Entrar Via

Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 310

Cheguei ao Clube Fênix e parei um instante na entrada. Respirei fundo, ajustei a máscara preta cobrindo metade do rosto e entrei. O ambiente era pulsante, com música alta invadindo meus ouvidos, e o ar carregado de expectativa e sensualidade.

Ali, ninguém mostrava quem realmente era; todos estavam escondidos atrás de máscaras, e jogando um jogo de anonimato absoluto.

Uma das Belatrix, elegante e misteriosa, apareceu servindo bebidas. Ela usava um vestido curto de couro, colado em seu corpo e o cabelo preso em um rabo de cabelo. Assim como todas as outras.

Estendi a mão e peguei uma taça, vendo a maneira como ela me fitou por trás de sua máscara de renda preta, com um sorriso discreto nos lábios.

— Aproveite a noite — disse, com voz baixa e sedutora.

— Obrigado — respondi, inclinando levemente a cabeça.

Olhei em volta. Aquele era um local para puro prazer, sem nomes, sem histórias, sem julgamentos. Nada além disso importava ali.

Meus olhos absorveram cada detalhe das luzes, as pessoas, o movimento ritmado da música. E eu me deixei envolver, sabendo que, por algumas horas, nada do mundo lá fora tinha relevância.

Segurei a bebida, sentindo o líquido gelado na mão, e por um instante apenas respirei, deixando a tensão da semana e da noite anterior se dissolver na atmosfera do clube.

Me aproximei de um sofá de couro e me sentei, sentindo a bebida aquecer meu corpo.

Já havia alguns casais se conectando, era assim que chamamos quando você escolhe um dominador ou dominatrix para ter sua noite de prazer. O primeiro contato com uma leve conversa e provocações e logo em seguida, o convite para os quartos violeta.

Era um lugar luxuoso e sensual, de alto escalão para a nobreza e um achado valioso para mim. Antes, conhecer garotas e viver um romance casual bastava, mas depois que conheci uma mulher que me apresentou a esse mundo, tudo mudou e descobri novos interesses.

Ah àqueles que julgam o BDSM como algo perturbador, mas no meu ver e de todos aqui, é um estímulo a mais na sua vida sexual, seja com o seu parceiro de vida, ou algo apenas carnal, sem compromisso. Tudo acontece com respeito e autorização, nada ultrapassa os limites, a não ser que seja pedido ou melhor, implorando.

Havia sofás de couros espalhados por todos os lugares da sala, com pessoas vestidas da maneira que achavam apropriados. Ali, tudo era permitido se tivesse o consentimento do outro.

— Você voltou… — A voz de Lourrane soou no meu ouvido e senti um arrepio percorrer a minha espinha.

Ela sorriu, vindo para a minha frente, deslizando as mãos pelo meu braço e se sentando ao meu lado. A conheci fora aqui e ela quem me trouxe para esse mundo, mas não era comum sabermos os nomes das pessoas nesse ambiente.

— Achei que tivesse mudado de país ou se casado.

Sorriu, oferecendo a bebida a ela, que pegou a taça e tomou um gole, se inclinando perto o suficiente para eu sentir sua respiração.

— Ainda não… estava viajando a negócios.

— Temos um homem importante aqui… — Ela diz e se aproxima mais, sentando no meu colo e traçando uma linha com a ponta da unha no meu maxilar. — Está pronto para a diversão?

Um sorriso atravessou meus lábios e em um movimento, capturei os teus, a beijando com fervor. Sua língua invadiu a minha e a senti se mover, montando em mim, rebolando, pressionando minha virilha. Um gemido baixo e rouco deixou meus lábios e segurei seus cabelos, a puxando para trás e sorrindo.

— Vamos.

