— Milena! — gritei, atravessando o corredor.
Quando entrei no banheiro, o chão girou.
Ela estava encostada na parede, o olhar perdido, a mão pressionando o pescoço… e o sangue jorrando entre os dedos.
— Meu Deus… — eu corri até ela, com o estômago revirando. — Milena!
O sangue quente manchava a sua roupa, escorrendo pelo braço.
Atrás, Nicolas lutava com um homem que segurava uma faca. O som das lâminas batendo no azulejo, o choque dos corpos, tudo ecoava.
— Aguenta… tá me ouvindo? — tirei o blazer e pressionei com força no ferimento. O sangue não parava. — Fica comigo, Milena, olha pra mim!
Os olhos dela tremiam, cheios de lágrimas.
— Ra… Rafael… dói…
— Eu sei, eu sei, calma. Não fala, só respira, tá?
E então o som veio, um estalo seco, tão alto que pareceu parar o tempo.
Olhei por cima do ombro e vi o homem caído no chão, com o pescoço virado num ângulo impossível.
Nicolas estava de pé, respirando pesado, as mãos abrindo e fechando e seus olhos… só os vi daquele jeito uma vez.
Milena olhou a cena e o pavor dominou o seu olhar.
— Meu Deus… — ela sussurrou, antes de desmaiar nos meus braços.
— Droga! — murmurei, puxando ela pra perto.
Olhei pra Nicolas, que ainda encarava o corpo.
— Cuida disso. Dá um jeito nesse homem, agora e liga pro Ruan. Diz pra ele mandar a equipe.
Ele assentiu, ainda com o olhar fixo em Milena.
Os outros dois seguranças chegaram no mesmo instante, alarmados.
— Um de vocês fica e ajuda ele — ordenei, com o tom frio, sem espaço pra dúvida. — Eu vou levá-la pro hospital.
Comecei a sair com Milena em meus braços, a cabeça tombada no meu ombro e eu podia sentir o sangue quente, molhado, manchando minha camisa.
Comecei a correr. As pessoas se afastavam, chocadas, gritos ecoavam, celulares sendo erguidos.
Mas eu não via ninguém. Só via ela.
O segurança da frente abria caminho, afastando tudo e todos. Meus passos batiam fortes no chão, e cada batida do meu coração parecia um trovão.
Não olhei pro sangue. Não olhei pros rostos curiosos. Olhei só pra frente.
E dentro da minha cabeça, só uma frase repetia sem parar:
— Aguenta, Milena. Por favor, aguenta.
***
Cheguei ao hospital com o coração quase saindo pela boca. O som dos pneus cantando no estacionamento ecoava na minha cabeça, mas eu só conseguia pensar em Milena com o corpo mole, o sangue, o olhar de medo antes de apagar.
Assim que parei o carro, um funcionário veio correndo e abriu a porta.
Ele então gritou por ajuda, e em segundos uma equipe apareceu com a maca.
— Ela foi esfaqueada! — eu disse, a voz rouca. — Sejam rápidos, cuidem dela, por favor.
Eles a colocaram na maca e correram pra dentro.
Fiquei parado por um segundo na porta automática, com o coração batendo tão forte que doía.
Minhas mãos tremiam, e só então percebi que a minha camisa estava completamente ensopada de sangue.
O sangue dela.
Respirei fundo, tentando me manter de pé. Fui até a recepção, dei o nome dela, os documentos, tudo.
Mas não conseguia parar quieto. Andava de um lado pro outro, abrindo e fechando as mãos.
A raiva e o medo se misturavam, e eu não sabia o que fazer primeiro: gritar, quebrar algo, ou chorar.
Peguei o celular e quase liguei pro Ruan, depois pensei nos seguranças… mas não.
Eu precisava avisar minha mãe. Meus pais tinham que saber.
Por um segundo, hesitei.
O que eu ia dizer?
“Oi, mãe, o Genildo voltou e tentou matar a Milena?”
Meu estômago virou só de pensar.
Mas respirei fundo e disquei o número.
— Filho? — a voz dela saiu serena no início, mas bastou eu respirar pra ela mudar o tom. — Rafael? O que houve?
Engoli em seco.
— Mãe… é a Milena.
Silêncio.
Um silêncio curto, cortado por um som sufocado.
— O que aconteceu com a sua irmã?!
— Ela foi atacada, mãe no shopping. Nós estávamos juntos e ela foi ao banheiro e… — minha voz falhava, e eu esfregava o rosto, sentindo o sangue seco nas mãos. — Mas ela tá viva, os médicos estão cuidando.
— Meu Deus do céu! — ouvi o barulho de algo caindo, talvez o telefone se chocando contra algo, e depois a voz do meu pai ao fundo perguntando o que estava acontecendo.
— A gente já tá indo, Rafael.
— Mãe, escuta — interrompi, com a voz firme, forçando a calma. — Eu acho que foi Genildo.
Silêncio.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...