Lorena some no hospital e, por instinto, dei um passo pra acompanhá‑la, só um passo, quando a voz do marido dela cortou o ar e me fez travar.
— Pode ir embora — Thales falou calmo, olhando direto pra mim. — Você já fez o que nenhum chefe faria. Agora eu vou cuidar da minha família. Da minha esposa e da minha filha. — Ele enfatizou “esposa” como quem esmaga uma verdade na minha cara.
Assenti, seco.
— Espero que a Alana fique bem. — disse, tentando soar neutro.
Ele só fez um aceno curto, sem emoção. Eu estava prestes a dar mais um passo em direção ao carro quando ele completou, com um tom venenoso:
— É bom manter uma boa relação entre chefe e secretária. Espero não ter nenhuma dor de cabeça por causa desse emprego que eu deixei a Lorena ter.
Meus punhos fecharam sozinhos. Fechei os olhos um segundo, puxei ar fundo até sentir o peito ceder, e me virei pra ele com a voz controlada:
— A Lorena é uma mulher profissional e respeitável. Assim como eu espero que todos no ambiente de trabalho sejam. Não sei que insinuação você quis fazer, mas a minha empresa é um lugar sério.
Meus olhos não desviaram dos dele. Queria que minha fala soasse tão firme quanto eu me sentia por dentro. Então me aproximei um pouco, olhando direto em seus olhos.
— E espero que você cuide das duas como um homem de verdade deveria cuidar.
O rosto dele escureceu. Thales deu passos largos na minha direção, e eu não recuei. Ficamos a centímetros um do outro; ele tinha o mesmo tamanho que eu, só era mais “bombado”, mas aquilo não me intimidou nem um pouco.
— Cuido da minha mulher do jeito que eu achar melhor — ele rosnou, baixinho. — É bom você ficar fora disso.
Sorri, um sorriso frio, mais de sarcasmo do que de gozo.
— Tá bom, se é isso que você quer. — respondi, rígido. — Então tá certo. Preciso ir agora.
Thales me encarou mais uma vez, quase desafiador, mas então seu celular tocou e ele atendeu, virando de lado e se afastando, falando com uma voz controlada.
Entrei no carro devagar e antes de ligar, olhei pelo retrovisor e o vi ali, parado, ainda me observando enquanto falava no telefone. A raiva subiu quente: a vontade de acertar a cara daquele desgraçado era imediata, primitiva.
Respirei fundo e liguei o motor. Minhas mãos cerraram o volante com força que os nós dos dedos ficaram brancos. Respirei mais uma vez, tentando não deixar que a raiva tomasse conta.
(Visão de Lorena)
Quando entrei no hospital, minhas pernas pareciam não me obedecer. O coração batia descompassado, e eu tentava manter a calma, mas era impossível. A cada segundo de espera, minha mente criava mil cenários.
Eu estava na recepção, andando de um lado pro outro, quando finalmente vi a diretora Maria surgindo no corredor, com Alana ao lado e um médico acompanhando.
— Alana! — gritei antes mesmo de pensar.
Corri até ela e me abaixei, envolvendo minha filha nos braços. As lágrimas vieram de um jeito que eu nem consegui segurar.
— Ai, meu amor, você tá bem? — passei a mão pelo seu rostinho, examinando de cima a baixo com o olhar desesperado. — Meu Deus, o que aconteceu com você, filha?
Ela me olhou com aqueles olhinhos marejados, tinha um curativo pequeno na testa.
— Eu caí, mamãe… mas eu tô bem, juro.
O médico sorriu de leve, tentando me acalmar.
— A senhora pode ficar tranquila. Fizemos todos os exames, não há nenhum ferimento grave. O corte foi superficial, já foi limpo e cuidado. Foi mais o susto mesmo.
Eu respirei fundo, tentando processar as palavras.
— Graças a Deus… — murmurei, ainda segurando Alana contra mim.
— É importante só observar nas próximas horas, tá? — continuou o médico. — Se ela tiver tontura, enjoo ou sonolência fora do comum, aí sim é bom trazê-la pra uma nova avaliação.
Assenti várias vezes, apertando a mão da minha filha.
— Pode deixar, doutor. Muito obrigada mesmo.
— Imagina, é o nosso trabalho. — Ele sorriu e se despediu, seguindo corredor afora.
A diretora Maria ficou ali, visivelmente constrangida.
— Dona Lorena, eu sinto muito mesmo pelo ocorrido. A Alana é uma menina tão tranquila, foi um acidente bobo, mas entendo a preocupação.
Antes que eu pudesse responder, Thales apareceu do outro lado do corredor, com o cenho fechado e o tom já elevado.
— Acidente bobo? Eu pago caro pra minha filha estar nessa escola, dona Maria. Caro! — ele avançou um passo, com o olhar duro. — E o mínimo que eu espero é que cuidem dela direito.

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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...