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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 367

Meu coração deu um pulo no peito.

Markus arregalou os olhos ao meu lado.

— Como assim… rondando? — perguntei, sem conseguir manter a voz tão firme quanto eu queria.

— Exatamente isso — o policial confirmou. — Não sabemos ainda se foi coincidência ou algo premeditado. Mas o padrão é estranho o suficiente para investigarmos como possível envolvimento criminal.

Senti a boca secar completamente.

Klaus.

Era o primeiro nome que explodiu na minha cabeça.

Mas eu fiquei calado.

Eu já estava cansado, a cabeça latejando, a adrenalina começando a descer e deixando só um peso enorme no corpo. Quando ele olhou para mim com aquele ar protocolar, eu já sabia que vinha mais problema.

— Senhor Fonseca… confirmamos que o senhor reside no Brasil, correto?

— Sim — respondi, passando a mão no rosto. — Viajo a trabalho e vim resolver pendências do escritório.

Ele assentiu, abrindo um tablet com alguns dados.

— Então preciso que entenda a gravidade da situação. O senhor é uma testemunha essencial, esteve presente no momento da fuga da vítima e manteve contato direto com ela e com o ambiente onde o crime aconteceu. Diante disso…

Eu já sabia e já sentia.

— O senhor vai me impedir de voltar ao Brasil? — perguntei direto, cansado demais pra rodeio.

O policial respirou fundo.

— Não estamos impedindo. Mas estamos solicitando formalmente que o senhor permaneça no país enquanto as investigações seguem. Pode ser por pouco tempo… ou não. Depende do avanço do caso. Viajar agora poderia prejudicar tudo.

Apertei os dentes, tentando não demonstrar o incômodo que explodiu dentro de mim.

— Eu tenho uma empresa pra administrar e… família. — Minha voz saiu mais ríspida do que eu pretendia.

— Entendo, senhor Fonseca. Mas é um procedimento padrão. Inclusive… — ele estendeu a mão — precisamos reter seu passaporte temporariamente. Apenas até liberarmos sua saída. Não é uma acusação formal. Mas o senhor faz parte da linha investigativa e precisa estar disponível.

Eu quase ri. Quase.

De nervoso.

Entreguei o passaporte, sentindo como se estivesse deixando um pedaço da minha liberdade na mão dele.

— Ótimo — murmurei. — Então estou preso sem estar preso.

— O senhor está cooperando com a lei — ele corrigiu, tentando soar simpático.

Não funcionou.

Dei um passo pra trás, tentando respirar, mas tudo que eu conseguia pensar era:

Lorena.

Minha família

Estava aqui, aprisionado num país que nem é o meu, por culpa de um desgraçado que não aceita o próprio fracasso.

Markus se aproximou depois que o policial se afastou.

— E então? — perguntou, já sabendo a resposta.

— Vou ter que ficar — respondi. — Eles ficaram com meu passaporte.

Markus soltou um suspiro pesado.

Olhei para o céu cinza da Alemanha e senti a irritação ferver de novo.

— Só falta isso tudo ter dedo do Klaus — murmurei.

E no fundo, eu sabia.

Tinha.

(Visão de Lorena)

Quando ouvi a porta se abrindo, meu coração deu aquele salto estranho e um frio que começou no estômago, subiu pelo peito e apertou a garganta.

E então veio o gritinho.

— PAI!!

Alana correndo pela casa, rindo, animada… E eu ali, na cozinha, mexendo a massa do bolo favorito dela, sentindo minhas mãos tremerem só um pouco.

Respirei fundo, tentando manter o sorriso no rosto e não deixar a sensação ruim subir.

Porque sempre subia.

— Lore? — ouvi a voz dele; firme, masculina, familiar demais, chamando por mim.

E quando o vi ali na porta da cozinha com Alana no colo… e um sorriso enorme.

Meu corpo inteiro arrepiou.

Ele se aproximou como se nada estivesse errado, se nós estivéssemos perfeitamente bem. Como se eu não tivesse passado os últimos dias sentindo aquele peso constante na barriga.

Thales inclinou o rosto para me beijar.

E eu desviei.

Não consegui evitar, simplesmente não consegui.

Ele franziu o cenho.

— O que houve?

Só respirei fundo, sem coragem de responder. Porque se eu começasse a falar ali, naquele segundo… desmoronava.

Ele soltou Alana no chão, e ela correu de volta pra sala, seus desenhos e a alegria simples dela.

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