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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 352

— Eu não tive escolha. — Suspirei. — Mas o Alessandro tá comigo. Ele tem contatos, gente investigando e estamos chegando perto de alguma coisa, pai.

Ele pareceu relaxar um pouco, mesmo que ainda estivesse preocupado.

— Esse Alessandro é esperto. Eu sei que ele vai te ajudar a acabar com essa sujeira.

Assenti, mesmo sem conseguir sentir alívio.

— Só espero que não custe mais sangue da nossa família.

Por um instante, o silêncio tomou conta da sala.

Eu não disse mais nada. Só fiquei ali, com a sensação de que a guerra que eu tanto temia… tinha acabado de começar.

Saí da sala deixando meu pai pensativo e segui pro lado de fora da casa. O ar estava frio, e a noite parecia mais silenciosa do que o normal, daquele tipo de silêncio que incomoda, como se o mundo estivesse prendendo a respiração.

Caminhei até a área externa e encontrei Nicolas ali, sentado no banco perto de sua moto, com o olhar perdido no nada. Desde o dia do shopping, ele tinha ficado ainda mais calado do que já era, e isso já dizia muita coisa.

— Não vai dormir? — perguntei, me aproximando.

Ele apenas deu de ombros.

— Estou sem sono..

Me sentei ao lado dele.

— O advogado conseguiu resolver sua situação. — Suspirei. — O cara que atacou a Milena já era procurado e a polícia arquivou o caso.

Nicolas soltou um riso curto, sem humor.

— Mesmo assim, o delegado Eduardo queria a minha cabeça, né?

— Queria. Mas ele também sabe que foi legítima defesa.

Nicolas olhou pra frente, com o maxilar travado.

— Eu sei que não acabou, Rafael. Tem mais coisa vindo aí e você também sabe disso.. — Ele virou o rosto pra mim. — E é bom ensinar não só sua irmã a se defender, mas seus pais também.

Assenti, cruzando os braços.

— Já pensei nisso. Esse fim de semana vou levá-los ao centro de treinamento. O mesmo onde a gente aprendeu.

Ele balançou a cabeça devagar.

— Faz bem. Eles precisam saber se virar se as coisas piorarem.

Por alguns segundos, o silêncio ficou entre nós. Fiquei olhando o horizonte, lembrando da primeira vez que vi Nicolas, tantos anos atrás.

A gente se conheceu na faculdade, no primeiro ano. Ele ainda era o cara tranquilo, com aquele jeito meio rebelde, mas risonho. Depois… tudo mudou.

Quando os pais dele morreram naquele “acidente”, ele praticamente se apagou por dentro. Começou a andar com gente errada, metido em confusão, e eu fiz de tudo pra impedir que ele se afundasse. Apresentei ele ao Raul, e ali começou outra história. Nicolas aprendeu rápido. Demais até. Se tornou o tipo de homem que ninguém queria enfrentar, mas que eu confiava de olhos fechados.

Ele vingou os pais… de um jeito que ninguém nunca soube.

E apesar de tudo o que fez, nunca feriu um inocente e foi por isso que eu entreguei Milena em suas mãos. Porque eu sabia que, se alguém tentasse encostar um dedo nela, ia sair em um caixão.

Respirei fundo e passei a mão no rosto, respirando fundo.

— Você parece que tem mais coisa na cabeça do que essa situação com a sua família.

Olhei para ele nem um pouco surpreso. Nicolas sempre foi muito bom em ler as pessoas.

— Porque tem mais coisas me atormentando além disso.

Ele continuou encarando o nada, mas senti um espaço para continuar falando. E eu precisava falar.

— Estou cometendo o erro enorme de estar gostando da minha assistente. — A frase saiu de uma vez só, como se eu quisesse me livrar dela. — O problema é que ela é casada… com um policial e o desgraçado ainda b**e nela.

Nicolas se virou pra mim devagar, seus olhos mostrando um pouco de surpresa.

— Espera aí… você tá me dizendo que tá gostando de uma mulher casada e o marido dela é um policial agressivo?

Assenti.

— É.

Ele me encarou por uns segundos, depois bufou, incrédulo.

— Você se meteu numa bela furada, Rafael. Mas posso dar um jeito nesse se você quiser.

Foi impossível não soltar uma risada amarga.

— Bem que eu queria, mas não é o certo. Acho que ela gosta dele de verdade e sem falar que ele é o pai da filha dela… Não quero ser o motivo de deixar uma criança sem pai.

Nicolas passou a mão no queixo, pensativo.

— Entendo… então você precisa ver o lado dela. Se ela mostrar que sente o mesmo, aí sim, você luta. Agora, se ela é fiel ao cara, mesmo ele sendo um desgraçado… — ele deu uma risada seca — então é melhor se afastar.

Suspirei.

— Ela é fiel. Por mais que ele destrua ela por dentro, parece que ela ainda tenta acreditar que dá pra consertar.

— Então se afasta. — Ele virou o rosto, com o tom firme. — Ou demite ela, antes que isso piore.

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