Tom permaneceu absolutamente imóvel.
Não piscou e nem tentou defender.
— Você não vai fazer nada?
Tom, com toda calma do mundo, respondeu:
— Eu não me mexo sem a ordem dele.
Genildo arregalou os olhos.
E finalmente entendeu.
Mas tarde demais.
Me agachei ao lado dele, apoiando o cotovelo no joelho como se estivéssemos apenas conversando num bar.
— Da próxima vez que abrir a boca pra me desafiar… — ergui o queixo dele entre dois dedos — vai precisar de dentes novos pra isso. Ficou claro?
Ele apenas balançou a cabeça, desesperado.
Tom abaixou a cabeça, respeitoso:
— E então, chefe… O que o senhor quer fazer com ele?
Tom se aproximou devagar com a cabeça baixa.
— Meu senhor, — ele disse, sem levantar os olhos.
— Fala. — respondi.
— As armas… — Tom limpou a garganta, nervoso. — O carregamento chegou antes do previsto. Tão esperando sua ordem pra passar pela rodovia.
— Já dei acesso, pode mandar avançar. — respondi, mexendo nos pulsos pra aliviar a tensão acumulada. — A polícia não vai incomodar.
Tom assentiu rápido.
Eu caminhei até Genildo. Ele recuou um pouco, mas não tinha força pra mais nada. A luz do galpão batia na poça de sangue perto de sua perna.
— O seu sobrinho, sei que ele já está ciente que você o está caçando junto a família dele. — falei, me abaixando devagar, apoiando o antebraço no joelho.
Ele travou.
— Aqueles desgraçados me devem dinheiro — murmurou, com a voz falhando.
— Não me importo com o dinheiro, o que eu quero é apagar esse desgraçado do mapa.
Genildo piscou, sem acreditar.
Tom arregalou os olhos.
— Senhor… existe algum motivo específico pra isso?
Virei o rosto pra ele devagar. Até por trás da máscara, Tom entendeu a merda que tinha acabado de perguntar.
Minha voz saiu gelada:
— Eu não preciso de motivos pra fazer o que eu quero, Tom.
Ele engoliu seco.
— Sim, meu senhor… desculpa. Só… Rafael é influente. É um nome grande, isso pode dar ruim se…
— Se o quê? — cortei, dando um passo à frente.
Antes que ele respirasse, minha mão fechou em seu colarinho e meu punho encontrou o seu rosto num estalo forte.
A cabeça dele virou para o lado, e o sangue espirrou da boca. Ele caiu de joelhos, não ousando se defender.
— O Primeiro Selo pode não gostar — ele tentou explicar, com a voz trêmula.
Primeiro Selo.
Abismo.
O líder da ordem.
— Ele não precisa saber de nada. — afirmei, soltando Tom com desdém. — Esse assunto é meu. Só meu.
Genildo observava tudo, aterrorizado.
Eu me virei pra ele novamente.
— Você vai fazer assim: dá um susto na família desse filho da puta. Algo leve. — bati levemente no rosto dele com a ponta dos dedos, como se estivesse limpando sujeira. — Só pra garantir que ele volte pro Brasil rápido. Entendeu?
Genildo assentiu várias vezes.
— S-sim… sim, senhor… eu faço…
— Bom garoto. — murmurei, inclinando mais o corpo pra perto do seu ouvido. — E quando ele pisar aqui… você vai me trazer o Rafael pessoalmente. Quero cuidar dele com minhas próprias mãos.
Genildo soltou um suspiro trêmulo, limpando o sangue que descia pelo rosto.
Tom, ainda no chão, abaixou a cabeça.
O galpão inteiro parecia respirar esperando minha próxima ordem.
E eu adorava quando o mundo prendia o ar por minha causa.
Levantei-me devagar, ajeitando a gola do casaco. Ninguém respirou e nem ousou a se mover.
Caminhei para fora e Raimundo abriu a porta para mim assim que cheguei perto.
Um por um, todos os homens que estavam armados ali, uns dez, espalhados pelas sombras, baixaram a cabeça quando passei.
Com os olhos no chão.
Do jeito que deve ser.
Cruzei o galpão até a rua escura, o vento frio da noite bateu no meu rosto escondido.
Raimundo segurou a porta do carro aberta e entrei.
Assim que a porta fechou, o mundo exterior pareceu silenciado.
Só aí deslizei a máscara para fora do rosto, sentindo o ar gelado tocar minha pele.
Raimundo me olhou pelo retrovisor. O único que tinha permissão pra isso.
— Tom vai obedecer, senhor. — disse ele, ligando o carro. — Ele sabe muito bem quem é o senhor, e tem consciência que deve obedecer, sem perguntas, o terceiro selo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...