado, impressionado com a vista.

— Uau… é muito alto!

Fui até ele e cruzei os braços, olhando para fora também.

— É. Lá embaixo, tudo parece pequeno, né?

Ele sorriu, colando quase o nariz no vidro.

— Parece até outra cidade.

Olhei para ele e senti o peito apertar de orgulho. Era a primeira vez que meu filho estava ali, conhecendo meu mundo.

Ele ficou ali, parado diante do vidro enorme, olhando para a cidade lá embaixo como se estivesse sonhando acordado. Eu me aproximei em silêncio, só observando a sua expressão até que, de repente, ele virou o rosto para mim.

— Deve ser muito difícil… ser chefe de tanta gente assim, né?

Sorri de leve, me encostando na borda da mesa.

— Tem seus dias. Mas também é uma responsabilidade boa, porque a gente sabe que está ajudando muitas pessoas a ter emprego e a crescer.

Ele pensou por um instante.

— E olha, no futuro… se você quiser, pode assumir o meu lugar aqui. Vai ser sempre uma porta aberta pra você. Mas se não quiser, se decidir seguir outro caminho, eu vou estar do seu lado do mesmo jeito. Só precisa me dizer o que gosta, qual o seu sonho, que eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance pra te ajudar a conquistar.

Lucas me olhou surpreso, desviando o olhar meio tímido.

— Oi, Júlio.

Júlio então levantou os olhos para mim, animado.

— Tá, agora vamos ao que interessa. Pensei bastante, e… cara, esse quiosque no lago vai ser perfeito! Imagina só, com luzes de vela por todo o caminho, o reflexo na água, o silêncio ao redor… É só você alugar o clube pra uma noite.

Arqueei as sobrancelhas, rindo com a empolgação dele.

— Só isso? Simples assim?

— Ah, não vem, Diogo — ele rebateu, rindo. — Sei que o valor de fechar o clube não vai pesar no seu bolso.

Balancei a cabeça, rindo ainda mais.

— Eu avisei que não era pra se preocupar com os gastos. Se você acha que aqui vai ser um bom lugar, então vai ser aqui.

Os olhos de Júlio brilharam.

— Vai ser perfeito, eu garanto. Já tenho tudo em mente e tem mais, a Alice já fez uns bicos aqui no clube, então, na hora que você estacionar o carro, ela vai reconhecer o lugar. Vai ser uma surpresa ainda maior.

Lucas puxou levemente a barra da minha camisa, sorrindo.

— Pai, vai ficar muito lindo!

Olhei pra ele e meu coração quase explodiu com aquele sorriso.

— Vai sim, filho. A gente vai fazer algo que a Alice nunca vai esquecer.

Júlio bateu palmas uma vez, como quem fecha um acordo.

— Então é isso! Eu cuido da decoração, das velas e música ambiente. Você só precisa trazer a Alice e o anel.

Cruzei os braços, arqueando a sobrancelha.

— E você não vai me contar mais detalhes?

Ele sorriu de canto.

— Nem adianta insistir. Parte da graça é você também ser surpreendido.

Revirei os olhos, rindo.

— Tá bom, confio em você.

Lucas ergueu a mão, sério.

— Eu também vou guardar segredo.

Júlio e eu olhamos um pro outro e rimos juntos.

— Então estamos combinados — disse Júlio, batendo de leve no meu ombro. — Vai ser uma noite inesquecível.