A mensagem anônima.
Aquele frio na espinha voltou com força total, misturado a uma onda de raiva pura.
— Foi você… — a frase saiu como um rosnado.
— Eu? Só tô passando um recado. O chefe achou que você estava relaxando demais. Achando que tava seguro. A morte do seu tiozinho te deu uma falsa sensação de paz, foi? — a voz era zombeteira, cruel. — Isso aí foi só um aperitivo, um susto. Mas da próxima vez… — ele fez uma pausa teatral. — Da próxima vez, a gente mira melhor. Na sua família, por exemplo. Na sua mãezinha, sua irmãzinha… ou naquela secretária gostosa que você anda olhando com tanto carinho.
O sangue pareceu parar de correr nas minhas veias e um gelo mortal se espalhou do meu peito para cada extremidade do meu corpo.
Eles sabiam da Lorena. Como caralhos eles sabiam da Lorena?
O terror que tomou conta de mim foi mais paralisante que qualquer dor na perna.
— Se tocar em um fio de cabelo delas… — comecei, mas a voz falhou, consumida por uma mistura de pavor e fúria impotente.
— Isso, isso. Fica bravo e esperto. Porque a gente tá de olho. Em tudo e boa recuperação aí. Vai precisar.
A linha caiu.
Fiquei segurando o celular trincado contra o ouvido, sentindo o zumbido da linha morta ecoando o zumbido de pânico dentro da minha cabeça.
Eles sabiam. Eles tinham me seguido? Tinham visto a Lorena.
Ela estava em perigo e minha família também...
Não tinha sido um acidente… foi um aviso que não acabou… O que diabos estava acontecendo? Por que eles queriam me prejudicar? O que eles queriam com tudo isso?
Será o… Tom?
A enfermeira me olhava, preocupada.
— Tudo bem, senhor? Quem era?
— Ninguém — menti, sentindo minha voz sumindo. Meu cérebro trabalhava a mil, através da dor.
Eu precisava avisar alguém e protegê-los. Mas como, deitado numa maca, indo para o hospital?
Com dedos trêmulos, ainda sob o olhar atento da enfermeira, disquei para o Raul. Ele atendeu na segunda chamada.
— Chefe?
— Raul… — falei, tentando controlar a respiração e manter o tom o mais neutro possível.
A enfermeira estava ali, o paramédico na frente… eu não podia falar nada explícito.
— Tive um… problema… um acidente de carro. Estou a caminho do Hospital São Lucas.
— Tá falando sério? Você se machucou?— sua voz ficou instantaneamente tensa, profissional.
— Minha perna não parece boa. Vou passar por uns procedimentos. Escuta… — baixei a voz o máximo que pude. — A situação é… delicada. O problema do meu tio, acho que não tá resolvido como a gente pensava. Preciso que você fique*muito atento. Com todo mundo. Entendeu? Todo mundo. Principalmente as… visitas mais próximas.
Fiz uma pausa, esperando que ele captasse. Pela tensão do silêncio do outro lado, ele captou.
— Entendido perfeitamente. Eu cuido de tudo, foca em se cuidar aí. Vou informar a sua família.
— Tá, mas não deixa eles sozinhos e tenta… conectar o Nicolas novamente….
— Pode deixar.
Desliguei, sentindo um pouco menos impotente, mas o medo ainda era um nó de gelo no estômago.
A ambulância parou, as portas se abriram, e fui invadido pela luz branca e o movimento frenético do PS.
O que se seguiu foi um turbilhão de exames. Raios-X, tomografia, gente tocando em mim, falando sobre mim.
A dor era uma presença constante, mas minha mente estava mais longe, na voz daquele homem, na imagem da Lorena desprevenida.
Foi só quando o ortopedista, um cara de cara séria e óculos, entrou no box segurando as chapas, que a realidade médica me atingiu em cheio.
— Sr. Fonseca, o impacto foi forte — ele começou, colocando as imagens negativas no negatoscópio. A luz por trás revelou os ossos da minha perna, uma linha escura e irregular, como uma rachadura em um galho. — A porta do carro amassou com muita força. Você tem uma fratura na perna direita. Veja aqui.
Ele apontou e eu não precisava ser médico para saber que aquilo estava muito errado.
— É grave? — perguntei, já sabendo a resposta.


Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Afff piorou, agora não são dois, é nadaaaa!!!...
Vou fazê-lo novamente!!!! Dois capítulos por dia é um desrespeito!!!...
Ué cadê meu comentário?...
Esse é o terceiro livro, os dois primeiros caminharam bem, mas agora só dois capítulos por dia é muito pouco. Lembre-se de seu compromisso com os leitores...
Cadê o capítulo 319???????? Não tem?????...
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...