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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 407

A mensagem anônima.

Aquele frio na espinha voltou com força total, misturado a uma onda de raiva pura.

— Foi você… — a frase saiu como um rosnado.

— Eu? Só tô passando um recado. O chefe achou que você estava relaxando demais. Achando que tava seguro. A morte do seu tiozinho te deu uma falsa sensação de paz, foi? — a voz era zombeteira, cruel. — Isso aí foi só um aperitivo, um susto. Mas da próxima vez… — ele fez uma pausa teatral. — Da próxima vez, a gente mira melhor. Na sua família, por exemplo. Na sua mãezinha, sua irmãzinha… ou naquela secretária gostosa que você anda olhando com tanto carinho.

O sangue pareceu parar de correr nas minhas veias e um gelo mortal se espalhou do meu peito para cada extremidade do meu corpo.

Eles sabiam da Lorena. Como caralhos eles sabiam da Lorena?

O terror que tomou conta de mim foi mais paralisante que qualquer dor na perna.

— Se tocar em um fio de cabelo delas… — comecei, mas a voz falhou, consumida por uma mistura de pavor e fúria impotente.

— Isso, isso. Fica bravo e esperto. Porque a gente tá de olho. Em tudo e boa recuperação aí. Vai precisar.

A linha caiu.

Fiquei segurando o celular trincado contra o ouvido, sentindo o zumbido da linha morta ecoando o zumbido de pânico dentro da minha cabeça.

Eles sabiam. Eles tinham me seguido? Tinham visto a Lorena.

Ela estava em perigo e minha família também...

Não tinha sido um acidente… foi um aviso que não acabou… O que diabos estava acontecendo? Por que eles queriam me prejudicar? O que eles queriam com tudo isso?

Será o… Tom?

A enfermeira me olhava, preocupada.

— Tudo bem, senhor? Quem era?

— Ninguém — menti, sentindo minha voz sumindo. Meu cérebro trabalhava a mil, através da dor.

Eu precisava avisar alguém e protegê-los. Mas como, deitado numa maca, indo para o hospital?

Com dedos trêmulos, ainda sob o olhar atento da enfermeira, disquei para o Raul. Ele atendeu na segunda chamada.

— Chefe?

— Raul… — falei, tentando controlar a respiração e manter o tom o mais neutro possível.

A enfermeira estava ali, o paramédico na frente… eu não podia falar nada explícito.

— Tive um… problema… um acidente de carro. Estou a caminho do Hospital São Lucas.

— Tá falando sério? Você se machucou?— sua voz ficou instantaneamente tensa, profissional.

— Minha perna não parece boa. Vou passar por uns procedimentos. Escuta… — baixei a voz o máximo que pude. — A situação é… delicada. O problema do meu tio, acho que não tá resolvido como a gente pensava. Preciso que você fique*muito atento. Com todo mundo. Entendeu? Todo mundo. Principalmente as… visitas mais próximas.

Fiz uma pausa, esperando que ele captasse. Pela tensão do silêncio do outro lado, ele captou.

— Entendido perfeitamente. Eu cuido de tudo, foca em se cuidar aí. Vou informar a sua família.

— Tá, mas não deixa eles sozinhos e tenta… conectar o Nicolas novamente….

— Pode deixar.

Desliguei, sentindo um pouco menos impotente, mas o medo ainda era um nó de gelo no estômago.

A ambulância parou, as portas se abriram, e fui invadido pela luz branca e o movimento frenético do PS.

O que se seguiu foi um turbilhão de exames. Raios-X, tomografia, gente tocando em mim, falando sobre mim.

A dor era uma presença constante, mas minha mente estava mais longe, na voz daquele homem, na imagem da Lorena desprevenida.

Foi só quando o ortopedista, um cara de cara séria e óculos, entrou no box segurando as chapas, que a realidade médica me atingiu em cheio.

— Sr. Fonseca, o impacto foi forte — ele começou, colocando as imagens negativas no negatoscópio. A luz por trás revelou os ossos da minha perna, uma linha escura e irregular, como uma rachadura em um galho. — A porta do carro amassou com muita força. Você tem uma fratura na perna direita. Veja aqui.

Ele apontou e eu não precisava ser médico para saber que aquilo estava muito errado.

— É grave? — perguntei, já sabendo a resposta.

Cap.106 1

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