(Visão de Lorena)
A tarde na NexArte estava arrastada. Daquelas em que tudo parece um pouco mais silencioso, mais lento… talvez porque eu estivesse pensando demais. Ou porque Rafael não estava aqui. Sempre ajeitava tudo durante o dia, organizava as demandas, filtrava o que era problema real e o que era só fogo de palha, e no fim da tarde nos encontrávamos para alinhar tudo. Era rotina e fazia falta.
Principalmente agora, depois do beijo.
Dois dias… e ainda parecia que tinha sido agora há pouco. Toda vez que eu parava por cinco segundos, o calor daquele momento voltava, como uma onda que começava no peito e me desestabilizava inteira.
Tentava ignorar, mas como? Era impossível.
Meu celular vibrou em cima da mesa. Nem precisei olhar para sentir o coração apertar.
Thales.
Fechei os olhos, respirei fundo e tentei ignorar, mas a notificação ficou brilhando ali, insistente, quase zombando da minha tentativa de ter paz. Peguei o celular com certa hesitação.
Apenas uma mensagem:
“Estou sentindo saudades de você e da Alana. Estou voltando em breve.”
A sensação boa que eu carregava desde o beijo evaporou.
Sumiu.
Como se nunca tivesse existido.
Meu peito pesou na hora. Um nó se formou na garganta e o mundo, que parecia tão colorido desde aquele dia com o Rafael, voltou a ficar cinza.
Ele ia voltar.
E eu… eu teria coragem de pedir o divórcio olhando nos olhos dele?
Bloqueei o celular rápido demais, como se aquilo pudesse impedir a realidade de existir, e o larguei de lado.
Mas o peso ficou.
Olhei o relógio e já eram 17h30 aqui Brasil, o que dava… o quê? 21h30 na Alemanha. Ele já devia estar no hotel, lidando com o que tinha ido resolver.
Respirei fundo e iniciei a chamada de vídeo. A tela carregou por alguns segundos que pareceram longos demais… até que finalmente a imagem dele apareceu.
Rafael sorriu assim que me viu. E eu senti aquele frio idiota na barriga outra vez.
— Oi — ele disse, com a voz baixa, cansada, mas quente.
— Oi — respondi, sorrindo de volta sem conseguir controlar. — Como estão as coisas por aí?
Ele passou a mão pelos cabelos como sempre fazia quando estava exausto.
— Complicadas. — suspirou. — Mas… resolvi parte do que precisava. O resto… vou precisar ficar mais uns dias. — Ele hesitou, como se estivesse escolhendo as palavras. — Mas eu quero voltar logo.
Meu coração bateu forte com aquele quero voltar logo, mesmo que eu soubesse que não significava necessariamente o que eu queria que significasse.
Ainda assim…
— Tudo bem — falei baixo. — E… você conseguiu conversar com quem precisava?
— Consegui. — Ele desviou os olhos da câmera por um instante. — Lorena… quando eu voltar, preciso conversar com você.
Um arrepio me percorreu de alto a baixo.
— Eu sei — respondi, tentando manter a voz firme. — A gente… realmente precisa conversar.
Houve um pequeno silêncio, confortável e tenso ao mesmo tempo. Engoli seco e voltei ao trabalho, antes que minha cabeça inventasse mil coisas.
— Deixa eu te atualizar da empresa — falei, endireitando na cadeira. — Esses dois dias foram… movimentados.
Ele assentiu, atento.
— Manda.
— Bom… primeiro, a equipe de marketing finalizou a prévia da campanha da SkyTech e eles pediram uma reunião com você quando voltar. Eles amaram o conceito inicial, mas querem que você valide pessoalmente o plano de mídia. Não quiseram fechar sem a sua aprovação.
— Certo.
— Segundo… o financeiro enviou uma projeção mostrando que o custo da plataforma interna subiu de novo. Acho que precisamos renegociar o contrato com a DigitalWave. Eu já pedi para separarem os relatórios.
— Okay… depois você me manda no e-mail.
— Mando sim. — continuei. — Teve também a situação com o Cliente Horizon. Eles ficaram insatisfeitos com o atendimento da equipe júnior, então eu realoquei o projeto para o Caio e para a Júlia. Eles já estão alinhados e vão salvar o contrato.
Os olhos dele suavizaram.
— Ainda bem que você viu isso. Obrigado.
Aquele obrigado me atingiu mais do que deveria.
— É meu trabalho — respondi, mas a voz saiu mais suave do que o normal. — E por fim… tem a ZionHub. Eles querem renovar por mais um ano, mas pediram um reajuste no valor, porque querem ampliar serviços. Eu marquei a call para quinta.
— Perfeito — Rafael disse, pensativo. — Você organizou tudo direitinho… como sempre.
Eu sorri, tímida, olhando para outra direção para esconder o efeito que isso tinha em mim.
— Tentei manter tudo funcionando… na sua ausência. — falei baixinho.
Ele ficou me encarando pela tela. Um pouco intenso demais.
— Lorena…
— Hum?
— Nada. — Ele respirou fundo. — A gente conversa depois.
Um calor desconfortável, mas bom, subiu pelo meu peito.
Assenti devagar.
— Tudo bem… quando você voltar.
Ele sorriu de novo. O tipo de sorriso que fazia meu coração se atrapalhar inteiro.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...