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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 394

Ela hesitou por um segundo, depois se aproximou e sentou ao meu lado, deixando um espaço seguro entre nós. Nomeadamente grande demais pro que eu queria, mas… tudo bem. Um passo de cada vez.

Fiquei olhando o lago por alguns segundos. O reflexo das árvores parecia uma pintura tremida pela brisa.

— Eu não devia ter agido daquele jeito na reunião — falei finalmente. — Sei que peguei pesado. Que fui… — procurei a palavra. — Territorial.

Lorena soltou uma risadinha curta.

— Um pouco.

Virei pra ela, meio frustrado e rendido.

— Só um pouco?

— Tá. Bastante. — Ela suspirou. — Mas você não gritou, nem humilhou ninguém. Só… deixou claro que não gostou.

— Não gostei mesmo — admiti, olhando pro chão. — Ver ele se aproximando de você… eu senti uma coisa ruim aqui.

Bati levemente no meu peito.

Ela ficou quieta, olhando meu gesto.

— Rafael… a gente não tem nada — disse, mas o tom era suave, quase como se estivesse testando a frase.

Soltei o ar devagar.

— Eu sei e é isso que me irrita. Porque… — virei-me pra ela de vez — não parece que a gente não tem nada.

Seus olhos brilharam.

— E você? — perguntei, com a voz um pouco mais baixa. — Sentiu alguma coisa lá dentro?

Ela desviou o olhar pro lago. O seu silêncio falou mais do que qualquer resposta.

— Lorena…

— Eu senti — ela admitiu finalmente, quase num sussurro. — Mas eu não sei o que fazer com isso, Rafael. Eu não sei se devo… se posso… se é certo.

Meu coração batia rápido demais. Eu não esperava que ela fosse tão direta.

— Vem cá — murmurei, aproximando um pouco o corpo, não o suficiente pra invadir, mas pra mostrar que eu estava ali.

Ela me olhou como se estivesse prestes a recuar ou avançar, mas nenhum dos dois aconteceu. Ela ficou parada.

— Não te trouxe aqui pra te pressionar — continuei. — Nem pra cobrar nada. Eu só queria um lugar onde a gente pudesse ser honesto. Onde você pudesse respirar sem gente olhando. E eu pudesse parar de fingir que não… — respirei fundo — que não sinto.

Ela piscou devagar, o peito subindo e descendo mais rápido.

— Rafael…

— Você me deixa vulnerável pra caramba — falei, rindo sem humor. — E eu odeio isso. Mas também… gosto. Porque é você.

Ela mordeu o lábio, o mesmo gesto que me desarma toda vez.

— Eu tô com medo — confessou. — De me machucar, te magoar. De tudo.

— Então a gente vai devagar — respondi, baixando a voz. — Mas juntos.

Ela olhou minhas mãos, depois olhou as próprias. E, lentamente, como quem testa algo novo, colocou a mão dela sobre a minha.

O toque era leve, quase tímido. Mas era um começo.

A brisa balançou as folhas acima da gente, e o lago refletiu um brilho suave.

Por um momento, o caos dentro de nós ficou quieto.

Fiquei olhando a mão dela sobre a minha, aquele toque leve, quase tímido… mas real. Caramba, aquilo desmontava qualquer defesa que eu ainda tentava manter.

A respiração dela estava um pouco acelerada, e o olhar preso no lago, como se estivesse juntando coragem pra continuar ali comigo.

E aí, antes que eu pudesse pensar duas vezes, as palavras simplesmente escaparam.

— Lorena… eu preciso te falar uma coisa. — Apertei de leve a sua mão. — Ou várias coisas, na verdade.

Ela virou o rosto pra mim, devagar, como se temesse o que eu ia dizer. Talvez com razão.

— Aquele dia… com a Sophia… — comecei, sentindo o peito quase travar. — Eu tinha bebido demais e passei completamente do ponto.

Ela piscou, com o maxilar tensionando. Ainda doía nela, dá pra ver.

— Eu não estava pensando, nem enxergando direito. Foi… foi um erro. Um erro que eu me arrependo todo dia.

Ela desviou o olhar, mexendo nos dedos.

— Rafael…

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