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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 358

Voltei para a empresa depois do almoço tentando manter a cabeça ocupada. Liguei o computador, ajeitei minha cadeira, coloquei minha garrafinha de água ao lado… aquela rotina que eu conhecia tão bem.

Estava respirando fundo, pronta pra responder os e-mails acumulados, quando ouvi três batidinhas na porta de vidro.

Ergui os olhos e meu coração simplesmente saltou.

Rafael estava ali. Parado, lindo como sempre, com uma caixa de chocolates em uma mão e um buquê de tulipas na outra. Meu estômago virou uma bagunça na hora.

— Pode… pode entrar — falei, sentindo a voz quase falhar.

Ele abriu a porta com aquele sorriso calmo, seguro… e, ao mesmo tempo, tão gentil que me desmontava.

— Bem-vinda de volta, Lorena — disse, estendendo o buquê e os chocolates. — Eu… comprei pra você. Presente de boas-vindas. E… — ele pigarreou, desviando o olhar por um segundo — senti saudades de você aqui. Você fez falta.

Um arrepio subiu pela minha nuca. Peguei as flores e a caixa, sentindo o perfume suave das tulipas invadindo a sala.

— São lindas… obrigada. — Minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia.

Quando olhei para ele de novo, os olhos de Rafael baixaram discretamente para a minha mão esquerda.

Aquilo me atingiu como um choque porque eu sabia o que ele procurava.

A aliança estava guardada dentro de uma caixinha, na cômoda do meu quarto. Longe dali. Longe de mim.

Vi seus olhos brilharem discretos, mas brilharem, ao perceber que meu dedo estava livre. Meu peito se apertou e se abriu ao mesmo tempo.

Ele ergueu o olhar para mim devagar, como se tivesse receio de estar esperando demais.

— Eu… vou para a minha sala, tá? Se precisar de qualquer coisa… — ele parou, respirou — qualquer coisa mesmo… é só falar comigo.

Assenti, porque minha boca de repente não sabia como formar palavras.

Rafael ficou parado por um segundo a mais. Me observando, como se quisesse dizer algo que faltou coragem.

Mas então sorriu, um meio sorriso meio tímido que eu nunca tinha visto nele e saiu, fechando a porta com cuidado.

Fiquei ali, parada, segurando as tulipas contra o peito por alguns segundos antes de finalmente me sentar.

Coloquei o buquê sobre a mesa, cheirei uma das flores… e senti aquela mistura absurda de emoções me invadir:… vontade, saudade, nervosismo… e algo quente, gostoso, que puxou um sorriso involuntário dos meus lábios.

A culpa tentou aparecer.

Tentou.

Mas eu a empurrei pra longe no mesmo segundo.

Por que eu deveria sentir culpa? Thales me traiu. Me machucou. Me fez sentir pequena por anos.

Eu estava tentando recomeçar. E merecia recomeçar.

Olhei para a porta da sala de Rafael e suspirei, sentindo meu coração bater do jeito que eu tinha esquecido que era possível.

***

A tarde já ia pela metade quando eu fui até a copa pegar água. O trabalho estava fluindo bem, mas meu corpo parecia estar sempre em alerta desde que tinha visto Rafael mais cedo.

Abri a caixa de chocolates que ele me deu e peguei um, só um, para não parecer exagero. Sentei na pequena bancada, mordi o bombom e deixei derreter devagar. Eu merecia um momentinho assim.

Estava distraída quando ouvi passos.

Quando ergui o rosto… claro.

Era ele.

Rafael parou na porta, apoiando a mão no batente, me olhando como se eu fosse a única coisa dentro daquela empresa inteira.

— Gostou? — ele brincou, com aquele sorriso que sempre desmontava minhas defesas.

— Se quiser… eu divido — respondi, levantando a caixa e oferecendo.

Ele entrou, devagar, como se estivesse entrando num lugar proibido, e pegou um bombom da minha mão.

A ponta dos nossos dedos se encostou por um segundo. Um segundo que fez um calor subir pelo meu pescoço.

Rafael desembrulhou o chocolate e mordeu, mas seu olhar voltou pra mim… e ficou. Eu fingi que não percebi, mas sabia que era uma péssima atriz enquanto mastigava o meu.

— Lorena… — ele começou, franzindo levemente o cenho. — Você… tem um pouquinho de chocolate… aqui. — Ele apontou para meus lábios.

Senti meu rosto pegar fogo na hora. Peguei um guardanapo e limpei, ou achei que tinha limpado.

Quando olhei pra ele de novo, Rafael estava sorrindo.

Aquele sorriso torto, quase debochado, mas tão… carinhoso.

— Não… ainda não — disse ele, se aproximando.

Meu coração falhou uma batida quando ele chegou bem perto.

Inclinei-me para trás sem querer, mas ele já estava ali, perto demais para escapar e com a ponta do polegar, tocou meu lábio inferior.

Delicado. Devagar. Limpando o chocolate.

Eu deveria ter recuado. Deveria ter dito alguma coisa.

Mas eu não queria.

Deus, eu não queria.

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