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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 408

Ela se soltou do meu abraço, com uma careta de preocupação.

— A Joyce estava chorando, mamãe. Ela falou que tinha que ir na faculdade correndo, que tava atrasada. Aí o papai chegou e chamou a vovó. A Joyce saiu com o papai.

"Saiu com o papai."

As palavras ecoaram na minha cabeça como um sino fúnebre. Thales tinha saído com ela. Para onde? O que ele fez com ela depois daquela ligação?

O desespero voltou, mais forte, agora tingido de uma culpa avassaladora. Joyce estava naquela situação por minha causa. Porque ela era próxima de mim. Porque ela cuidava do que eu mais amava.

— Ela não disse mais nada? Sobre onde ia? — perguntei, tentando manter a calma para não assustar a Alana.

— Não… só tava chorando muito. Eu fiquei com pena. — Os olhos da Alana se encheram de lágrimas. — Aconteceu alguma coisa com a Joyce, mamãe?

— Não, não, meu anjo. Tudo vai ficar bem — menti, puxando-a para outro abraço, mas meu olhar estava perdido, vendo a parede, mas enxergando apenas o pior.

Onde ele a levou? O que ele estava fazendo com ela nesse exato momento?

A voz dele na ligação "Por enquanto, essa babá vai ficar viva."

Era um jogo sádico para me manter sob controle. E eu tinha entrado nele e voltado para casa. Tinha feito exatamente o que ele queria.

Sai do quarto da Alana, fechando a porta suavemente. Célia ainda estava na sala, observando tudo com aquele olhar superior.

— Satisfeita? A criança está bem. Agora vá se arrumar, você está um horror. O Thales não gosta de ver você assim.

Eu me virei para ela. Todo o medo, a raiva e a impotência se fundiram em um ódio puro e silencioso. Ela era parte disso, do veneno.

— Cale a boca — disse, minha voz saindo baixa, mas carregada de um tremor de fúria que fez os olhos dela se arregalarem de surpresa. — Você não tem ideia do que está acontecendo. E se tem, é tão culpada quanto ele.

Virei as costas e entrei no meu quarto, trancando a porta. Escorreguei pelo lado de dentro até o chão, abraçando os joelhos.

Joyce estava desaparecida, nas mãos de um monstro. Eu estava presa aqui, com minha filha como refém indireta. E Rafael… Deus, Rafael. Onde ele estava? Ele não tinha me mandado mensagem.

Será que… será que eles já tinham feito algo com ele também?

O pânico me envolveu, frio e sufocante. Eu estava sozinha.

Completamente sozinha e encurralada e a vida da Joyce dependia de cada movimento que eu fizesse dali para frente.

O dia se arrastou dentro daquele quarto, cada minuto um peso de chumbo na minha consciência. Eu tinha mandado uma mensagem para Rafael, com os dedos tremendo sobre a tela dizendo que tive um problema urgente e não conseguiria voltar…

Mentira grossa. A verdade era um tumor crescendo dentro de mim. Ele não respondeu, nada. Nem um tudo bem?.

O seu silêncio alimentou um pressentimento ruim que se aninhou no meu peito, frio e persistente. Algo estava errado. Com ele também? Meu Deus, eles tinham ido atrás dele?

A noite chegou, tingindo o céu de um laranja sujo. Tinha saído do quarto, vencida pela necessidade de estar perto da Alana.

Ela era meu único ponto de sanidade, minha âncora. Estávamos no sofá da sala, eu a abraçando com força, tentando absorver a paz inocente que emanava dela, enquanto meu corpo todo era um fio de nervos esticado ao máximo.

Célia, ainda estava lá, um espectro venenoso pairando na cozinha, fingindo normalidade. Eu tinha mandado ela ir embora mais cedo, gritado até. Ela apenas ergueu a sobrancelha e disse que o filho dela tinha pedido para ela ficar. Ela era a sentinela.

Então, a porta da frente se abriu.

Meu corpo inteiro gelou, de dentro para fora. O som da chave, o roçar da porta no tapete… e então, a voz dele.

— Olá, família! Estou em casa.

Era uma voz calma, caseira, falsa como uma nota de três reais. Uma onda de náusea subiu pela minha garganta, tão forte que tive de engolir seco. Alana se mexeu no meu colo.

— É o papai! — ela disse, tentando se virar.

Meus braços, por instinto, se apertaram em torno dela, segurando-a comigo. Não. Não queria que ela fosse até ele.

— Vem cá, princesa! — Thales chamou, ainda no corredor de entrada.

— Solta, mamãe, quero dar um abraço no papai! — Alana insistiu, rindo, sem entender a tensão que petrificava o ar.

— Só mais um pouquinho, meu amor — sussurrei, com minha voz falhando. — A mamãe quer mais abraço de você. Te amo tanto, você sabe né? Te amo mais que tudo.

As palavras saíram num fio de voz, carregadas de uma despedida que ela não podia entender. As lágrimas pressionavam furiosamente atrás dos meus olhos. Eu as forcei para baixo e engoli o choro.

Foi quando ele entrou no meu campo de visão e parou na entrada da sala, com o paletó perfeito, e um sorriso nos lábios. Seus olhos, porém, encontraram os meus.

E neles, não havia calor e sim, uma auto-confiança gelada, a de um jogador que sabe que tem a melhor carta na mão.

— Alana, vai ver o que a vovó está preparando de gostoso para o jantar, querida? — ele disse, o tom ainda suave.

Alana tentou se soltar de novo. Eu hesitei, meus dedos quase formigando de tanto pressionar. Thales então olhou diretamente para mim.

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