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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 288

(Diogo)

Quinta, 15 de Dezembro

Os dias foram passando e eu percebia o quanto o Lucas estava se soltando mais. Ele se apegou de um jeito à gente… parecia que já fazia parte da nossa rotina há anos. Às vezes, ele vinha pro meu escritório e ficava desenhando na mesa enquanto eu trabalhava, e à noite não dormia sem dar boa-noite pra Alice.

Mas, mesmo com esse carinho todo, ele sempre perguntava pelos irmãos.

— Pai, será que a Bia e os outros tão bem? — ele perguntava, com aquela carinha preocupada.

Foi aí que me veio a ideia.

— Que tal passar uns dias com eles, no acampamento onde estão? — sugeri. — Assim você mata a saudade, e ainda se diverte um pouco.

Ele quase pulou de alegria na hora.

— Sério? Posso mesmo?!

Alice riu, e eu confirmei. A verdade é que as obras do novo colégio ainda estavam longe de terminar, então aquele acampamento improvisado estava servindo de “lar temporário” pras crianças. Tinham montado toda uma estrutura com refeitório, tendas, e até pequenas aulas diárias com os novos professores que contratamos. Nada de luxo, mas era digno, seguro e cheio de vida, do jeito que as crianças mereciam.

Naquela manhã, seguimos viagem até lá. Eu dirigindo, Alice no banco do passageiro e Lucas e Bia no banco de trás, um mais animado que o outro. Eles cantavam, riam, e o tempo passou voando.

Quando chegamos, os dois arregalaram os olhos.

O acampamento ficava num parque a uns dez quilômetros da cidade, cercado por árvores, com um lago bonito refletindo o sol e uma brisa gostosa. Havia uma casinha central, onde ficava o refeitório, e dezenas de barracas coloridas espalhadas pelo gramado. Era simples, mas muito bem organizado.

— Uau! — Lucas gritou, praticamente pulando pra fora do carro assim que parei.

Bia correu atrás dele, empolgada, e logo vi as outras crianças vindo correndo de dentro do acampamento. Os irmãos dele estavam no meio e o abraço que eles deram em Lucas me pegou de jeito. Aquele tipo de cena que fazia tudo valer a pena.

— Eles são incríveis, né? — Alice comentou, vindo pro meu lado.

Assenti, com um sorriso de canto.

— São. E é por isso que a gente tem que garantir que nunca mais passem por nada daquilo.

Enquanto eu observava as crianças, uma mulher se aproximou sorrindo. Era a professora responsável pelo acampamento, professora Juliete, uma mulher na casa dos trinta e poucos com olhar firme e uma energia boa.

— Senhor Montenegro! Que bom ver o senhor pessoalmente. É um prazer ter vocês aqui.

— O prazer é meu, professora — cumprimentei, apertando a mão dela. — Como estão as coisas por aqui? Tudo em ordem?

Ela assentiu, sorrindo com confiança.

— Sim, graças a Deus. As crianças estão adorando o acampamento. Tivemos só uns cinco pais que tentaram tirar os filhos daqui, mas os advogados que o senhor contratou resolveram tudo rapidinho.

Assenti, satisfeito.

— Foi pra isso que contratei uma boa equipe. Não ia permitir que voltassem pra aquele colégio imundo.

Alice, ao meu lado, olhou meio tensa pra professora, e foi então que Juliete se virou pra ela.

— E essa deve ser a nova diretora, certo?

Alice ajeitou uma mecha do cabelo, visivelmente nervosa.

— Sou sim. Alice Mendes.

Juliete sorriu de forma acolhedora.

— Ah, que bom! Fica tranquila, tá? Eu vou te ajudar com tudo. Aqui o trabalho é puxado, mas muito gratificante.

— Muito obrigada, professora Juliete. Isso me deixa mais aliviada. — Alice respondeu, com um sorriso tímido.

— Me chama de Juliete — ela corrigiu com gentileza. — Vamos, quero mostrar o acampamento pra vocês.

Fomos caminhando juntos. Alice observava tudo com aquele brilho curioso no olhar. As barracas coloridas, o som das risadas das crianças, o cheiro de mato fresco misturado com o pão quentinho vindo do refeitório.

Ela parecia encantada.

— É lindo aqui — comentou, olhando ao redor. — Dá vontade de ficar também.

Eu ri.

— Se deixar, o Lucas convence a gente a montar uma barraca pra ele e pra gente aqui.

Ela me olhou e sorriu.

E naquele momento, vendo Alice ali com o vento bagunçando o cabelo dela e o riso das crianças ao fundo, eu pensei que talvez… finalmente, a vida estivesse voltando pro eixo. Sem segredos, sem dor. Só paz.

(Alice)

Quando voltamos do acampamento, o caminho de volta pareceu mais silencioso do que o normal. Eu olhava pela janela, lembrando do Lucas correndo, rindo com os irmãos e a sensação de vazio bateu logo que o elevador parou na cobertura.

Assim que entramos, larguei a bolsa no sofá e soltei um suspiro longo.

— Já tô sentindo falta dele… — murmurei, passando a mão no cabelo.

Diogo me olhou e riu baixinho, vindo até mim.

— Eu também — disse, me puxando pela cintura. — Mas ele queria muito ficar com os irmãos. Dá pra entender, né?

Assenti, apoiando as mãos no peito dele.

Capítulo 0127 - Diogo 1

Capítulo 0127 - Diogo 2

Capítulo 0127 - Diogo 3

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