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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 368

Meu corpo inteiro estava tremendo, mas eu mantive as mãos abaixadas, fechadas, tentando controlar.

Estava a um passo disso tudo, só um passo, e eu sabia… que nada seria igual depois.

Respirei fundo, tendo que encontrar um jeito de fazer a ligação para Joyce. Porque mesmo eu não querendo me expor assim, mesmo sentindo vergonha, ainda tinha medo dele tentar algo e saber que com um grito eu poderia pedir ajuda, já dava um certo alívio, ainda que durasse pouco.

— Espera só um segundo, preciso colocar o bolo no forno.

Ele apenas fez um gesto impaciente com a mão, como quem diz anda logo, e se sentou no sofá.

Fui para a cozinha rápido, com o coração socando minha costela como se quisesse fugir de mim. Puxei o celular do bolso e fiz a chamada para a Joyce, como combinamos. Coloquei o celular virado pra baixo, encostado na fruteira, para que ele não perceba. Meu corpo tremia, mas minhas mãos se moviam quase sozinhas.

Coloquei o bolo no forno, fechei com cuidado e me virei… meu coração deu um salto quando dei de cara com Thales, ali parado, escorado no balcão com os braços cruzados e os olhos fixos para mim… Aquele olhar, ele sabia que tinha alguma coisa séria a ser conversada agora e pelo o que eu conhecia dele, não estava satisfeito com isso a um fio de perder essa calma toda.

Desviei o olhar para o celular, tão perto dele e respirei fundo tentando manter a calma, não tinha como ele saber e nem motivo para pegar o aparelho.

— O que você quer? — perguntou, com uma voz seca e sem rodeios.

Engoli em seco e respirei. Não adiantava enrolar, tinha que ser direta.

— Quero o divórcio — falei de uma vez, antes que minha coragem evaporasse.

O cenho dele franziu na mesma hora, como se eu tivesse dito alguma piada absurda.

— Por que isso agora? — ele questionou.

Eu ri. Ri amargo, ri cansada, ri como quem não tinha mais nada a perder.

— “Agora”? — repeti. — Simplesmente porque você me agrediu e ainda me traiu, como se só a agressão não fosse humilhação suficiente.

Ele bufou irritado, como se eu tivesse o ofendido com alguma injustiça.

— Eu não te traí — rosnou, dando um passo na minha direção. — E não tenho ninguém.

— Então quem era a mulher que te mandou mensagem? — perguntei.

— Uma colega do trabalho — respondeu rápido demais.

Soltei outro riso, seco e doído.

— Claro. Só uma colega e que te chama de amor agora.

Passei a mão no rosto, tentando respirar apesar do nó na garganta.

— Não é só isso, Thales. — Minha voz falhou, mas continuei. — Eu não sou feliz nesse casamento faz tempo. Vivo com medo, acordo com medo e durmo com medo. Não quero isso pra mim, nem pra Alana.

Sua expressão mudou um pouco e algo escuro passou nos seus dele.

— Você não precisa ter medo de mim — disse, calmo demais, um tipo de calma que me deixou ainda mais nervosa.

— É impossível — respondi. — Basta você se mover rápido que eu já fico tensa. Eu não quero isso. Não dá mais.

Ele se aproximou, levantando a mão para tocar meu rosto, e eu recuei instintivamente, indo parar perto da pia.

A sua irritação veio como uma sombra.

— É o seu chefinho, né? — ele cuspiu as palavras. — Desde que você começou a trabalhar naquele lugar, você mudou.

— Não tem nada a ver com ele — respondi. — Eu só… cansei de viver esse inferno.

Suspirei, firmei os pés no chão.

— Eu não quero brigar. Só quero o divórcio. Você segue a sua vida, e eu sigo a minha em paz.

Ele balançou a cabeça imediatamente.

— Não… Eu te amo, a gente não vai se separar.

Meu peito apertou, mas minha voz saiu mais firme do que eu esperava.

— Você não me ama, Thales. Você só acha que tem posse sobre mim, mas não tem mais. Não mais, pelo menos.

— Lorena…

— Junta as suas coisas e vai embora — eu cortei.

Ele ficou imóvel, encarando-me como se eu tivesse acabado de cuspir fogo.

— Eu não vou a lugar nenhum — disse, a voz mais baixa.

— Tudo bem — respondi. — Então eu vou. Pego a Alana e vamos nós duas embora.

Tentei passar, mas ele agarrou meu braço com força, me puxando contra si. A dor foi imediata com o seu aperto.

— Você não vai sair dessa casa — ele disse entre os dentes.

Olhei diretamente nos seus olhos, mesmo com a sua mão machucando meu braço.

— Vai me bater? — perguntei. — Como você fez das outras vezes?

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