(Visão de Lorena)
Já estava cansada antes mesmo do dia começar, mas Alana apareceu na porta do meu quarto com os olhinhos brilhando, segurando o vestido florido preferido.
Era a primeira vez, em dias, que eu via um sorriso de verdade no rosto dela.
— Mamãe… hoje é aniversário do papai. Eu posso me arrumar bonita? — ela perguntou, com um encanto que me deu um aperto no peito.
Forcei um sorriso.
— Claro, meu amor. Vamos te deixar linda.
Enquanto eu prendia o seu cabelo em um coque meio bagunçadinho que ela adorava, senti aquele frio conhecido no estômago. Parte porque ela estava feliz, e eu deveria estar feliz por ela, mas a outra parte significava ir para a casa da família dele.
E eu sabia exatamente o tipo de olhares que encontraria lá.
Depois que terminei de arrumar Alana, me troquei rápido. Nada chamativo ou que pudesse virar arma na boca deles.
No caminho, Alana cantarolava baixinho no banco de trás, empolgada. Eu só segurava o volante com força, respirando fundo para não deixar minha ansiedade vazar pelos olhos.
***
Quando chegamos, a casa da mãe de Thales estava cheia. Com música alta, risadas exageradas, o cheiro forte de carne assada e bebida. Tudo que eu sempre detestei ali.
Assim que entramos, dona Célia praticamente arrancou Alana dos meus braços.
— Minha princesinha! — ela disse, sorrindo para a neta… e em seguida virando para mim com aquele semblante azedo de sempre. — Fiquei sabendo que a menina não tá bem. É o que dá ficar com essa palhaçada de separar do marido. Quer adoecer a criança, é?
Suspirei devagar. Sempre ela. Esperando a primeira oportunidade para me cutucar.
— A senhora sabe exatamente por que estou pedindo o divórcio — respondi firme, olhando nos olhos dela. — E, se quer culpar alguém, culpe o seu filho. A responsabilidade é toda dele. Ele é assim porque nunca foi educado direito.
O rosto dela ficou vermelho na hora.
— Cala essa boca, menina! — ela sibilou.
— Não, senhora Célia. — respondi, mantendo a voz baixa. — Eu cansei de ficar calada. Com licença.
Saí dali antes que meu controle escapasse pelos dedos. Mas o nervosismo já estava queimando dentro de mim.
Fiquei perto da mesa, observando a movimentação. A maioria da família dele... me olhava como se eu tivesse levado doença para a casa deles.
***
Thales surgiu alguns minutos depois, com Alana no colo, as duas mãos segurando ela como se fosse pai do ano.
— Lorena… — ele disse, com um sorriso que eu conhecia bem demais. Teatro puro. — Tá tudo bem?
— Estou. — respondi seca.
Ele tentou aproximar a mão de mim, e eu dei um passo para trás.
— Thales… por favor. Não começa.
A sua expressão vacilou, mas logo voltou aquele sorriso falso, como se nada estivesse acontecendo. Ele levou Alana para brincar com os primos e eu respirei fundo, em busca de ar.
Foi aí que uma das primas dele veio na minha direção, balançando a cabeça em desaprovação.
— Sabe, Lorena… às vezes eu acho que você nem ama essa menina. Deixar ela doente desse jeito por puro egoísmo… isso não é coisa de mãe. Onde já se viu largar um marido tão bom quanto o Thales?
Uma risada incrédula escapou antes que eu conseguisse segurar.
— Cuida da sua própria vida, Mariana. — respondi, ainda educada, mas firme. — E vai se preocupar com o seu marido alcoólatra, que vive te traindo na porta do bar. Eu saí de um casamento onde não havia paz nem felicidade. Se você acha bonito o que eu vivi, problema seu. Eu não acho mais.
Ela arregalou os olhos, chocada.
— Como você se atreve—
— Mariana. — Thales apareceu de repente, com o olhar endurecido. — Dá licença. Vai lá dentro ajudar a minha mãe.
A prima ficou furiosa, me lançou um olhar cheio de ódio e saiu batendo o pé.
Thales ficou ao meu lado, todo preocupado, fingindo ser o homem mais compreensivo do planeta.
— Desculpa por isso, Lorena. Minha família às vezes… exagera.
— Vamos cantar logo os parabéns — cortei, mantendo a distância. — Eu já vou embora.
Os olhos dele escureceram por um segundo. Uma sombra que só eu parecia ver. Mas logo ele sorriu de novo, como se fosse um homem transformado.
Hipocrisia pura.
Eu sabia quem ele era por trás da máscara. E cada segundo ali só reforçava que eu precisava sair o mais rápido possível.
Os parabéns começaram e eu fiquei ali, parada perto da mesa, tentando não parecer deslocada no meio da família que sempre me olhou como se eu tivesse destruído o príncipe deles.
Thales estava com Alana no colo, e ela batia palminhas, toda animada, como se não tivesse passado dias chorando no travesseiro.
O bolo foi cortado, as pessoas aplaudiram, e eu só queria ir embora.
De repente, Thales me chamou:
— Lorena… vem bater uma foto com a gente.
Meu coração deu um salto de irritação.
— Não, obrigada. — respondi rápido.
Mas Alana olhou pra mim com aqueles olhinhos brilhantes.
— Mamãe… por favor.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...