Cheguei em casa já de noite, exausta. Antes de sair do carro, respirei fundo e peguei a aliança no porta-moedas. Fiquei alguns segundos olhando praquilo… aquele aro que já significou tanta coisa e que agora só me apertava o peito. Coloquei no dedo devagar. Por Alana. Apenas por ela.
A consulta com a psicóloga já estava marcada para sábado de manhã. Não queria que minha filha faltasse mais aula. Pelo menos isso estava resolvido.
Subi o elevador, rezando para ter um minuto de paz. Mas assim que coloquei a chave na porta, ouvi a gargalhada de Thales misturada com a voz de Alana.
Senti um enjoo instantâneo.
Abri a porta e os dois estavam na sala, ele fazendo graça e ela rindo como se nada tivesse acontecido. Meu coração amoleceu e partiu no mesmo segundo.
— Oi, mamãe! — Alana sorriu.
Sorri de volta, mas só por ela.
Passei direto para o quarto, porque eu não tinha forças nem para respirar naquele ambiente. Tomei um banho rápido, tentando expulsar o peso do dia, mas nada funcionava. A água quente descia e meus ombros continuavam tensos, minha cabeça latejando, e a sensação de estar presa cada vez pior.
Quando saí do quarto, Alana estava vendo desenho e Thales estava… na cozinha.
De novo.
Aquilo me deu vontade de gritar.
— Thales, sai da cozinha. Eu faço o jantar. — Minha voz saiu firme sem eu precisar forçar.
Ele virou, com aquele sorriso satisfeito.
— Amor, relaxa… eu faço. Deixa que eu—
— Thales. Sai. — repeti, atravessando o espaço entre a gente com o olhar.
Ele franziu a testa.
— Por que você tá assim? Eu vi que colocou a aliança de novo… — ele sorriu de canto, aquele sorriso que me dava náusea.
Revirei os olhos.
— Tira esse sorriso do rosto. Eu só estou usando isso por causa da Alana. Só por ela. Não inventa outra coisa.
O sorriso dele morreu na hora e vi a irritação subir pelo seu rosto.
— Quando foi que você ficou tão corajosa pra me responder desse jeito, hein? — sua voz veio seca, baixa, perigosa.
Meu estômago gelou, mas não dei um passo pra trás.
— Desde o dia em que você quase me matou. — falei com clareza e uma frieza que até me surpreendeu.
Vi seus olhos vacilarem, como se aquela lembrança tivesse sido um tapa na cara.
Ele recuou um passo.
— Agora, por favor… sai da cozinha. — repeti, já cansada demais pra discutir.
Por alguns segundos ele ficou ali parado, me encarando, respirando pesado… mas então virou o rosto e saiu, indo até a sala.
Assim que ficou só o silêncio ao meu redor, apoiei as duas mãos no balcão e respirei fundo, muito fundo.
Isso vai acabar. Só precisava aguentar mais um pouco.
(visão de Rafael)
Passei pelo portão já depois da meia-noite, morto de cansaço, mas com aquele alívio quente no peito de finalmente estar em casa. Subi a pequena escada da varanda e empurrei a porta devagar, achando que todo mundo já estaria dormindo.
Mas que nada…
Minha mãe estava sentada no sofá com Ruan e meu pai, parecendo que tinham montado vigília ali a noite inteira. Assim que me viram, os três se levantaram ao mesmo tempo.
— Rafa… meu filho… — minha mãe praticamente voou até mim, me abraçando forte, chorando no meu ombro. — Eu fiquei tão preocupada… tanto…
Segurei o seu rosto com cuidado.
— Já passou, mãe. — sorri. — Tô aqui e está tudo bem agora.
Meu pai veio logo depois, dando um tapa leve no meu ombro, aquele jeito dele de disfarçar emoção.
— Como vocês estão? — perguntei.
— Bem. Melhor agora que você voltou inteiro. — ele disse, sério, mas com os olhos brilhando.
Antes que eu pudesse responder, ouvi passos leves na escada.
— MANO! — Milena apareceu sorrindo de orelha a orelha e praticamente se jogou no meu pescoço. — Eu senti tanta saudade!
Eu ri, levantando ela um pouco.
— Também senti sua falta, pirralha. Como você tá?
Ela deu de ombros, mas com brilho nos olhos.
— Bem melhor, prometo.
Eu ia perguntar mais, mas ela desviou o olhar rapidamente, e isso me acendeu um alerta.
— E o Nicolas? — perguntei.
Milena fez uma careta e se afastou um passo, mexendo no próprio cabelo.
Foi Ruan quem respondeu:
— Nicolas pediu licença pra sair hoje. Disse que precisava… esfriar a cabeça.

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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Vou fazê-lo novamente!!!! Dois capítulos por dia é um desrespeito!!!...
Ué cadê meu comentário?...
Esse é o terceiro livro, os dois primeiros caminharam bem, mas agora só dois capítulos por dia é muito pouco. Lembre-se de seu compromisso com os leitores...
Cadê o capítulo 319???????? Não tem?????...
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...