Era sábado e eu tinha prometido buscar o Lucas cedo pra gente sair com a Alice. Ela queria comprar as coisas pro Natal, e o moleque estava empolgado desde a hora que acordou, falando sem parar sobre montar a árvore, decorar a sala e deixar tudo “igual filme de Natal”.
Quando chegamos à loja, o brilho nos olhos dele era impagável. Lucas corria de um lado pro outro, puxando a Alice pela mão, apontando pras árvores, pros enfeites, pra tudo.
— Pai! Olha essa! — ele gritou, apontando pra uma árvore enorme, deveria ter uns 3 metros..
Eu ri, cruzando os braços e observando.
— É… gigante mesmo, filho.
Mas então ele se aproximou do preço e congelou.
— Alice, olha isso! — Lucas arregalou os olhos.
Alice se aproximou e soltou um suspiro.
— Meu Jesus amado! — exclamou, tapando a boca.
Cheguei mais perto, rindo.
— Ei, não olha pro preço. Escolham o que gostarem, tá?
Ela olhou pra mim, com aquele sorrisinho leve.
— Você não pode dar carta branca assim… ou eu vou te falir, Diogo Montenegro.
— Eu duvido — respondi rindo.
Lucas então soltou, todo sério:
— O pai tem muito dinheiro, né?.
Olhei pra ele e confirmei, piscando.
— Tenho sim. E esse dinheiro é pra gastar com vocês. Escolham o que quiserem, tá?
Alice balançou a cabeça, meio desacreditada, mas não conseguiu esconder o sorriso.
— Você é impossível — murmurou.
Me virei pra funcionária que observava de longe.
— Pode reservar essa árvore pra gente — pedi. — Eu vou levar.
Ela sorriu e anotou algo num bloquinho, enquanto a gente seguia pelos corredores da loja. Lucas pegava tudo o que via pela frente, papais noéis, meias vermelhas, bonecos de biscoito… cada descoberta parecia um tesouro.
Até que ele parou, encantado, em frente a uma peça grande e linda de um presépio do nascimento de Jesus.
— Posso levar esse? — perguntou, com o olhar cheio de curiosidade.
Alice se aproximou, tocando delicadamente a peça.
— É linda… — murmurou.
Lucas olhou pra ela.
— A professora disse que esse é o verdadeiro sentido do Natal. É o nascimento de Jesus, né? Mas eu nunca entendi direito.
Alice sorriu, passando a mão pelos cabelos dele.
— É sim, meu amor. E a partir de hoje, toda noite, eu vou te contar sobre as bênçãos de Deus e tudo o que aconteceu com os discípulos Dele. Que tal?
— Sério? — ele perguntou, empolgado.
— Sério. Você quer saber?
— Quero! — respondeu de imediato, sorrindo largo.
Fiquei observando os dois, completamente tomado por aquela cena simples. Me aproximei, sem esconder o orgulho.
— Eu não sabia que você tinha esse conhecimento todo — comentei, curioso.
Alice virou pra mim, sorrindo de leve.
— Sempre gostei. Meus pais são evangélicos, e… mesmo com tudo o que aconteceu, eu nunca deixei de falar com Deus. Era a única coisa que me acalmava. — Ela respirou fundo. — Por isso comecei a estudar a Bíblia. Não sigo como deveria, mas o que aprendi, quero passar pro Lucas.
Me inclinei e beijei o topo da cabeça dela, com o coração cheio.
— Você é incrível, sabia?
Ela sorriu, encostando o rosto no meu peito.
— Só tento fazer o meu melhor.
— E faz — murmurei, apertando os dois num abraço.
***
Eu estava sentado ao lado de Alice na clínica, observando enquanto ela se acomodava na maca. Lucas não parava quieto, mexendo nas mãos e olhando em volta como se estivesse explorando um mundo novo. A doutora Heloisa estava sentada à sua mesa, analisando os exames com cuidado.
Ela suspirou e sorriu para nós.
— Alice… está tudo bem. Sua diabetes está controlada, e o bebê está crescendo saudável.
O alívio tomou conta de mim, e eu senti um sorriso escapar antes mesmo de perceber. Alice soltou um riso nervoso e feliz, encostando a mão na barriga já levemente arredondada.
— Sério? Que maravilha! — disse ela, com os olhos brilhando.
