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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 284

Assim que estacionamos na frente da mansão, senti meu coração bater um pouco mais rápido. Era como se cada segundo que me separava daquele momento do encontro de Lucas com a minha mãe e com o Caleb, carregasse um peso que eu nem sabia descrever.

Antes mesmo de eu desligar o carro, a porta da frente se abriu e lá estava ela.

Minha mãe.

Helena Montenegro vinha praticamente correndo, com o olhar ansioso varrendo o carro de um lado ao outro, como se procurasse uma parte de mim que ela esperou a vida inteira reencontrar.

Abri a porta e desci, tentando conter o nó que já se formava na minha garganta. Dei a volta e abri a porta de trás e Lucas desceu devagar, meio acanhado, segurando a barra da blusa.

— Mãe… — chamei baixo, mas ela já vinha com os olhos marejados.

— Meu neto… — ela murmurou, num tom tão suave e quebrado que me fez engolir em seco.

Lucas a olhou, confuso. Eu podia ver que ele não sabia muito bem o que fazer com aquela emoção toda. Então, dei um leve empurrãozinho nas costas dele, um incentivo silencioso.

Ele deu alguns passos até ela, ainda com as mãos meio encolhidas, e disse baixinho:

— Oi…

Foi o suficiente.

Minha mãe começou a chorar. As lágrimas escorreram sem cerimônia enquanto ela o puxava para um abraço apertado, completamente o oposto do que tinha prometido, que iria se “controlar”.

— Meu Deus, como você é lindo… — ela sussurrou, com a voz embargada. — Eu esperei tanto tempo por isso…

Lucas ficou rígido no início, mas depois retribuiu o abraço. Um pouco desajeitado, é verdade, mas sincero.

Eu fiquei parado, só observando. A cena me desmontou. Era como se o tempo tivesse parado ali, na minha mãe o neto que ela tanto quis conhecer.

Foi então que Caleb apareceu, empurrando a cadeira com um sorriso emocionado e os olhos marejados.

— Então esse é o famoso Lucas? — ele perguntou, com a voz trêmula de emoção.

Lucas se afastou um pouco de minha mãe e olhou para ele com curiosidade.

— Oi… — disse, num fio de voz.

— Oi, garoto — respondeu Caleb, estendendo a mão. — Vem cá, me dá um abraço.

Lucas olhou pra mim, como se pedisse permissão com o olhar. Eu apenas sorri e assenti.

Ele caminhou até o Caleb e o abraçou com cuidado. Caleb fechou os olhos, apertando o menino com força e riu entre as lágrimas.

— Cara, você não faz ideia do quanto a gente esperou por isso. — disse, com a voz rouca. — Já te amo pra caramba, moleque.

Lucas riu baixinho, meio tímido.

— Eu também gostei de conhecer vocês…

Minha mãe se ajoelhou com dificuldade, passando a mão no cabelo dele, ainda chorando.

— Você tem o olhar do seu pai — ela disse, com um sorriso trêmulo. — E o mesmo jeitinho de quando ele era pequeno… tão doce, mas curioso com tudo.

Respirei fundo, tentando segurar a emoção que vinha com força.

Alice, que tinha descido do carro sem eu perceber, se aproximou devagar,com aquele sorriso discreto que ela dava quando queria me dizer sem palavras que entendia.

Minha mãe se levantou, enxugando as lágrimas.

— Vamos entrar, meu amor. Tem tanta coisa que quero mostrar pra você… e o jantar está quase pronto.

Lucas assentiu, olhando pra mim com um sorriso pequeno.

— Posso ver o quarto do tio depois?

Caleb riu.

— Claro! Mas já te aviso, tá meio bagunçado — brincou. — Eu e a cadeira temos uns desentendimentos às vezes.

Lucas deu risada e eu balancei a cabeça, sorrindo.

— É… bem-vindo à família, filho.

Ele me olhou e abriu um sorriso que me desmontou completamente.

— Obrigado, pai.

A mesa estava posta e como sempre, impecável. Toalha branca, talheres alinhados, os cristais da minha mãe brilhando sob a luz suave do lustre. Mas, pela primeira vez em muito tempo, o jantar na casa dos Montenegro não tinha aquele ar formal, quase frio.

Tinha risadas e vida.

Lucas estava sentado entre minha mãe e o Caleb, e parecia à vontade, o que me deixou aliviado. Helena, claro, já tinha se transformado oficialmente na avó coruja que eu temia que surgisse, e ao mesmo tempo, adorava ver.

— Quer mais purê, meu amor? — ela perguntou pela terceira vez.

— Tô cheio, vó — ele respondeu, tentando parecer educado, mas com a boca cheia.

“Vó.”

O jeito que ele disse me pegou de jeito. Me fez sorrir, meio bobo, meio emocionado. Minha mãe, claro, chorou baixinho enquanto sorria que nem boba.

— Então come só mais um pedacinho de frango — insistiu ela, colocando no prato dele sem esperar resposta.

Alice riu baixinho, e eu balancei a cabeça, sem acreditar.

— Mãe… ele já disse que tá cheio — falei, entre risadas. — Se continuar assim, vai sair rolando daqui.

Ela me olhou.

— Ah, fica quieto, Diogo. Eu sei cuidar do meu neto.

Lucas riu e olhou pra mim, como se dissesse “ela não aceita não”.

Eu só dei de ombros.

— Pois é, bem-vindo ao clube.

Foi então que minha mãe começou o que eu mais temia.

— Sabe, Lucas, o seu pai quando era pequeno era igualzinho a você. Curioso, inteligente, e com um olhar que me desarmava toda vez que tentava brigar.

— Ih, lá vem… — murmurei, já sabendo o que vinha pela frente.

— Ele vivia subindo nas árvores do jardim pra pegar laranja — continuou Helena, animada. — Um dia caiu, rasgou o joelho e jurou que tinha lutado com um ladrão pra não levar bronca!

Lucas arregalou os olhos.

— Sério, pai? — perguntou, rindo.

Eu passei a mão no rosto, rindo também.

— Tá vendo o tipo de coisa que ela gosta de contar?

Alice riu.

— Eu até consigo imaginar você com cara de anjo tentando inventar uma desculpa — disse, divertida.

— É, anjo é uma palavra forte — provocou Caleb, rindo. — Ele sempre foi o certinho, o responsável… mas quando aprontava, ninguém superava.

Capítulo 0123 - Diogo 1

Capítulo 0123 - Diogo 2

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