(Visão Lorena)
Senti um arrepio subir pela minha nuca do nada, daquele jeito que parece aviso… presságio. Fiquei parada no meio da sala, respirando fundo, tentando ignorar.
Alana estava sentada no tapete com seus lápis de cor, a língua pra fora em concentração enquanto Joyce ajudava com uma atividade da escola. A cena era tranquila… mas meu peito não estava.
Suspirei outra vez, sentindo aquele aperto conhecido.
Rafael.
Ele parecia cada vez mais longe. Educado, gentil… mas frio com respostas curtas, olhar desviado, sempre apressado pra sair de perto.
Era pior do que se ele tivesse brigado comigo. Porque assim… eu sentia como se estivesse perdendo algo que nem cheguei a ter.
Meus olhos baixaram para a aliança no meu dedo. Aquilo brilhava pesado, como um lembrete preso à minha pele.
A sessão com a psicóloga da Alana tinha sido boa, pelo menos isso. A doutora tinha jeito, conseguia acalmar a minha pequena… conduzia tudo com cuidado, sem pressa. Eu tinha esperança.
Já quando chegou a minha vez…
Passei a mão pelo rosto, lembrando das palavras dela: “Você sabe que, para viver com paz de verdade, vai precisar se libertar do Thales. Não só fisicamente.”
Sempre soube. Mas admitir era outra coisa.
Estava prestes a me afundar em pensamentos quando o toque do celular cortou tudo.
Peguei do sofá e o nome da minha mãe na tela me fez gelar. Estava tarde para ela ligar.
— Alô, mãe? — respondi.
A voz dela veio tremida, desesperada.
— Lorena, meu Deus… o Eduardo… ele levou um tiro… ele levou um tiro! Estão levando ele pro hospital, minha filha, pelo amor de Deus!
Meu estômago virou e um arrepio muito pior percorreu minha espinha inteira.
— O quê?! Como assim, mãe? Pra qual hospital? — perguntei já me levantando às pressas.
— Santa Maria! Ele tá indo pra lá agora, eu tô indo também! — ela chorava, quase sem fôlego.
— Eu tô indo! — falei, sem pensar duas vezes.
Desliguei. Meu coração parecia fora de ritmo.
— Mamãe? — ouvi a voz de Alana atrás de mim.
Virei e vi ela olhando com os olhinhos apertados de preocupação, e me aproximei, ajoelhando na sua frente.
— Filha… a mamãe precisa sair agora, tá? Depois eu te explico tudo. — tentei sorrir, mesmo sentindo que ia desabar.
Ela apenas assentiu devagar.
Chamei Joyce num canto da sala.
— Joyce… meu irmão foi baleado e está indo pro hospital agora. Você pode ficar com a Alana até o Thales chegar? — minha voz estava trêmula.
Joyce arregalou os olhos, mas assentiu rápido.
— Claro, Lorena. Vai tranquila, eu fico com ela.
Suspirei, aliviada e ao mesmo tempo desesperada.
— Obrigada. Assim que o Thales chegar, você pode ir, tá?
Ela confirmou, e eu já estava indo para o quarto.
Peguei a bolsa com mãos trêmulas, nem olhei no espelho. Saí do apartamento praticamente correndo, com o coração batendo forte e a mente cheia de medo…
E aquele pressentimento horrível ainda queimando dentro de mim.
Quando cheguei no hospital, senti minhas pernas quase falhando.
Havia carros da polícia por todo lado, sirenes ligadas com luzes giratórias refletindo no vidro da recepção. Policiais armados na porta e um clima tenso. Aquele tipo de segurança que só colocam quando… é um dos deles.
Respirei fundo, empurrando o medo pra dentro, e segui até a entrada.
Logo vi um rosto conhecido, Manuel.
Ele estava parado perto da recepção, falando baixo com outros agentes. Quando me viu, arregalou os olhos.
— Lorena? — disse surpreso, quase sem acreditar.
Tentei segurar as lágrimas, mas minha voz saiu falha:
— O que… o que aconteceu com meu irmão, Manuel?
Ele passou a mão pelo rosto, claramente abalado.
— O delegado Almeida foi atingido no braço durante a operação. A princípio… parecia só um ferimento simples. — Ele deu um suspiro pesado. — Mas então o encontramos desacordado… e havia muito sangue. O médico veio falar há pouco tempo… que o tiro atingiu uma artéria.
Senti o chão sumir debaixo de mim.
— Meu Deus…Ele vai precisar de transfusão?
— Sim. — Manuel confirmou, sério. — Já começaram. Um dos colegas do grupo doou primeiro.
— Eu quero doar também! — falei sem pensar, já dando um passo à frente. — Eu sou compatível com ele. Eu preciso—


Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Vou fazê-lo novamente!!!! Dois capítulos por dia é um desrespeito!!!...
Ué cadê meu comentário?...
Esse é o terceiro livro, os dois primeiros caminharam bem, mas agora só dois capítulos por dia é muito pouco. Lembre-se de seu compromisso com os leitores...
Cadê o capítulo 319???????? Não tem?????...
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...