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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 295

Quando finalmente vesti o vestido, senti o ar prender no peito. O tecido leve caía com tanta delicadeza que parecia feito exatamente para mim. A renda no decote, os detalhes sutis nos ombros, o caimento suave sobre a barriga… tudo era perfeito. Toquei o ventre, sentindo o coração bater forte, ali dentro estava a prova viva do amor que me trouxe até aqui.

Olhei meu reflexo no espelho e mordi o lábio, tentando não chorar. A maquiagem não ia resistir se eu deixasse as lágrimas escaparem. Mesmo assim, senti os olhos arderem.

Foi quando a porta se abriu e Julio entrou.

Ele parou por um instante, sem dizer nada, só me observando. Seus olhos se encheram de lágrimas.

— Minha menina… — murmurou, com a voz embargada.

Sorri, já sentindo o nó na garganta crescer.

Ele veio até mim e me abraçou com cuidado, como se tivesse medo de amassar o vestido.

— Eu sempre sonhei com esse futuro pra você — disse baixinho. — Claro que o noivo bilionário é um bônus, né? — completou com um riso trêmulo. — Mas o que eu queria mesmo era ver você com um homem que te amasse de verdade… que enxergasse a mulher incrível que você é.

— Julio… — minha voz falhou, e eu balancei a cabeça. — Assim você vai me fazer chorar.

Ele riu e enxugou os próprios olhos.

— Tá bom, eu paro. Mas você sabe… eu te amo muito, viu?

— Eu também te amo — respondi, abraçando-o mais forte.

Ele beijou minha testa e me olhou com tanto carinho que meu coração ficou leve.

De repente, ouvimos uma batida suave na porta.

— Posso entrar? — perguntou uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar.

Julio olhou pra mim e sorriu, abrindo caminho.

Meu pai entrou devagar, e por um momento ficou parado, me observando. Os olhos dele brilhavam, e o sorriso que nasceu em seus lábios me fez sentir como uma garotinha de novo.

— Você está linda, filha — disse ele, emocionado.

Sorri, sentindo as lágrimas finalmente escaparem.

— Obrigada, pai.

Ele se aproximou devagar e segurou minhas mãos.

— Tá pronta?

Assenti, respirando fundo.

— Sim…

(Diogo)

O sol já estava quase se pondo quando eu fiquei no altar. O céu tinha aquele tom dourado misturado com laranja e rosa, refletindo sobre o lago calmo, parecia um sonho. As luzes dos lustres pendurados nas árvores começavam a brilhar, e o som leve da água batendo na madeira do deque misturava-se ao murmúrio suave dos convidados.

Eu estava parado ali, no meio daquele cenário mágico, e ainda assim parecia que o mundo inteiro se resumia àquele corredor vazio, o mesmo por onde, em poucos minutos, Alice viria até mim.

Alessandro, ao meu lado, me deu um leve tapa nas costas.

— Respira, cara. Ela vem — disse, rindo.

Rafael completou:

— Se você continuar olhando pra entrada assim, vai dá um troço aí.

Tentei rir, mas o som saiu trêmulo. Eu não conseguia disfarçar. Meu coração batia num ritmo descompassado, minhas mãos suavam e a garganta estava seca. Olhei outra vez para o caminho coberto de pétalas, cercado por lanternas douradas e flores brancas… e imaginei Alice ali, vindo em minha direção.

Quando a música começou e o tempo pareceu parar. A marcha nupcial ecoou suave, e eu senti o ar sumir dos meus pulmões.

As daminhas entraram primeiro, sorrindo, jogando pétalas. Logo atrás veio Lucas, todo empolgado, segurando as alianças como se fosse a missão mais importante da vida dele. Eu ri baixinho , ele estava tão orgulhoso.

Mas então… ela apareceu.

Alice.

Meu coração disparou.

Ela surgiu ao lado do pai, e naquele instante, nada mais existia. O vestido branco fluía como uma onda, a renda delicada nos ombros, o brilho do tecido refletindo o entardecer… e o jeito como ela olhava pra mim, com aquele sorriso doce, calmo, cheio de amor, me desarmou completamente.

Senti as lágrimas começarem a escorrer, e nem tentei disfarçar. Peguei o lenço do bolso, mas não consegui tirar os olhos dela nem por um segundo.

Cada passo que ela dava parecia uma eternidade. E quando finalmente chegou até mim, eu já estava completamente perdido entre emoção e incredulidade.

O pai dela olhou pra mim com os olhos marejados.

— Cuida dela por mim, filho. Como eu nunca consegui cuidar.

— Obrigada, Diogo. Por me fazer acreditar de novo que o amor pode ser leve… e bonito assim.

— Obrigado você — murmurei, encostando a testa na dela. — Por ser tudo o que eu nunca soube que precisava.

Alice pegou a aliança e colocou em meu dedo, deixando um beijo ali.

— Com a benção de todos aqui — disse o cerimonialista, sorrindo — podem selar essa união com um beijo.

E quando eu a beijei, tudo o que eu sentia, o amor, o medo, o alívio, a paz se misturou em um só instante perfeito.

Alice era minha. E eu era completamente dela. Minha esposa.

Ficamos ali, por alguns segundos, só sentindo o vento tocar o rosto e o som suave da água batendo na margem. A aliança brilhava em seu dedo, como se tivesse encontrado o lugar certo pra estar.

Tive certeza que não era só o começo de um casamento. Era o recomeço de duas almas que finalmente se encontraram no tempo certo.

Todos bateram palmas e passamos pelo corredor, com os convidados jogando arroz. Seguimos para a área onde seria a celebração. As pessoas se acomodaram e quando a música começou suave, o salão inteiro iluminou com um tom dourado e quente, e, por um instante, tudo pareceu desacelerar. As pessoas formaram um círculo ao nosso redor, mas eu mal percebia porque meus olhos só viam Alice.

Ela estava linda. O vestido parecia feito de luz, e o sorriso dela… Deus, aquele sorriso. Era o tipo de coisa que fazia o mundo inteiro parecer um lugar melhor.

Segurei a sua cintura e começamos a girar devagar, no ritmo da valsa. O toque da mão dela na minha nuca, o perfume, o calor da pele… era impossível não se perder.

— Sabe — murmurei, com um sorriso no canto da boca —Por um momento cheguei a duvidar que viveria isso aqui.

Ela ergueu os olhos pra mim, com aquele brilho que sempre me desmontava.

— Eu também — respondeu baixinho. — Mas, sinceramente? Valeu a pena cada tropeço até aqui.

Dei uma risadinha, lembrando da primeira vez que dançamos.

— Eu estava pensando justamente nisso… Da primeira vez. Você lembra como terminou?

Ela mordeu o lábio, rindo.

— Lembro muito bem… e acho que hoje vai terminar do mesmo jeito.

— É mesmo? — perguntei, provocando.

— Uhum — ela respondeu, sussurrando junto ao meu ouvido. — Só que, dessa vez, você não vai precisar ir embora antes do fim.

Meu coração disparou. Segurei a sua mão um pouco mais firme, e por um momento, esqueci completamente que tinha gente assistindo. Era só ela e eu.

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