Minha mãe estava contando mais uma história de quando eu era pequeno, enquanto Alice ria, tentando esconder o quanto estava se divertindo. Eu já estava prestes a interromper a história pela milésima vez, quando vi o olhar da minha mãe se fixar na mão de Alice.
Ela parou no meio da frase com os olhos se arregalando um pouco, e então um sorriso enorme se abriu em seu rosto.
— Essa aliança é o que eu tô pensando, meu filho? — perguntou, já com a voz embargada.
Alice olhou pra mim, sem jeito e levantou a mão devagar, mostrando o anel.
— É sim, dona Helena… — respondeu sorrindo. — Nós ficamos noivos.
Foi o suficiente pra minha mãe praticamente voar até ela. Helena a abraçou com força, rindo e chorando ao mesmo tempo.
— Ai, meu Deus… Eu não acredito! Além de ganhar dois netos, agora eu ganhei uma filha também!
Alice começou a rir, visivelmente emocionada.
— Eu que tô ganhando uma sogra maravilhosa — disse ela, retribuindo o abraço, apertando minha mãe de volta.
Helena a afastou só um pouquinho pra olhar direito pra ela, ainda segurando suas mãos.
— Você não tem ideia do quanto eu esperei pra ver o Diogo assim, feliz de verdade. Sempre soube que ele ia encontrar alguém especial, mas, Alice… você é muito mais do que eu sonhei pra ele.
Alice ficou com os olhos marejados.
— Eu… nem sei o que dizer — respondeu, rindo baixinho. — Só posso agradecer por me receber assim.
— Não precisa agradecer nada, minha filha — minha mãe respondeu, com aquele tom doce que sempre teve. — Essa casa é sua também, a partir de agora.
Eu fiquei ali, só observando.
— Sabe, mãe… — falei, me aproximando delas. — Eu acho que esse é o momento mais feliz da minha vida.
Helena olhou pra mim com um sorriso calmo.
— E é só o começo, meu filho. Você merece essa felicidade. Todos vocês merecem.
Olhei pra Alice, que ainda segurava a mão da minha mãe, e senti um orgulho imenso.
Lucas voltou pra sala com Caleb, os dois rindo de alguma coisa que eu não cheguei a entender. Minha mãe ainda estava conversando com Alice, mas parou assim que viu os dois entrarem.
— Essa casa é muito bonita, vovó — Lucas disse empolgado, com os olhos brilhando enquanto olhava para todos os lados. — Posso trazer meus irmãos um dia? E a Bia também?
Minha mãe riu, derretida.
— Claro que pode, meu amor. Quero conhecer todo mundo que você gosta.
Eu sorri, mas quando ouvi o nome Bia, senti um arrepio na nuca. E Caleb, perto dele, arqueou uma sobrancelha.
— Bia? — ele repetiu, curioso. — E quem é essa Bia?
Lucas respondeu todo animado, sem nem perceber o peso que o nome carregava pra mim.
— É uma amiga do colégio. Ela é bem divertida, e a irmã dela também! Quando a gente viajou, ela fez a gente rir demais.
O sorriso no rosto de Caleb começou a sumir. Ele franziu o cenho devagar e olhou pra mim antes de voltar pra Lucas.
— A irmã dela? — perguntou, com a voz mais baixa. — Qual o nome da irmã da Bia?
Lucas pensou por um instante, mexendo os dedos e respondeu com toda inocência do mundo:
— Fernanda.
O tempo pareceu parar e Caleb ficou imóvel. Os olhos dele se arregalaram e o rosto endureceu.
Ele virou a cabeça lentamente pra mim.
— Como assim… Fernanda? — sua voz saiu trêmula, carregada de raiva e incredulidade. — O que ela tem a ver com isso, Diogo?
Senti o estômago revirar. Respirei fundo, buscando alguma calma.
— Caleb, eu posso explicar…
— Explicar?! — ele explodiu, sua voz ecoando pela sala. — Como você pode explicar que teve contato com ela esse tempo todo e nunca me contou nada?!
Helena se virou assustada, mas eu fiz um gesto pra ela com a mão, tentando acalmá-la.
— Mãe, pode levar o Lucas pra conhecer meu quarto antigo? Acho que ele vai gostar de ver alguns brinquedos antigos meus.
Ela percebeu na hora o clima tenso, mas manteve o sorriso gentil.
— Claro, meu amor. Vem, Lucas, quero te mostrar uma coisa muito especial.
Lucas olhou pra gente, meio sem entender, mas assentiu e foi com ela, animado.
Assim que a porta se fechou, Caleb me encarou de novo. Os olhos dele estavam marejados, mas a raiva era evidente.
Ela respirou fundo, se aproximando.
— Eu contei onde a Fernanda está.
Fechei os olhos e passei a mão no rosto, soltando um suspiro pesado.
— Alice... você sabe que a Fernanda não faz bem pra ele. Eu vi o que ela fez, eu vi o quanto ele sofreu.
Ela me encarou firme, com aquele olhar calmo, mas cheio de razão.
— Diogo, mais uma vez... quem tem que decidir isso é o Caleb. — Ela falou com uma serenidade que me desmontou por dentro. — Quando ele chegar, você pode verificar se a Fernanda contou toda a verdade. E se ela não contou, aí sim, você conta pra ele. Mas o Caleb merece saber de tudo. Sempre mereceu.
Fiquei em silêncio, só ouvindo o som distante dos talheres batendo na cozinha e o eco da porta ainda aberta. Alice se aproximou mais e colocou a mão no meu braço.
— Eu sei que tudo o que você fez foi pra proteger o seu irmão. E vi o quanto ele sofreu naquela fase… e o quanto você quase se destruiu tentando manter tudo sob controle. Mas o Caleb já é um homem, Diogo. E ele ainda ama a Fernanda, dá pra ver. Se eles conseguirem resolver isso e seguir juntos, vai ser lindo. Mas se não der certo… tudo bem também. Vai ser só mais um ciclo que precisa se encerrar.
As palavras dela foram como um soco e um alívio ao mesmo tempo. Parte de mim queria correr atrás dele, segurar, impedir que revivesse tudo. A outra parte sabia que ela estava certa e que talvez, pela primeira vez, eu precisasse deixar ele enfrentar as próprias verdades.
Minha mãe apareceu, sentindo o clima e respirou fundo e se sentou no sofá. Seu rosto estava tenso, preocupado.
— Sabia que esse dia ia chegar — murmurou. — Caleb sempre foi forte, mas o coração dele é o mais sensível da casa.
Lucas, que estava sentado ao lado dela, olhou confuso.
— Eu falei alguma coisa errada?
Alice sorriu e foi até ele, se abaixando na altura do garoto.
— Não, querido, você não tem nada a ver com isso. — Ela passou a mão nos cabelos dele, num gesto doce. — É só que o Caleb não sabia que a Fernanda estava de volta. Ele foi vê-la, só isso.
— Ah… — Lucas balançou a cabeça, parecendo mais tranquilo. — Achei que ele tivesse ficado bravo comigo.
— De jeito nenhum — respondeu Alice com um sorriso calmo. — Fica tranquilo, tá?
Ele assentiu, e o clima foi se suavizando aos poucos. Helena forçou um sorriso e puxou Lucas pra perto, distraindo-o com uma história qualquer sobre quando eu era pequeno. F
Finalmente me sentei, sentindo o peso do corpo cair no sofá.
Fiquei olhando fixo pra porta com o pensamento longe. Alice se sentou ao meu lado e entrelaçou os dedos nos meus, em silêncio.
Eu respirei fundo. Agora, só restava esperar que Caleb voltasse.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...