O sábado foi cheio. Alice tinha separado o dia para irmos ao shopping e eu confesso que, no fundo, estava ansioso. Não tanto pelas compras, mas porque ver os dois juntos, ela e Lucas, já valia qualquer coisa.
Caminhava alguns passos atrás, observando Alice segurar a mão do meu filho, apontando para lojas, comentando fachadas e de vez em quando, se abaixava perto dele para cochichar fofocas sobre algumas pessoas que passavam. Eles riam como cúmplices, e eu só conseguia sorrir sozinho.
Quem diria… No início do ano, nunca imaginei que estaria aqui, no shopping, comprando roupas e coisas para um filho que eu deixei com outras pessoas. E ao mesmo tempo, ao lado da mulher que eu era completamente apaixonado e que, ainda por cima, carregava outro filho meu.
Suspirei. Era isso a paz. Uma paz que eu não sentia há mais de nove anos.
Na loja de decoração, Lucas parecia ter entrado em outro mundo. Olhava para cada brinquedo, encantado. Eu queria comprar todos, mas sabia que não podia sufocar ele dessa forma. Então, deixei por conta de Alice, que, prática como sempre, disse com firmeza.
— Lucas, você pode escolher cinco brinquedos hoje e depois podemos comprar mais.
Ele arregalou os olhos.
— Cinco?! De verdade?
Alice assentiu, rindo.
— De verdade. Mas só cinco, viu? Não vai tentar dar uma de espertinho.
Ele deu risada e saiu correndo pelos corredores da loja, voltando todo empolgado, mostrando cada escolha como se fosse um troféu.
Depois fomos para roupas, e aí foi a vez de Alice brilhar. O olhar dela para detalhes era impressionante, ela sabia exatamente o que ficava bem nele, como se já fosse algo natural. Vi meu filho se transformando, ganhando confiança e, por fim, paramos numa papelaria. Lucas ainda ficava inseguro em pedir o que queria, mas Alice insistia com carinho.
— Pode escolher o que você gostar, Lucas. Não precisa ter vergonha.
Eu reforçava…
— É isso mesmo, filho. Sinceridade aqui é lei.
No fim da tarde, paramos no McDonald’s e descobri que Lucas nunca tinha comido. Sentamos numa mesa, ele com os olhos arregalados diante da bandeja lotada de batata frita, nuggets, hambúrguer, refrigerante e até sundae.
Ele pegou a primeira batata e ficou olhando.
— Come — Alice disse, sorrindo. — Vai, é só batata.
Lucas mordeu e seus olhos brilharam.
— Nossa! É a melhor batata do mundo!
Eu ri, vendo Alice rindo também. Ele encheu a boca com mais algumas, mas logo pegou o hambúrguer. Ficou analisando como se fosse uma invenção de outro planeta.
— Isso tudo junto… é mesmo pra comer? — perguntou, virando pro lado dela.
— Claro que é, menino! — Alice respondeu, pegando o dela. — Olha só.
E deu uma mordida enorme, se lambuzando com ketchup sem a menor cerimônia.
Lucas arregalou os olhos, impressionado.
— Você é corajosa…
Ela quase engasgou de rir.
— Corajosa nada, é assim que se come hambúrguer!
Ele tentou imitar, mas a boca era pequena demais pro tamanho do lanche. Mordeu, fez uma careta e virou pra mim.
— Pai… isso é difícil demais!
Eu já estava rindo.
— Dá mordidas pequenas, filho. Ninguém aqui vai brigar se você não engolir de uma vez.
Alice não perdoou.
— Ou então abre a boca igual um hipopótamo, que funciona também.
Lucas gargalhou, e sem pensar duas vezes, abriu a boca exageradamente, tentando morder. Resultado, ketchup no nariz.
— Ah não! — ele falou rindo, limpando com o guardanapo.
Alice ria tanto que mal conseguia falar.
— Você parece um palhaço de circo!
— Eu não pareço não! — ele rebateu rindo. — Você que parece… parece… — ele ficou pensando, até soltar — …parece uma criança grande!
— Eu? — Alice colocou a mão no peito fingindo indignação. — Uma criança?
— Sim! — ele afirmou com convicção. — Você ri igual uma criança e come igual uma criança.
Eu não aguentei e comecei a rir, Alice me olhou com aquela cara de “vai rir mesmo?” e Lucas completou.
— Acho que é por isso que vocês estão namorando..
— Como é que é? — Alice perguntou, arqueando as sobrancelhas.
— Ah, isso aí é coisa de uma nova marca de luxo, menina. Eles mandaram uns modelos pro estúdio, sabe? Mas esse... — ele me olhou de cima a baixo, fingindo analisar — esse eu vi em você.
— Em mim? — arqueei a sobrancelha, rindo.
— Claro! — respondeu com um sorriso orgulhoso. — Eu vou pedir pra outras meninas vestirem os outros, mas esse aqui, não tinha como ser de outra pessoa. Você nasceu pra usar isso, Alice. E claro que ia ser você a tirar as fotos com ele.
Olhei de novo pro espelho, com um sorriso meio tímido. O tecido vinho contrastava com minha pele de um jeito bonito, a fenda deixava o vestido com um toque moderno e o caimento era impecável.
— Realmente, ele é lindo — murmurei, ainda sem acreditar.
Julio pegou o celular e olhou o visor.
— Ótimo, o Uber chegou.
— O Uber? — perguntei, franzindo o cenho. — A gente vai pra onde?
Ele sorriu de canto, como quem esconde um segredo.
— A empresa alugou o Clube Ametista pra fazer o ensaio. A ideia é usar aquele campo de golfe bonito pra algumas cenas, e depois aproveitar a quadra de basquete e o quiosque do lago.
— Uau — soltei, surpresa. — Aquele clube é maravilhoso.
— Pois é — respondeu, pegando algumas coisas e me indicando a porta. — Vamos antes que o motorista cancele.
Segurei a barra do vestido com cuidado e o segui até o carro, tomando todo o cuidado pra não pisar no tecido. Quando chegamos, Julio me ajudou a descer. Assim que olhei ao redor, não pude conter o suspiro.
— Essa empresa deve ser bem grande pra conseguir fechar o Clube Ametista só pra um ensaio — comentei, admirando o portão imponente e as luzes do lugar.
Julio soltou uma risada curta.
— É… bem caro mesmo. — disse desviando o olhar.
Balancei a cabeça, rindo.
— Ainda bem que você tá ficando importante, hein?
— Sempre fui, só ninguém percebia — respondeu, dramático, fazendo-me rir outra vez. — Eu só vou fazer uma ligação rapidinho — ele disse, começando a caminhar na outra direção. — Pode ir seguindo para o quiosque.
Olhei na direção que ele apontava. O caminho era iluminado por pequenas luzes douradas, refletindo no lago calmo. Estava tudo tão bonito que por um instante esqueci de perguntar o porquê daquela produção toda.
— Tudo bem — respondi, ajeitando o vestido e começando a caminhar com cuidado pra não pisar na barra.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...