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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 390

Ele deu um pulo de susto quando ouviu minha voz. Caminhei até o interruptor e acendi a luz, notando que ele havia trocado de roupa.

— Onde você estava? E o que aconteceu no seu braço? — perguntei outra vez, mais séria.

— Me envolvi numa briga — respondeu seco, desviando o olhar. — Me machuquei, só isso.

Fiquei olhando pra ele. Aquele seu olhar… cansado e com dor. Ele parecia horrível.

Tinha algo ali. Algo muito errado. Mas também… não era como se briga fosse novidade pra ele. O seu gênio sempre arrastava problemas atrás de problemas..

Então só assenti.

— Boa noite.

E virei as costas. Eu só queria meu quarto, o silêncio e minha filha.

Mas ele falou atrás de mim, irritado:

— É só isso? Você não vai perguntar mais nada? Não vai perguntar se eu tô bem? Se eu preciso de remédio?

Parei na porta do corredor e olhei de lado pra ele.

— Você já é bem grandinho, Thales. Se foi homem pra entrar numa briga, é homem pra se cuidar. E… eu não tenho mais obrigação nenhuma de cuidar de você.

Vi a sua expressão mudar rápido dando espaço para a raiva.

Ele avançou na minha direção, mesmo mancando.

— Nós ainda somos casados — rosnou.

Recuei um passo, mantendo a postura.

— Só no papel. E logo nem isso vai ser mais.

Virei e praticamente corri pro quarto. Fechei a porta e travei na mesma hora. Ele bateu do outro lado, me chamando, usando aquele tom que eu conhecia tão bem, mas não respondi.

Apenas respirei fundo, de novo e de novo, tentando não desmoronar.

Voltei para a cama e puxei Alana pro meu peito e ela, mesmo dormindo, se encolheu no meu colo como se soubesse que eu precisava.

Beijei o topo da sua cabeça e fechei os olhos.

Algo no que Thales disse… no jeito dele… no estado em que chegou… Tinha alguma coisa errada. Mas eu não queria mais carregar o peso dele no meu coração.

Não queria mesmo.

Acordei ainda com aquela sensação pesada grudada no peito, mas forcei meu corpo a levantar. Alana precisava ir pra escola, e eu precisava voltar pra empresa… e fingir que estava tudo normal.

Mesmo não dormindo nem duas horas seguidas direito, o pequeno cochilo que tirei me despertou mais.

Preparei o café, ajudei Alana a colocar o uniforme, arrumei o lacinho dela e finalmente nos sentamos pra comer. Tentava manter a voz leve pra ela não perceber nada.

Mas aí Thales apareceu mancando. Continuei mexendo no café, como se não tivesse visto, mas Alana o viu na hora e arregalou os olhos, preocupada.

— Papai! O que aconteceu? — ela perguntou, empurrando a cadeira pra trás.

Thales forçou um sorriso. Daqueles que ele acha que engana, mas não engana ninguém.

— Só me machuquei um pouco, minha princesa. Tô bem.

Ela relaxou um pouco e eu continuei sem olhar.

Ele se sentou com um suspiro pesado, como se quisesse chamar minha atenção pela dor. Eu respirei fundo pra não demonstrar nada. Estava cansada demais pra briga, pra discussão… pra qualquer coisa que envolvesse ele.

— Eu vou precisar viajar hoje — ele avisou de repente. — Mas volto ainda essa semana.

Foi aí que eu ergui os olhos.

E sorri.

Um sorriso pequeno, rápido… mas verdadeiro. A primeira vez desde que ele voltou pra casa.

E eu vi na hora que isso o irritou profundamente.

— Ótimo — eu disse, serenamente. — Boa viagem.

Ele respirou fundo, furioso, mas não falou nada e terminou o café em silêncio.

Depois que ele saiu, levei Alana pra escola, dei um beijo e assisti ela entrar pelo portão.

Peguei o carro e fui pra empresa.

O nervosismo começou a voltar antes mesmo de entrar no prédio. Aquela ansiedade boba e absurda… por causa de Rafael. O jeito distante dele, mesmo educado e gentil, ainda me machucava.

Mesmo que eu soubesse que ele só estava tentando proteger nós dois, ainda doía.

Subi até minha sala tentando me convencer de que ia ser mais um dia normal. Que eu ia focar no trabalho e pronto. Mas assim que me sentei… meus olhos foram direto pro vidro da porta.

Esperando. Procurando.

Nada.

Suspirei, abri o computador, fingi que estava revisando relatórios. Mas meus ouvidos estavam atentos aos passos do corredor. Qualquer som de sapato diferente me fazia levantar o olhar.

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