— Eu… trouxe isso pra você. — Ele ergueu as flores. — Sei que errei, que fui duro demais, frio… e você não merece isso.
Meu olhar caiu para a sua mão machucada.
O que só deixava tudo pior.
— As coisas no trabalho estavam me tirando do sério — ele continuou, se aproximando devagar. — Minha cabeça vivia um caos. Mas eu juro… eu juro que quero voltar a fazer tudo direito. Como no começo. Só amor, só nós três.
Engoli em seco, encarando as rosas.
— Thales… não adianta. Eu ainda quero o divórcio.
Ele sorriu de canto.
Sem irritação.
Aquela calma me deu medo.
— Eu não quero pressionar, mas preciso que você pense mais na gente, na Alana, nos anos que vivemos juntos. Decide quando estiver com a cabeça fria, mas promete que vai pensar bem em tudo.
Ele deu mais um passo e eu dei outro para trás até minhas costas baterem na parede.
Meu coração disparou na boca.
Ele inclinou o corpo, como se quisesse me encurralar mesmo sem tocar, ou levantar a voz… mas presente demais.
— Não desiste da gente ainda… — murmurou, perto. — Me deixa provar que mudei.
Tudo em mim gritava “corre”.
Mas o coração vacilava e eu me odiava por isso.
Apoiei as mãos no seu peito e o empurrei, respirando rápido.
— Não… não complica as coisas, Thales. Por favor.
Ele respirou fundo, mas não se afastou muito.
— Não é bom pra Alana ver os pais separados — disse. — Não é justo com ela.
Meu peito apertou.
— O que também não é bom pra Alana… — respondi, firme, mesmo tremendo — … é viver numa casa onde o pai agride a mãe.
Ele piscou devagar e então… a máscara voltou.
— Eu não vou fazer mais isso — disse. — Eu juro. Senti sua falta, Lorena. Eu… posso dormir aqui hoje?
Eu abri a boca pra dizer não.
Mas Alana surgiu do nada, com os olhinhos marejados.
— Mamãe… deixa o papai dormir aqui? Por favor…
Meu coração desmontou no mesmo instante.
Suspirei, derrotada.
— Tudo bem… — murmurei. — Mas você vai dormir no sofá.
O sorriso que ele deu para a filha iluminou a sala inteira. Alana correu para os braços dele, rindo como há semanas não ria.
E eu fiquei ali, parada na porta do quarto.
Segurando um buquê de rosas que cheirava a veneno emocional.
Voltei para o quarto e sentei na beira da cama, olhando para as rosas, sentindo o gosto amargo subir pela garganta.
***
Preparei o jantar em silêncio, tentando ignorar o fato de que Thales estava tão perto que eu sentia até o perfume dele, o mesmo de sempre, o mesmo que um dia já me confortou… e que agora só me deixava tensa.
— Eu vou passar esses meses aqui na cidade. — ele disse de repente, com a maior naturalidade do mundo.
Parei de mexer a panela e virei pra ele devagar.
Meses?
Meu olhar falou tudo, mas eu não disse nada. Não queria brigar na frente de Alana.
E Alana, lógico, abriu aquele sorriso enorme e bateu palminhas.
— Mãe, o papi pode voltar pra casa? Pode? — ela perguntou empolgada, como se fosse Natal.
Meu peito quase afundou, mas neguei com a cabeça.
— Não, meu amor… a mamãe ainda não conversou com ele direito.
Ela murchou na hora, e aquilo me doeu mais do que eu queria admitir.
Thales se apressou em suavizar:
— Tá tudo bem, princesa. Eu também estava com saudade da minha mãe. Tá sendo bom ficar lá um tempo.
Alana só acenou, sem graça, ainda tristinha.
Terminei de comer rápido e me levantei para levar a louça. Minha única vontade era afastar dele. Quando Thales se levantou e foi com Alana para a sala, senti um alívio enorme. Finalmente um espaço pra respirar.
Lavei um prato, depois outro, até perceber que minhas mãos tremiam. O nervosismo veio como um peso no peito. Por mais que ele estivesse bancando o “novo homem”, eu conheço Thales. E sei do que ele é capaz, que um sorriso calmo seu pode virar agressividade em questão de segundos.
Quando ouvi passos atrás de mim, meu estômago deu um pulo.
Ele apareceu na porta da cozinha.
Fiquei imediatamente tensa, quase acuada contra a pia.
— O que você quer? — consegui perguntar, tentando não demonstrar o pânico idiota que subiu pela minha garganta.
— Só queria agradecer por você ter deixado eu dormir aqui hoje.
Olhei pra ele com o semblante fechado. Não confiava, nem um pouco.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...