Ela levantou e juntos caminhamos para um dos quartos secretos… Fechei a porta atrás de mim, envolvendo os braços em sua cintura e a puxando para um beijo enquanto nos guiava em direção a cama. Ela suspirou quando caiu de costas no colchão macio, mas sem ainda separar os nossos lábios. Mordi seu lábio inferior e me afastei, olhando em seus olhos através da máscara.

— Vamos lembrar da regra número 3… — Eu disse e ela sorriu maliciosa.

— Nenhum som ou terei uma punição?

Assenti, prendendo seus braços nas algemas presas a parede na cabeceira da cama e me abaixei, voltando a capturar seus lábios, descendo pelo seu corpo delicioso até chegar em seus pés, os prendendo também.

Essa posição… uma excitação me inundou ao vê-la ali, tão pronta e entregue. A regra era bem simples… Peguei o chicote, olhando para ela, que sorria com tesão.

Me inclinei na cama, tocando suas pernas, deixando beijos e mordidas em sua pele quente enquanto ela se remexia, implorando por mais, mas sem fazer um som… me aproximando de sua buceta, mordi levemente seu ponto sensível por cima do tecido da calcinha e um gemido deixou seus lábios. Ela me olhou com olhos suplicantes e um sorriso surgiu em mim.

— Pronta para sua primeira punição da noite?

***

(Lorena)

Assim que chegamos no estacionamento do prédio, Thales saiu do carro batendo a porta com força. Senti meus nervos aflorarem e o coração bater tão rápido que doía.

O que passei naquele elevador foi horrível e se não fosse por Rafael, provavelmente teria mais uma crise.

Sai do carro, vendo que ele estava me esperando.

— Não foi nada, meu amor. Vai jantar, tá? Vou tomar um banho .

Ela me olhou por mais um momento, suspirou e foi para a cozinha. Eu fiquei parada ali, assistindo enquanto ela se afastava, antes de entrar no quarto.

O chuveiro estava ligado, o som da água batendo ecoando pelo banheiro. Me encarei no espelho e suspirei fundo, fechando os olhos engolindo o nó que apertava minha garganta e tentando me recompor.

— Vai passar… — sussurrei para mim mesma, mas minha voz soou quase como um eco fraco da minha própria dúvida.

***

12/03 Sábado

Estávamos no aeroporto, com as malas ao lado e o som das rodas das bagagens ecoando pelo piso polido. Thales ia voltar para São Paulo.

Alana estava segurando minha mão, com os olhos brilhando de animação e um pouco de tristeza ao mesmo tempo.

Ele se agachou na altura dela e deu um beijo em sua testa.

— Obedece bem a mamãe, tá, princesa? — disse ele, com aquele sorriso que só ele sabia dar, firme e carinhoso ao mesmo tempo.

— Pode deixar, papai — Alana respondeu, sorrindo timidamente.

Então ele se levantou e se aproximou de mim. Por um instante, tudo ao redor parecia desaparecer. Ele segurou meu rosto com cuidado, e os lábios dele encontraram os meus num beijo rápido, mas cheio de intensidade. Meus pés quase vacilaram, mas me mantive firme.

— Cuida bem dela, Lorena — ele disse baixinho, ainda com a testa encostada na minha. — E lembra… eu te amo.

Observei enquanto ele se afastava, cada passo levando-o mais longe, até sumir do meu campo de visão. Meu peito apertava, um misto de saudade e de amor antigo que nunca desapareceu. Mas também havia um alívio que eu não queria admitir sentir.

Thales… ele sempre foi o homem que amei. Eu me apaixonei por ele lá atrás, quando Eduardo começou a trabalhar na delegacia daqui e Thales já estava lá. Nos desencontros e encontros que se seguiram, acabei me apaixonando por ele.

Ele sempre teve um temperamento forte, mas eu sempre via como carinho e proteção. Eduardo, por outro lado, nunca quis meu relacionamento com ele. Mesmo depois que eu fiquei grávida, ele se recusou a aceitar. Mas eu estava cega de amor e me casei com Thales mesmo assim.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra