— Eu não tive escolha. — Suspirei. — Mas o Alessandro tá comigo. Ele tem contatos, gente investigando e estamos chegando perto de alguma coisa, pai.
Ele pareceu relaxar um pouco, mesmo que ainda estivesse preocupado.
— Esse Alessandro é esperto. Eu sei que ele vai te ajudar a acabar com essa sujeira.
Assenti, mesmo sem conseguir sentir alívio.
— Só espero que não custe mais sangue da nossa família.
Por um instante, o silêncio tomou conta da sala.
Eu não disse mais nada. Só fiquei ali, com a sensação de que a guerra que eu tanto temia… tinha acabado de começar.
Saí da sala deixando meu pai pensativo e segui pro lado de fora da casa. O ar estava frio, e a noite parecia mais silenciosa do que o normal, daquele tipo de silêncio que incomoda, como se o mundo estivesse prendendo a respiração.
Caminhei até a área externa e encontrei Nicolas ali, sentado no banco perto de sua moto, com o olhar perdido no nada. Desde o dia do shopping, ele tinha ficado ainda mais calado do que já era, e isso já dizia muita coisa.
— Não vai dormir? — perguntei, me aproximando.
Ele apenas deu de ombros.
— Estou sem sono..
Me sentei ao lado dele.
— O advogado conseguiu resolver sua situação. — Suspirei. — O cara que atacou a Milena já era procurado e a polícia arquivou o caso.
Nicolas soltou um riso curto, sem humor.
— Mesmo assim, o delegado Eduardo queria a minha cabeça, né?
— Queria. Mas ele também sabe que foi legítima defesa.
Nicolas olhou pra frente, com o maxilar travado.
— Eu sei que não acabou, Rafael. Tem mais coisa vindo aí e você também sabe disso.. — Ele virou o rosto pra mim. — E é bom ensinar não só sua irmã a se defender, mas seus pais também.
Assenti, cruzando os braços.
— Já pensei nisso. Esse fim de semana vou levá-los ao centro de treinamento. O mesmo onde a gente aprendeu.
Ele balançou a cabeça devagar.
— Faz bem. Eles precisam saber se virar se as coisas piorarem.
Por alguns segundos, o silêncio ficou entre nós. Fiquei olhando o horizonte, lembrando da primeira vez que vi Nicolas, tantos anos atrás.
A gente se conheceu na faculdade, no primeiro ano. Ele ainda era o cara tranquilo, com aquele jeito meio rebelde, mas risonho. Depois… tudo mudou.
Quando os pais dele morreram naquele “acidente”, ele praticamente se apagou por dentro. Começou a andar com gente errada, metido em confusão, e eu fiz de tudo pra impedir que ele se afundasse. Apresentei ele ao Raul, e ali começou outra história. Nicolas aprendeu rápido. Demais até. Se tornou o tipo de homem que ninguém queria enfrentar, mas que eu confiava de olhos fechados.
Ele vingou os pais… de um jeito que ninguém nunca soube.
E apesar de tudo o que fez, nunca feriu um inocente e foi por isso que eu entreguei Milena em suas mãos. Porque eu sabia que, se alguém tentasse encostar um dedo nela, ia sair em um caixão.
Respirei fundo e passei a mão no rosto, respirando fundo.
— Você parece que tem mais coisa na cabeça do que essa situação com a sua família.
Olhei para ele nem um pouco surpreso. Nicolas sempre foi muito bom em ler as pessoas.
— Porque tem mais coisas me atormentando além disso.
Ele continuou encarando o nada, mas senti um espaço para continuar falando. E eu precisava falar.
— Estou cometendo o erro enorme de estar gostando da minha assistente. — A frase saiu de uma vez só, como se eu quisesse me livrar dela. — O problema é que ela é casada… com um policial e o desgraçado ainda b**e nela.
Nicolas se virou pra mim devagar, seus olhos mostrando um pouco de surpresa.
— Espera aí… você tá me dizendo que tá gostando de uma mulher casada e o marido dela é um policial agressivo?
Assenti.
— É.
Ele me encarou por uns segundos, depois bufou, incrédulo.
— Você se meteu numa bela furada, Rafael. Mas posso dar um jeito nesse se você quiser.
Foi impossível não soltar uma risada amarga.
— Bem que eu queria, mas não é o certo. Acho que ela gosta dele de verdade e sem falar que ele é o pai da filha dela… Não quero ser o motivo de deixar uma criança sem pai.
Nicolas passou a mão no queixo, pensativo.
— Entendo… então você precisa ver o lado dela. Se ela mostrar que sente o mesmo, aí sim, você luta. Agora, se ela é fiel ao cara, mesmo ele sendo um desgraçado… — ele deu uma risada seca — então é melhor se afastar.
Suspirei.
— Ela é fiel. Por mais que ele destrua ela por dentro, parece que ela ainda tenta acreditar que dá pra consertar.
— Então se afasta. — Ele virou o rosto, com o tom firme. — Ou demite ela, antes que isso piore.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...