Entrar Via

Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 294

Entramos no elevador e quando as portas se fecharam, Larissa se virou para mim.

— O Julio já tá lá no local da cerimônia, todo ansioso como sempre.

Revirei os olhos, rindo.

— Ele é assim mesmo… mas eu adoro.

Larissa deu uma risadinha.

— Vocês são muito parecidos, sabia?

— Somos — admiti, rindo. — E hoje ele vai chorar mais do que eu, aposto.

O elevador parou no térreo e quando as portas se abriram, Catherine olhou pra mim com aquele sorriso cúmplice.

— Pronta pro seu grande dia?

Olhei pra frente, sentindo o coração disparar.

— Mais do que nunca.

E então seguimos pro carro. O dia seria longo… e inesquecível.

Quando o carro virou a curva da estrada de terra, eu prendi a respiração.

O lugar era simplesmente deslumbrante.

O espaço do casamento ficava dentro de um spa em meio à natureza, cercado por árvores altas e floridas. O som dos pássaros misturado ao barulhinho suave da água do lago me fez sorrir de orelha a orelha. E foi ali, bem à beira desse lago, que montaram o altar com uma estrutura de madeira coberta por flores brancas e folhagens verdes, delicadas e românticas.

Suspirei, emocionada, sentindo os olhos marejarem.

— Meu Deus… que lugar lindo — murmurei, quase num sussurro.

Catherine abriu um sorriso animado.

— Eu te disse que seria perfeito, amiga! Você vai ser a noiva mais linda desse planeta, eu tô até nervosa!

Ri, tentando disfarçar o nó na garganta.

— Você quer me fazer chorar antes da hora, é isso?

Larissa se aproximou com Duda no colo, embalando-a com carinho.

— E vai ser o casamento mais bonito que eu já vi — disse, com aquele jeito doce de quem fala com o coração.

A babá, Paola, se aproximou logo em seguida, pegando a pequena com cuidado quando Larissa terminou de amamentar.

— Pode deixar comigo, senhora — ela disse, sorridente.

Larissa assentiu, agradecendo, e veio caminhando até mim e Catherine. Entramos no spa juntas, e o clima lá dentro era um pedaço de paraíso com aroma de lavanda, música calma tocando de fundo e uma luz suave que parecia abraçar a gente.

A recepcionista nos guiou até a sala de massagem, e logo estávamos de roupões brancos, deitadas nas macas, prontos pra relaxar.

— Ai, eu precisava disso — suspirou Catherine, fechando os olhos. — Acho que vou casar também só pra ter um dia assim.

Larissa e eu rimos.

— Então trate de encontrar um Deus grego para isso — brinquei.

Ela riu, balançando a cabeça.

— Já estou atrás, meu amor. Mas assim, esse casamento vai ser incrível. O Diogo te ama de verdade, dá para ver no jeito que ele te olha… está completamente rendido.

Senti meu rosto esquentar e ri, assentindo.

— Ele é um caso sério mesmo… — murmurei, sorrindo sozinha.

— Diogo sempre foi assim — comentou Catherine. — Gentil, respeitoso, diferente do Alessandro, né?

Larissa gargalhou alto.

— Isso é fato!

— Até hoje eu fico arrepiada quando o Alessandro tá perto — confessei e elas caíram na risada.

— Eu também sentia isso, acredita? No começo foi uma luta. Quando fui morar com ele, dividir a cama… parecia impossível. Ainda mais com ele preso à... — ela hesitou, seu o olhar ficando mais distante.

Catherine ergueu a sobrancelha e completou:

— À cobra da Chiara?

Nós três rimos juntas, e Larissa fez um gesto teatral.

— Exatamente ela! Foram anos de um casamento sem amor, Alice. Eu sofria e nem percebia o quanto deixava de me valorizar. Como mulher… como eu merecia.

Suspirei, apoiando o cotovelo na maca.

— Eu entendo. Mas eu te juro, eu nunca aceitaria ser tratada mal por homem nenhum. Diogo é maravilhoso, mas se um dia vier a me tratar mal… eu meto o pé na bunda dele sem pensar duas vezes.

As duas caíram na risada de novo. Catherine quase chorava de tanto rir.

— Eu duvido ele dar esse vacilo.

— Ah, ele nem tenta — disse Larissa, rindo ainda. — Mas é engraçado… eu era completamente apaixonada pelo Alessandro. E, no fundo, mesmo quando tudo deu errado, ainda esperava que ele fosse me amar de verdade.

Ela suspirou, com um sorriso leve.

— E aconteceu. Mas não do jeito que eu imaginava. Quando a Chiara reapareceu, tudo desabou. Mesmo assim… hoje, vendo quem ele se tornou, eu vejo que foi bom dar outra chance. Ele é outro homem agora.

— Veio.

Deixei escapar um riso pequeno, nervoso.

— Eu vou até ela.

Saí do quarto devagar, sentindo o coração apertar e um nó se formar na garganta. No corredor, vi minha mãe parada, olhando para o chão com as mãos juntas, como se não soubesse o que fazer.

— Mãe… — chamei baixinho.

Ela ergueu os olhos, e por um segundo ficou me olhando em silêncio. Eu estava só com o roupão branco, o cabelo parcialmente preso e a barriga já de cinco meses se destacando sob o tecido.

Vi o seu olhar suavizar.

— Você está bonita grávida — disse, meio sem jeito.

As lágrimas ameaçaram vir, mas eu respirei fundo.

— Obrigada, mãe. Obrigada por ter vindo.

Ela suspirou, ajeitando as mãos.

— Seu pai insistiu…

— Mesmo assim, eu tô feliz. — sorri, tentando disfarçar a emoção. — Isso vale muito pra mim.

Por um instante, ela me olhou de um jeito que eu não via há anos. Uma mistura de arrependimento e ternura.

Meu pai então se aproximou e colocou uma das mãos nas costas dela, como quem a encorajava.

— Julio, você pode mostrar um quarto pra eles se arrumarem? — pedi.

— Claro, vem comigo — respondeu ele, sempre prestativo, guiando os dois pelo corredor.

Fiquei parada ali, observando os três se afastarem, e senti o peito apertar.

Suspirei fundo. Esse dia prometia ser incrível… mas uma pontada de saudade me atravessou. Yuri.

Mesmo depois de tudo o que ele me fez, ainda doía lembrar. A imagem daquele dia, o som, o medo… tudo voltava, às vezes, sem aviso.

Mas não agora. Não hoje.

Fechei a porta do quarto e apoiei as mãos na barriga, respirando fundo.

— Hoje é o nosso dia, meu amor — murmurei, sentindo um pequeno chute em resposta.

Sorri sozinha. Era hora de deixar o passado lá atrás. Hoje… era o dia em que eu finalmente teria o meu recomeço.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra