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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 380

Cheguei em casa já de noite, exausta. Antes de sair do carro, respirei fundo e peguei a aliança no porta-moedas. Fiquei alguns segundos olhando praquilo… aquele aro que já significou tanta coisa e que agora só me apertava o peito. Coloquei no dedo devagar. Por Alana. Apenas por ela.

A consulta com a psicóloga já estava marcada para sábado de manhã. Não queria que minha filha faltasse mais aula. Pelo menos isso estava resolvido.

Subi o elevador, rezando para ter um minuto de paz. Mas assim que coloquei a chave na porta, ouvi a gargalhada de Thales misturada com a voz de Alana.

Senti um enjoo instantâneo.

Abri a porta e os dois estavam na sala, ele fazendo graça e ela rindo como se nada tivesse acontecido. Meu coração amoleceu e partiu no mesmo segundo.

— Oi, mamãe! — Alana sorriu.

Sorri de volta, mas só por ela.

Passei direto para o quarto, porque eu não tinha forças nem para respirar naquele ambiente. Tomei um banho rápido, tentando expulsar o peso do dia, mas nada funcionava. A água quente descia e meus ombros continuavam tensos, minha cabeça latejando, e a sensação de estar presa cada vez pior.

Quando saí do quarto, Alana estava vendo desenho e Thales estava… na cozinha.

De novo.

Aquilo me deu vontade de gritar.

— Thales, sai da cozinha. Eu faço o jantar. — Minha voz saiu firme sem eu precisar forçar.

Ele virou, com aquele sorriso satisfeito.

— Amor, relaxa… eu faço. Deixa que eu—

— Thales. Sai. — repeti, atravessando o espaço entre a gente com o olhar.

Ele franziu a testa.

— Por que você tá assim? Eu vi que colocou a aliança de novo… — ele sorriu de canto, aquele sorriso que me dava náusea.

Revirei os olhos.

— Tira esse sorriso do rosto. Eu só estou usando isso por causa da Alana. Só por ela. Não inventa outra coisa.

O sorriso dele morreu na hora e vi a irritação subir pelo seu rosto.

— Quando foi que você ficou tão corajosa pra me responder desse jeito, hein? — sua voz veio seca, baixa, perigosa.

Meu estômago gelou, mas não dei um passo pra trás.

— Desde o dia em que você quase me matou. — falei com clareza e uma frieza que até me surpreendeu.

Vi seus olhos vacilarem, como se aquela lembrança tivesse sido um tapa na cara.

Ele recuou um passo.

— Agora, por favor… sai da cozinha. — repeti, já cansada demais pra discutir.

Por alguns segundos ele ficou ali parado, me encarando, respirando pesado… mas então virou o rosto e saiu, indo até a sala.

Assim que ficou só o silêncio ao meu redor, apoiei as duas mãos no balcão e respirei fundo, muito fundo.

Isso vai acabar. Só precisava aguentar mais um pouco.

(visão de Rafael)

Passei pelo portão já depois da meia-noite, morto de cansaço, mas com aquele alívio quente no peito de finalmente estar em casa. Subi a pequena escada da varanda e empurrei a porta devagar, achando que todo mundo já estaria dormindo.

Mas que nada…

Minha mãe estava sentada no sofá com Ruan e meu pai, parecendo que tinham montado vigília ali a noite inteira. Assim que me viram, os três se levantaram ao mesmo tempo.

— Rafa… meu filho… — minha mãe praticamente voou até mim, me abraçando forte, chorando no meu ombro. — Eu fiquei tão preocupada… tanto…

Segurei o seu rosto com cuidado.

— Já passou, mãe. — sorri. — Tô aqui e está tudo bem agora.

Meu pai veio logo depois, dando um tapa leve no meu ombro, aquele jeito dele de disfarçar emoção.

— Como vocês estão? — perguntei.

— Bem. Melhor agora que você voltou inteiro. — ele disse, sério, mas com os olhos brilhando.

Antes que eu pudesse responder, ouvi passos leves na escada.

— MANO! — Milena apareceu sorrindo de orelha a orelha e praticamente se jogou no meu pescoço. — Eu senti tanta saudade!

Eu ri, levantando ela um pouco.

— Também senti sua falta, pirralha. Como você tá?

Ela deu de ombros, mas com brilho nos olhos.

— Bem melhor, prometo.

Eu ia perguntar mais, mas ela desviou o olhar rapidamente, e isso me acendeu um alerta.

— E o Nicolas? — perguntei.

Milena fez uma careta e se afastou um passo, mexendo no próprio cabelo.

Foi Ruan quem respondeu:

— Nicolas pediu licença pra sair hoje. Disse que precisava… esfriar a cabeça.

Capítulo 79 - Rafael/Lorena 1

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