(Visão de Rafael)
O dia foi uma maratona de reuniões em salas de vidro com ar-condicionado gelado e cafés amargos.
Cada minuto longe da empresa era um minuto longe dela e a dor de cabeça começou como um aperto nas têmporas e foi crescendo, alimentada pela frustração de saber que ela estava lá, naquela sala com a porta de vidro, e eu não podia nem passar pelo corredor para sentar o cheiro dela.
A única coisa que me manteve são foi saber que a noite terminaria com ela. O jantar com o Sr. Tavares, enfadonho como poderia ser, era a desculpa perfeita.
Em casa, o banho foi rápido, quase um ritual para lavar o cansaço do dia. Escolhi um terno cinza e uma camisa azul escura. Não era só para o cliente. Era para ela.
Para seus olhos passarem por mim na mesa e saberem que aquilo era para ela.
O restaurante era daqueles caros e discretos, luz baixa, toalhas brancas.
Cheguei antes e fiquei na mesa reservada, mexendo no celular sem ver nada, com o coração batendo num ritmo acelerado e absurdo.
Cada segundo era uma agonia e a vontade de tocá-la era uma coceira física debaixo da pele, uma necessidade quase incontrolável.
Eu imaginava a textura da pele no seu pescoço, o peso do olhar dela quando estava excitada, o som do seu suspiro quando eu a beijava.
Foi então que a vi na entrada.
O ar saiu dos meus pulmões. Ela usava um vestido preto, simples e mortal. Caía sobre seu corpo de um jeito que era ao mesmo tempo recatado e obsceno, sugerindo cada curva que eu conhecia agora.
O cabelo estava solto, e ela tinha um leve batom vermelho. Parecia nervosa, os olhos escaneando o salão até me encontrar.
Eu não consegui evitar.
O sorriso que tomou meu rosto foi involuntário, largo, de pura posse e admiração. Levantei-me quando ela se aproximou, e o mundo ao redor sumiu.
— Você está deslumbrante — sussurrei, enquanto ela chegava perto. Em vez de um aperto de mão, inclinei-me e beijei sua bochecha.
O toque foi rápido, socialmente aceitável, mas o suficiente para encher meus pulmões com seu cheiro. Um perfume florado, mas com uma base quente, única dela.
— Meu Deus, seu cheiro é a melhor coisa desse mundo inteiro — murmurei contra sua pele, tão baixo que só ela podia ouvir.
Ela sorriu, um rubor delicioso subindo pelo seu pescoço, e sentou-se ao meu lado, não em frente. O gesto me encheu de uma satisfação profunda.
Mal tínhamos trocado duas frases quando o Sr. Tavares apareceu, com seu terno bege e sorriso cortês.
Ele agradeceu pela disponibilidade, pelo “encontro descontraído”, como disse.
Eu concordei, cumprimentando-o com a firmeza profissional necessária, mas minha consciência estava dividida 90/10. Dez por cento para o marketing de produtos de limpeza, noventa para a mulher ao meu lado.
A conversa fluiu. Lorena era impecável.
Falava com inteligência sobre alcance de mercado, demonstrava conhecimento sobre a concorrência, fazia perguntas pertinentes.
O Sr. Tavares estava visivelmente impressionado. Sob a mesa, porém, acontecia outra reunião.
Deixei minha mão pousar de leve na em sua coxa, sobre o tecido macio do vestido. Ela não se mexeu, mas senti o músculo da sua perna tensionar por um segundo.
Enquanto discutíamos números de vendas no Nordeste, meus dedos começaram um passeio lento, subindo alguns milímetros, do joelho, a metade da coxa. O toque era leve, quase acidental.
Ela, respondendo a uma pergunta do cliente, desviou o olhar para ele, mas eu vi seu suspiro involuntário. Sua mão, sobre a mesa, apertou levemente o talher.
O Sr. Tavares pediu mais detalhes sobre a campanha digital. Lorena respondeu, com a voz um pouco mais suave do que antes, mas ainda perfeitamente clara.
Minha mão parou, a palma quente repousando agora bem no meio da sua coxa. Através do tecido, sentia o calor do corpo dela, a tensão contida e dei um leve aperto.
Ela engoliu seco no meio de uma frase. O cliente nem percebeu, mas eu vi. Vi o rubor subir do decote do vestido até a raiz do cabelo.
Vi a maneira como seus olhos piscavam rapidamente, fugindo dos meus por uma fração de segundo.
Isso estava me deixando louco, era uma tortura deliciosa. Ver aquela mulher competente e séria se desmontando aos poucos, sutilmente, só pelo meu toque escondido.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Afff piorou, agora não são dois, é nadaaaa!!!...
Vou fazê-lo novamente!!!! Dois capítulos por dia é um desrespeito!!!...
Ué cadê meu comentário?...
Esse é o terceiro livro, os dois primeiros caminharam bem, mas agora só dois capítulos por dia é muito pouco. Lembre-se de seu compromisso com os leitores...
Cadê o capítulo 319???????? Não tem?????...
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...