(Diogo)
Quinta, 15 de Dezembro
Os dias foram passando e eu percebia o quanto o Lucas estava se soltando mais. Ele se apegou de um jeito à gente… parecia que já fazia parte da nossa rotina há anos. Às vezes, ele vinha pro meu escritório e ficava desenhando na mesa enquanto eu trabalhava, e à noite não dormia sem dar boa-noite pra Alice.
Mas, mesmo com esse carinho todo, ele sempre perguntava pelos irmãos.
— Pai, será que a Bia e os outros tão bem? — ele perguntava, com aquela carinha preocupada.
Foi aí que me veio a ideia.
— Que tal passar uns dias com eles, no acampamento onde estão? — sugeri. — Assim você mata a saudade, e ainda se diverte um pouco.
Ele quase pulou de alegria na hora.
— Sério? Posso mesmo?!
Alice riu, e eu confirmei. A verdade é que as obras do novo colégio ainda estavam longe de terminar, então aquele acampamento improvisado estava servindo de “lar temporário” pras crianças. Tinham montado toda uma estrutura com refeitório, tendas, e até pequenas aulas diárias com os novos professores que contratamos. Nada de luxo, mas era digno, seguro e cheio de vida, do jeito que as crianças mereciam.
Naquela manhã, seguimos viagem até lá. Eu dirigindo, Alice no banco do passageiro e Lucas e Bia no banco de trás, um mais animado que o outro. Eles cantavam, riam, e o tempo passou voando.
Quando chegamos, os dois arregalaram os olhos.
O acampamento ficava num parque a uns dez quilômetros da cidade, cercado por árvores, com um lago bonito refletindo o sol e uma brisa gostosa. Havia uma casinha central, onde ficava o refeitório, e dezenas de barracas coloridas espalhadas pelo gramado. Era simples, mas muito bem organizado.
— Uau! — Lucas gritou, praticamente pulando pra fora do carro assim que parei.
Bia correu atrás dele, empolgada, e logo vi as outras crianças vindo correndo de dentro do acampamento. Os irmãos dele estavam no meio e o abraço que eles deram em Lucas me pegou de jeito. Aquele tipo de cena que fazia tudo valer a pena.
— Eles são incríveis, né? — Alice comentou, vindo pro meu lado.
Assenti, com um sorriso de canto.
— São. E é por isso que a gente tem que garantir que nunca mais passem por nada daquilo.
Enquanto eu observava as crianças, uma mulher se aproximou sorrindo. Era a professora responsável pelo acampamento, professora Juliete, uma mulher na casa dos trinta e poucos com olhar firme e uma energia boa.
— Senhor Montenegro! Que bom ver o senhor pessoalmente. É um prazer ter vocês aqui.
— O prazer é meu, professora — cumprimentei, apertando a mão dela. — Como estão as coisas por aqui? Tudo em ordem?
Ela assentiu, sorrindo com confiança.
— Sim, graças a Deus. As crianças estão adorando o acampamento. Tivemos só uns cinco pais que tentaram tirar os filhos daqui, mas os advogados que o senhor contratou resolveram tudo rapidinho.
Assenti, satisfeito.
— Foi pra isso que contratei uma boa equipe. Não ia permitir que voltassem pra aquele colégio imundo.
Alice, ao meu lado, olhou meio tensa pra professora, e foi então que Juliete se virou pra ela.
— E essa deve ser a nova diretora, certo?
Alice ajeitou uma mecha do cabelo, visivelmente nervosa.
— Sou sim. Alice Mendes.
Juliete sorriu de forma acolhedora.
— Ah, que bom! Fica tranquila, tá? Eu vou te ajudar com tudo. Aqui o trabalho é puxado, mas muito gratificante.
— Muito obrigada, professora Juliete. Isso me deixa mais aliviada. — Alice respondeu, com um sorriso tímido.
— Me chama de Juliete — ela corrigiu com gentileza. — Vamos, quero mostrar o acampamento pra vocês.
Fomos caminhando juntos. Alice observava tudo com aquele brilho curioso no olhar. As barracas coloridas, o som das risadas das crianças, o cheiro de mato fresco misturado com o pão quentinho vindo do refeitório.
Ela parecia encantada.
— É lindo aqui — comentou, olhando ao redor. — Dá vontade de ficar também.
Eu ri.
— Se deixar, o Lucas convence a gente a montar uma barraca pra ele e pra gente aqui.
Ela me olhou e sorriu.
E naquele momento, vendo Alice ali com o vento bagunçando o cabelo dela e o riso das crianças ao fundo, eu pensei que talvez… finalmente, a vida estivesse voltando pro eixo. Sem segredos, sem dor. Só paz.
(Alice)
Quando voltamos do acampamento, o caminho de volta pareceu mais silencioso do que o normal. Eu olhava pela janela, lembrando do Lucas correndo, rindo com os irmãos e a sensação de vazio bateu logo que o elevador parou na cobertura.
Assim que entramos, larguei a bolsa no sofá e soltei um suspiro longo.
— Já tô sentindo falta dele… — murmurei, passando a mão no cabelo.
Diogo me olhou e riu baixinho, vindo até mim.
— Eu também — disse, me puxando pela cintura. — Mas ele queria muito ficar com os irmãos. Dá pra entender, né?
Assenti, apoiando as mãos no peito dele.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...
Gostaria de dizer que plágio é crime. Essa história é minha e não está autorizada a ser respostada aqui. Irei entrar com uma ação, tanto para quem está lançando a história como quem está lendo....
Linda história. Adorando ler...
Muito linda a história Estou gostando muito de ler Só estou esperando desbloquear e liberar os outros que estão faltando pra mim terminar de ler...
Muito boa a história, mas tem alguns capítulos que enrolam o desfecho. Ela já tá ficando repetitiva com o motivo da mágoa...
História maravilhosa. Qual o nome da história do Diogo?...
Não consigo parar de ler, cada capítulo uma emoção....