Lucas, ansioso, pulou um pouco na cadeira e olhou para mim, depois para Alice.
— Pai, agora a gente vai ver o irmãozinho?
Olhei para Alice e ela sorriu.
— Sim, campeão. Agora nós vamos ver — confirmei, apertando sua mão.
A doutora Heloisa olhou para Lucas e sorriu.
— Pode ficar tranquilo, querido. Vamos ver o bebê.
Alice se deitou, ajeitando a blusa e mostrando a barriga que começava a aparecer. Eu segurei sua mão, sentindo o calor da sua pele. A doutora começou os procedimentos para o ultrassom, passando o gel frio na barriga dela.
— Estamos entrando no quarto mês… ainda é cedo para saber o sexo — explicou ela.
— Mas dá para ver o bebê, né? — perguntou Lucas, franzindo o cenho, curioso.
— Sim, dá para ver direitinho — disse a doutora, ajustando o aparelho.
Na tela, a imagem tremeu por alguns segundos antes de se firmar. Lucas olhou fixamente, com os olhos arregalados. Depois, abriu um sorriso largo, franzindo o cenho de concentração.
— Olha… tá mexendo! Pai, tá mexendo!
Olhei para ele sorrindo e depois para Alice, que encarava a tela com atenção e acariciava a barriga, emocionada.
— Ele é tão pequenininho… — disse ela, com a voz embargada.
A doutora Heloisa colocou o aparelho para ouvir o coraçãozinho. O som rápido e firme encheu a sala. Lucas gargalhou, divertido.
— Pai, que barulhinho engraçado! Parece um cavalinho!
Eu ri baixinho, apertando a mão de Alice.
Quando ela se afastou, Alice olhou para mim, ainda sorrindo.
— Thais tem muito bom gosto — comentou, em tom divertido.
Ergui uma sobrancelha, curioso.
— É mesmo? — perguntei, com um leve sorriso.
Ela deu de ombros e respondeu, confiante.
— É verdade.
Olhei para Lucas, que continuava encantado com o aquário, e depois para Alice.
*****************
(Alice)
Quando chegamos em casa, já era tarde. Lucas estava cansado, mas animado depois do jantar e de toda a diversão no aquário.
— Lucas, vai tomar banho e se deitar, tá? Eu já vou — falei, sorrindo para ele.
— Boa noite, pai! — disse ele, correndo pelo corredor.
Fiquei ali, parada por um instante, observando ele desaparecer na penumbra do corredor. Suspirei, sentindo um calor no peito.
— Não podia me sentir mais realizada — murmurei, olhando para Diogo, que estava ao meu lado.
Ele sorriu e me apertou a mão.
— Eu também percebi isso, Alice. É maravilhoso — disse, me dando um beijo.
Sorri, sentindo meu coração aquecido
. — Então me espera na cama, que hoje eu quero matar a saudade — falei, rindo baixinho.
Diogo assentiu, com aquele sorriso que sempre me deixava derretida. Ele me beijou, e antes de eu me afastar, deu um leve tapa na minha bunda, fazendo-me rir e corar ao mesmo tempo. Então fui tomar banho também.
Depois, fui até o quarto de Lucas e bati na porta.
— Pode entrar! — ele respondeu.
Abri a porta e vi que ele já estava sentado na cama, com os olhos brilhando de expectativa. Sentei na beira da cama, perto dele, acariciando suas costas enquanto ele se acomodava.
— Onde paramos? — perguntei.
— Você estava me contando sobre Davi — Respondeu empolgado.
— Ah, é… — assenti, e comecei a continuar a história.
— Então, Lucas… Davi enfrentou o gigante Golias com coragem, confiando em Deus. Ele pegou a pedra, lançou com força… e venceu o gigante! Tudo em nome de Deus, mostrando que coragem e fé podem superar qualquer desafio.
Os olhos de Lucas brilharam e ele sorriu todo feliz.
— Eu quero ser que nem Davi!
Ele olhou para mim por um momento, ficando mais sério, hesitante e tímido.
— Alice…
— O que foi, meu amor? — perguntei, inclinando-me para ele.
Ele se sentou na cama, ajeitando as mãos, que ficaram juntas e me olhou com uma expressão que me partiu o coração.
— Posso… te chamar de mãe?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...