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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 299

Eu mal conseguia respirar direito vendo Alice se contorcer de dor quando a enfermeira se aproximou com aquele olhar profissional, mas cuidadoso.

— Alice, vamos verificar sua glicose — disse ela, com calma. — Como você tem diabetes tipo 1, precisamos acompanhar de perto durante o trabalho de parto.

Alice piscou assustada, e eu segurei sua mão com força.

— Tá… tudo bem — ela murmurou, com a voz trêmula, tentando se concentrar na respiração.

A enfermeira se preparou, pegando a lanceta e o monitor. Eu fiquei ao lado dela, vendo cada passo, sentindo cada dor que ela respirava.

Logo depois, a doutora Heloísa entrou na sala, com aquele jeito calmo que me dava confiança, mas ainda assim meu coração disparou.

— Diogo, Alice — disse ela, olhando firme nos nossos olhos. — Vamos precisar iniciar uma infusão controlada de insulina por via intravenosa. É necessário para manter a glicose estável durante o parto.

Alice arregalou os olhos e soltou um gemido de desespero.

— Mas… e a bebê? Vai ter algum problema? Ela corre algum risco? — perguntou, quase chorando.

Eu apertei sua mão com mais força, sentindo meu próprio coração acelerar.

— Calma, amor… — tentei, mas minha voz saiu quase rouca.

— Alice, Diogo — disse a doutora, sorrindo suavemente, tentando acalmar os dois. — Tem como sim. O seu quadro está evoluindo muito bem e você já dilatou mais um centímetro, chegou a 7. Se tudo ocorrer bem, poderemos iniciar o parto em breve.

— Mas… — Alice começou, engolindo em seco com os olhos cheios de lágrimas.

— Eu sei que dá medo — continuou Heloísa — mas você vai ser monitorada de perto por toda a equipe. Qualquer coisa, qualquer alteração, eu quero que me chame imediatamente, tá?

Alice assentiu, nervosa, soltando um gemido de dor e respirando com dificuldade. Eu estava ao seu lado sentindo cada movimento do seu corpo, cada pontada que a fazia curvar-se, e mentalmente implorando.

“Por favor, Deus… alivia essa dor agora. Que a Ester chegue bem, saudável… que minha Alice fique bem.”

Segurei a sua mão ainda mais forte, encostando minha testa na sua.

— Eu tô aqui, amor. Vai dar tudo certo, só mais um pouquinho, tá?

Ela suspirou fundo, fechou os olhos e gemeu baixinho, mas eu pude ver, mesmo com medo e dor, que confiava em mim.

— Eu confio em você… — ela murmurou, e eu senti meu coração apertar de amor e preocupação.

— E eu confio em você, meu amor… — respondi, apertando sua mão. — Vai dar tudo certo. A nossa pequena vai chegar, e vou estar ao seu lado a todo momento.

As horas foram passando e eu mal percebia o tempo. Alice estava há sete horas de trabalho de parto. Lucas já tinha ido ficar com a Larissa e o Gabriel, e minha mãe estava do lado de fora, ansiosa, aguardando.

Alice estava exausta… cansada, suada, cada gemido dela me cortava o peito. Estávamos na banheira, ela encostada nas minhas costas, entre minhas pernas, se contorcendo a cada contração e minha preocupação só aumentava.

— Amor… — eu dizia baixinho, segurando firme suas mãos. — Respira, respira comigo. Tô aqui.

— Ai… dói tanto, Diogo… — ela murmurava, arqueando o corpo contra mim.

De vez em quando, a equipe vinha checar a glicemia, e eu percebia a exaustão em seus olhos.

Mais uma contração veio e ela gemeu alto e eu não conseguia tirar os braços dela. Quando a doutora Heloísa apareceu para fazer outro toque, eu ajudei Alice a sair da banheira. Suas pernas tremiam, mas ela se apoiou em mim e eu a conduzi até a maca.

Ela respirou fundo, ainda suada, e a doutora fez o procedimento e então olhou pra gente e sorriu.

— Tá na hora, Alice. Agora vai!

Alice arregalou os olhos, como se não acreditasse. Eu a beijei na testa, segurando suas mãos e sussurrando…

— Amor… falta pouco. Tá tudo certo, vai dar tudo certo.

— É… nossa pequena. — Eu sorri, sentindo uma felicidade que não cabia no peito. — Tá vendo como a mamãe é forte? Você foi incrível…

Ela tentou sorrir, mesmo com os olhos marejados e o corpo ainda tremendo de exaustão. Eu ajeitei a bebê, apoiando melhor sobre o peito dela, e senti Alice relaxar um pouco, finalmente deixando escapar aquele suspiro de alívio.

— Eu nunca pensei que fosse sentir algo assim… — Alice murmurou, acariciando os fios minúsculos da Ester. — É tão… intenso…

— Eu sei… eu sei, amor. Mas olha só… tá tudo bem, a nossa pequena tá aqui com a gente.

Ester se mexeu um pouco, abrindo os olhinhos e dando um chorinho baixinho. Eu me aproximei ainda mais, beijando a cabecinha dela com cuidado.

— Oi, minha princesinha… — eu sussurrei. — Seja bem-vinda… papai tá aqui, tá tudo bem.

Ficamos ali, os três juntos, e por alguns minutos o mundo inteiro parecia ter parado. Alice então foi transferida de quarto, para onde tinha preparado um quarto de recepção.

— Você está bem, amor? — perguntei baixinho, vendo a exaustão dela.

— Tô… tô sim… — respondeu, sorrindo fraquinho. — Só… tão cansada, mas feliz…

— Eu também… — murmurei, beijando a testa dela. — Tô tão feliz que vocês duas tão bem…

Depois de verificarem tudo o que tinha em Alice e Ester, a médica se retirou junto com a equipe. Fiquei no quarto, admirando minha pequena junto com Alice. Elas duas, eram as mulheres da minha vida.

Uns minutos se passaram e então houve uma batida na porta do quarto, que se abriu em seguida e a enfermeira entrou com Lucas e minha mãe. Ambos já estavam higienizados, de máscara, e com os olhos brilhando de expectativa.

— Pai! — Lucas sussurrou, quase correndo até a nossa beira. — Ela é tão pequenininha!

Eu sorri, ainda com os olhos marejados, e abaixei um pouco a máscara para poder falar com ele sem perder a emoção.

— É, meu campeão… essa é a sua irmãzinha. — Segurei a mão dele e indiquei a Ester sobre o peito da Alice. — Olha só como ela é linda.

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