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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 356

(Rafael)

O sábado chegou mais rápido do que eu queria. O sol ainda nem tinha subido direito e a casa já estava uma correria com malas sendo fechadas, seguranças conferindo os carros, minha mãe dando as últimas instruções pra Milena sobre os remédios dela, e eu tentando parecer calmo.

Foram quatro carros ao todo; um comigo, meus pais, Milena e Nicolas, e os outros três só com os seguranças. Eu aluguei o centro de treinamento por uma semana inteira, tudo pra garantir que minha família ficasse em segurança… enquanto Ruan e os outros faziam o que precisava ser feito.

Milena estava quieta do meu lado, olhando pela janela. Parecia cansada e distante.

— Tá tudo bem? — perguntei, virando um pouco pra ela.

Ela assentiu sem olhar pra mim.

— Só tô um pouco cansada, só isso.

Peguei sua a mão e dei um leve aperto.

— Você vai ficar bem. Lá vai poder relaxar um pouco… e treinar também.

Ela virou o rosto pra mim, fazendo uma careta.

— Engraçado, né? Quando você aprendeu, eu também quis aprender, e você disse que não precisava.

Soltei um suspiro, encostando a cabeça no banco.

— Eu sei e me arrependo disso. Por isso mesmo, agora você vai treinar. Todos nós precisamos saber nos defender.

Ela não respondeu, só ficou ali, olhando de novo pela janela. O silêncio dominou o carro por um tempo.

Nicolas, que estava dirigindo, olhou pra mim pelo retrovisor, como quem queria dizer algo, mas preferiu ficar quieto.

Três horas depois, chegamos. O centro ficava afastado, rodeado de mata e segurança por todos os lados. Câmeras em cada canto, homens de confiança patrulhando o perímetro. Tudo estava como eu pedi.

Descemos do carro, e eu senti aquele ar pesado de lembrança bater forte. Fazia tempo que eu não pisava ali.

As cabanas eram simples, mas confortáveis. A família se acomodou, e depois que todos se ajeitaram, levei Milena pra ver o resto do lugar. Mostrei os alojamentos, os campos de treino, a sala de tiro…

Ela deu um sorrisinho pequeno quando viu tudo. Os seus olhos brilharam de leve, curiosos, e por um instante eu vi a mulher que ela era antes de tudo desandar.

— É aqui que vocês treinavam, né? — perguntou, passando a mão no corrimão de metal da escada que levava à pista de obstáculos.

Assenti.

— Sim. Eu, Nicolas, Ruan…

Olhei para ele, que já observava o lugar com atenção. Nicolas então me encarou e acenou, entendendo o que passava na minha cabeça.

Aquele lugar carregava lembranças demais. Eu tinha prometido ao Douglas que nunca mais tocaria numa arma. Prometi que ia deixar tudo isso pra trás.

Mas olha só pra mim agora… trazendo a minha família pra dentro de um centro de treinamento, cercado de seguranças, e com um plano em andamento pra capturar o homem que destruiu metade da minha vida.

Senti o peso disso tudo me apertar o peito. Respirei fundo, forçando um meio sorriso pra Milena.

— Vem, ainda tem mais pra te mostrar.

Ela assentiu e veio ao meu lado. Tentei focar nela, no momento… mas, por dentro, tudo o que eu conseguia pensar era no que Ruan estava preparando naquele exato instante.

E em quanto tempo o inferno ia começar outra vez.

Enquanto caminhava, minha cabeça começou a viajar pra longe. Tentava me manter presente, focado no que estava por vir, mas tudo o que vinha à minha mente era o rosto da Lorena.

Aquela expressão, confusa e linda, os olhos cheios de indecisão… e aquele beijo. Um beijo rápido, inesperado, mas que parecia ter parado o mundo por um segundo.

Desde então, eu não conseguia parar de pensar na sensação. O gosto doce da boca dela, o jeito como ela me olhou depois, sem fugir. Sem negar.

Será que ela também pensava nisso? Será que sentia a mesma confusão que eu estava sentindo agora?

Por um instante, tudo ao meu redor sumiu.

— Rafael? — a voz de Milena me tirou do torpor.

Pisquei, voltando pra realidade. Ela me olhava com um sorrisinho no canto dos lábios e uma sobrancelha arqueada.

— O que foi?

— Perguntei se você ainda sabe atirar — disse, com um tom provocante, cruzando os braços.

Sorri de leve, balançando a cabeça.

— Você tá me desafiando?

— Talvez. — Ela deu de ombros, divertida. — Ou será que esqueceu como faz?

Peguei uma das pistolas que estavam no balcão e, por um instante, só fiquei olhando pra ela. O peso, o metal frio… era familiar demais. Não segurava uma arma desde que prometi ao Douglas que não faria isso nunca mais.

Quando meus dedos tocaram o metal frio, senti um arrepio percorrer meu corpo. Fazia tanto tempo... tempo demais.

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