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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 360

Quarta-feira.

Tentei focar no trabalho, juro que tentei… mas minha cabeça só sabia voltar pra Lorena. Desde que voltou ao escritório, algo nela estava… diferente. Mais leve, mais viva. E cada vez que eu via aquele sorriso tímido… eu tinha que me lembrar de respirar.

Queria falar com ela antes de viajar, abrir o jogo, pelo menos um pouco.

Mostrar que, se ela deixasse, eu entraria na sua vida devagar, com cuidado, respeitando o seu tempo, mas firme o suficiente pra que ela soubesse que não estava sozinha.

Mas isso ia ficar pra quando eu voltasse, seria melhor, assim, conseguiria organizar tudo na cabeça e encontrar a forma certa de iniciar essa conversa.

Levantei da mesa, decidido a pegar um café, quando parei no corredor.

Lá na copa, Lorena estava rindo com o Gael.

Meu peito deu uma pontada meio idiota e percebi na hora que era ciúme, daquele bem besta. Mas respirei e fui até lá.

Quando me aproximei, os dois olharam e Lorena sorriu.

Pronto. A porra do meu coração esqueceu como funcionava por uns segundos.

— E aí, o que vocês tão aprontando? — perguntei, pegando um copo.

Gael soltou um suspiro dramático, jogando a cabeça pra trás.

— Tô contando pra Lorena o caos que virou minha vida na faculdade.

— Mais um drama para o seu currículo? — provoquei.

— Você não tá entendendo, Rafael. — Ele ergueu o dedo, apontando na minha direção. — Ontem uma aluna foi se declarar pra mim e eu fugi. FUI EMBORA. CORRENDO!

Eu ri só pela forma indignada que ele falou.

— E por quê você fugiu? A menina era tão estranha assim?

Gael fez uma careta tão feia que até a Lorena segurou o riso.

— Estranha? Cara, ela é surtada. Já deixou cabelo dentro da minha mochila. Cabelo! — ele repetiu, escandalizado. — Insistiu pra eu sair com ela. E na única vez que eu fui, ela gritou com uma menina que só encostou no meu ombro quando a gente passou pela porta.

Abri um sorriso largo.

— Ah, essa é das loucas mesmo.

— Exatamente! — Ele apontou de novo pra mim como se eu tivesse comprovado uma tese científica. — E ainda me chamou de frouxo quando eu disse que não queria nada. Falou que eu ia acabar sozinho porque não ia encontrar outra mulher melhor que ela.

Lorena começou a rir de verdade com a mão na boca, tentando se recompor. Eu também não aguentei.

Gael continuou, revoltado:

— Pelo amor de Deus, Rafael… eu dobro a esquina e encontro uma mulher melhor que ela!

Lorena riu mais alto dessa vez. E eu ri só de ver ela rindo, em como o seu rosto se iluminava tudo.

— Conversa direito com a menina — falei, ainda segurando o riso. — Vai que ela só é… intensa.

Gael me encarou como se eu fosse maluco.

— Já tentei, cara e só piorou. Ela achou que eu estava tentando “me proteger do sentimento que eu sentia por ela”.

Eu perdi o ar de tanto rir. Lorena também, ela estava inclinada pra frente, rindo com gosto, os olhos brilhando.

A gente se olhou no meio do riso, e eu juro… o mundo deu uma desacelerada. Ela ainda estava sorrindo, aquele sorriso que fazia meu peito doer de um jeito bom.

E então Gael soltou outro suspiro dramático:

— Eu vou enlouquecer, de verdade.

Isso trouxe a gente de volta à realidade.

Mas aquele olhar… aquele pequeno momento de silêncio entre nós… Eu levei comigo.

E fiquei ainda mais certo de que quando voltasse da Alemanha, nada no mundo ia me impedir de falar tudo que eu precisava dizer a ela.

***

Cheguei alguns minutos antes no restaurante, como sempre. Gosto de escolher a mesa, garantir que o lugar seja tranquilo… mas, na real, naquele dia eu estava só nervoso.

Nervoso pra ver a Lorena e quando ela entrou, eu perdi o ar por uns segundos. Literalmente.

O vestido preto abraçava o seu corpo de um jeito elegante, o decote cruzado destacava o pescoço delicado, e o cabelo solto caía sobre os ombros. Ela segurava uma clutch clara na mão, e quando me viu, sorriu pequeno… daquele jeito que me desmontava inteiro.

Suspirei, sem conseguir disfarçar.

— Você está… — tentei dizer qualquer coisa que não parecesse idiota — …maravilhosa.

Ela riu baixinho, ajeitando a alça do vestido.

— Obrigada. Você também está bonito.

Eu quase sorri feito um adolescente.

A mesa que eu tinha reservado ficava numa área mais isolada do restaurante, com pequenas divisórias de madeira e luz baixa. Assim que sentamos, o celular dela vibrou e o meu também. Era o cliente.

Eu atendi primeiro. Do outro lado, o cara avisou que não ia conseguir ir, pois surgiu uma emergência familiar. Agradeceu e remarcou para a semana seguinte.

Quando desliguei, Lorena também guardava o celular.

— Acho que fomos dispensados, a assistente dele me ligou e acredito que foi pra falar a mesma coisa para você — ela disse, dando de ombros.

— Bem, ainda podemos aproveitar o jantar. — Falei com naturalidade, mesmo sentindo o coração bater mais rápido. — A não ser que você queira ir embora.

— Não. — Ela sorriu. — Já me arrumei toda pra sair de casa. Vou ficar.

Meu peito aqueceu de um jeito perigoso.

A garçonete veio, anotou nossos pedidos, e a conversa começou leve… e Lorena parecia mais solta do que nos últimos dias. E eu? Eu virei um palhaço, mas um palhaço consciente: qualquer coisa pra ouvir aquela risada dela.

— Não acredito que você realmente brigou com o segurança do aeroporto por causa de uma mala rosa — ela disse, cobrindo a boca com a mão pra não gargalhar alto.

— Aquilo não era “uma mala rosa”. Era a mala da Milena e, tecnicamente, eu só discuti. Não briguei. Brigar seria feio.

Ela inclinou a cabeça.

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