— É homem... — respondi, já sentindo o estômago apertar. — Mas ele foi bem respeitoso comigo.
Ele soltou um riso curto, sem humor.
— Respeitoso? Isso é no começo, Lorena. Depois você vai ver.
— Não, não é assim — tentei explicar. — Acho até que ele me contratou por eu ser casada. Ouvi dizer que ele preza muito pelo ambiente de trabalho, não quer confusão nem mulher dando em cima dele. Acho que ele se sentiu mais tranquilo sabendo que eu tenho família.
Thales me encarou com o olhar gelado. E antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ele agarrou meu queixo com força.
— Ai, Thales, solta... você tá me machucando! — sussurrei, tentando afastar a sua mão.
Ele inclinou o rosto, com os olhos cravados nos meus.
— Eu vou deixar você trabalhar, Lorena. Mas se eu desconfiar de qualquer coisa... qualquer coisa... você sai de lá. Entendeu?
Senti os olhos arderem, mas engoli seco e assenti.
— Entendi.
Ele me soltou devagar, ainda me olhando de perto. E antes que eu pudesse respirar direito, me puxou pra um beijo. Aquele tipo de beijo que não era carinho, era posse.
Meu corpo ficou tenso e o coração disparado. Quando ele se afastou, sem dizer mais nada, pegou as chaves e saiu, me deixando ali encostada no balcão, sentindo o gosto amargo da mistura de medo e vergonha.
Fiquei olhando a porta por alguns segundos, tentando recuperar o fôlego. Meus dedos ainda tremiam. O que eu conseguia pensar era em como algo que devia me deixar feliz, um simples emprego, podia se transformar em mais uma razão pra eu ter medo.
***
Saí do banho enrolada na toalha, sentindo o vapor ainda grudado na pele. Não percebi Thales no quarto, até que vi a luz do celular refletindo no rosto dele. Ele mexia distraído, mas quando me percebeu, parou.
Um sorriso malicioso se formou nos seus lábios e ele deu umas batidinhas na cama me chamando.
— Vem cá, você está demorando demais.
Forcei um sorriso tentando disfarçar o frio na barriga e me aproximei devagar. Deitei ao seu lado, sentindo o calor do corpo que me atrai sem esforço. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Thales se aproxima mais, ficando por cima de mim. Encostei meu rosto no travesseiro e ele começou a beijar meu pescoço, depois meu ombro.
— Estava com saudades de você — sussurrou com a voz rouca, baixa e isso me faz arrepiar.
Me sinto relaxar aos poucos, deixando os ombros caírem, suspirando baixinho. Ele continuou me beijando, alternando entre pescoço, ombro e o canto da boca, e cada toque me puxava mais para perto dele.
— Lorena… eu te amo — disse, firme, mas com aquela suavidade que me derretia.
Meu coração acelerou e olhei para ele, que me encara com intensidade.
— Eu também te amo — admito, quase sem fôlego, sentindo a verdade daquelas palavras.
Ele sorri satisfeito e me puxa mais para perto, como se quisesse me proteger de tudo. Me entrego completamente naquele abraço, deixando a tensão do dia se dissolver aos poucos entre seus braços, beijos e seu cheiro.
— Você é minha, sabia? — murmura contra minha pele.
— E você é meu — respondo, com um sorriso tímido, mas verdadeiro, sentindo que, por um momento, o mundo inteiro poderia desaparecer e não faria diferença nenhuma, contanto que estivéssemos ali, um ao lado do outro.
Acordei no dia seguinte com o corpo inteiro doendo. Suspirei, fechando os olhos por um momento, tentando lembrar se tinha exagerado naquilo tudo ontem… não que eu me arrependesse.
Me arrastei até o banheiro e tomei um banho demorado, deixando a água quente aliviar cada músculo tenso.
Quando terminei, fui até o quarto de Alana e a acordei.
— Alana, hora de levantar, princesa. A escola te espera!
Ela resmungou, se enrolando nos cobertores, mas logo se levantou. Fui para a cozinha preparar o café da manhã enquanto ela se arrumava. Quando terminei, troquei de roupa e me preparei para o meu primeiro dia de trabalho.
Enquanto tomava café, ouvi o som da porta se abrindo. Thales entrou, me pegando de surpresa e me dando um beijo rápido. Depois se abaixou e depositou um beijo na testa de Alana.
— Bom dia, minhas duas garotas favoritas — disse ele sorrindo.
— Bom dia, papai — respondeu Alana, ainda com sono, mas sorrindo.
Thales sentou à mesa, pegando uma fatia de pão.
— Hoje eu levo a Alana na escola e você no trabalho — disse, olhando para mim.
Olhei surpresa.
— Não precisa, você tem que aproveitar sua semana de descanso. — tentei argumentar.
Ele apenas balançou a cabeça, firme.
— Vou sim. Não discuta.
Fiquei quieta, terminando meu café.
Mais tarde, já no carro, Thales parou em frente ao colégio de Alana. Observamos a nossa filha descer do carro e entrar no colégio.
— Vai com calma, hein, princesa — disse ele, acenando para ela.
— Até mais, papai! — respondeu Alana, entrando apressada.
Seguimos viagem e eu dei o endereço da empresa. Ele olhou para o prédio e parou.
— É bonito — comentou, sério.
Enquanto caminhávamos, Sara falava sobre políticas internas, horários, expectativas, e até os projetos em andamento. Era muita informação de uma vez, mas de algum jeito me fazia sentir segura, como se eu já pertencesse àquele lugar.
— Qualquer dúvida que tiver, me procura — disse ela, sorrindo. — Mesmo que seja coisa simples, estamos aqui para ajudar.
Sorri de volta, grata.
— Obrigada, Sara. É bom sentir que posso contar com vocês.
Ela deu uma última olhada na minha mesa.
— Vou deixar você se instalar agora. Depois a gente marca um café com o time para você conhecer todo mundo melhor.
Assenti, sentindo aquela mistura de empolgação e ansiedade de quem está começando algo importante. Respirei fundo, organizei minhas coisas e sentei à minha nova mesa. Pela primeira vez em muito tempo, senti que estava exatamente onde precisava estar, pronta para enfrentar esse novo desafio.
Estava terminando de ajeitar minhas coisas na mesa quando ouvi passos firmes se aproximando. Levantei o olhar e vi o Sr. Fonseca vindo em minha direção.
— Sra. Moura, bem-vinda à equipe.
Apertei a sua mão, tentando disfarçar o nervosismo.
— Muito obrigada, senhor Rafael. É uma honra estar aqui.
Ele riu leve, balançando a cabeça.
— Nada de “senhor”, por favor. Pode me chamar de Rafael. Vem comigo, quero te mostrar minha sala.
Assenti, seguindo-o até a sala. O andar da diretoria tinha um ar mais silencioso e elegante. Entramos em uma sala ampla, com uma grande mesa, janelas enormes e prateleiras cheias de pastas e livros.
— Essa é a minha sala — ele explicou, se encostando na mesa. — E, basicamente, é onde eu passo menos tempo do que deveria.
Ri baixinho.
— Imagino que deva ser uma rotina corrida.
— Bastante. — Ele confirmou, cruzando os braços. — Viajo muito por causa dos clientes e parcerias. Às vezes, fico fora uma semana inteira.
Mordi o lábio, um pouco insegura.
— Entendi... — falei, hesitando. — É que... eu tenho uma filha pequena e...
Rafael sorriu compreensivo.
— Fica tranquila. Nas viagens, eu costumo me virar sozinho. No máximo, preciso que você entre comigo em alguma videochamada, organize os horários e me mantenha atualizado. Nada que te tire de casa.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...